segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dia a Dia das Testemunhas de Jeová

Filme dinamarquês retrata o mundo do salão do reino

Muitos estranham a maneira como as Testemunhas de Jeová lidam com certos aspectos do seu dia a dia. O mais comentado na mídia é a recusa do sangue, porém vale lembrar que várias outras regras aparecem nesse vasto cardápio de proibições para seus adeptos e são pouco conhecidas da sociedade. Essas particularidades de um grupo que se auto-denomina cristão e que é fechado às influências exteriores são eficazmente analisadas nesse belíssimo filme dinarmaquês indicado para concorrer a uma das vagas para a premiação do Oscar em 2009.
To Verdener ou “Worlds Apart” estreou no festival de filme de Berlim em 2008 e conta a história de Sara Dahl uma adolescente de dezessete anos criada numa família de Testemunhas de Jeová que segue sua rotina de vida e regras normalmente até que reviravoltas acontecem no casamento de seus pais e a mesma se apaixona por um rapaz fora de seu círculo religioso. Ela começa a encontrar um novo mundo e idéias que nunca considerou antes e assim começa a questionar a doutrina que ela aprendeu desde a infância. Até onde a fé pode moldar os sentimentos? Em nome de uma religião as pessoas podem sacrificar laços afetivos com seus parentes passando a tratá-los como desconhecidos? “To Verdener” mostra esse lado desconhecido das Testemunhas de Jeová onde ex-adeptos são tratados como inimigos e nessa batalha obstinada pela afirmação de uma “verdade” a unidade familiar é colocada em segundo plano resultando em dolorosas separações.
http://toverdener.dk/
http://www.forum.clickgratis.com.br/tjlivres/t-2476.html

domingo, 30 de janeiro de 2011

Uma Vítima Inocente

Mais uma vítima inocente da seita testemunhas de jeová

Impedida de dançar na escola, filha de Testemunhas de Jeová se mata

Desespero Não se tratava de uma balada, dessa em que os jovens consomem álcool e outras drogas. Era uma apresentação do grupo de dança da escola Padre Grener, em Cuiabá, Mato Grosso, com a presença de familiares dos estudantes e professores.

Mesmo assim, I.C., de 16 anos, que já tinha ensaiado, foi impedida pela sua mãe de se apresentar no grupo.

A mãe  faz parte das Testemunhas de Jeová, uma religião segundo a qual Deus não gosta que as pessoas dancem, se expressem corporalmente, que se mostrem alegres, felizes. É pecado.

No domingo, I.C. telefonou para suas amigas do segundo ano do ensino médio para dizer que não iria. A jovem lamentou sua ausência e pediu desculpas. Ela deve ter sentido de novo vergonha da estupidez de sua família. Mas foi a última vez.

Depois do telefonema, I.C. se matou com um tiro no peito.

O site Midiamax News informou que a arma do suicídio é do pai, provavelmente.

No blog Ex-Testemunhas de Jeová, Pascoal Naib, ao comentar o caso, escreveu que os filhos dos TJs são proibidos de comemorar aniversários e participar de festas, torneios esportivos e eventos culturais.

É como se fosse proibido viver. Para I.C., de fato foi.

Perguntamos:  Isso é ter mente "tapada" (ou raciocínio circular), ou é puro fanatismo?

Qual seria o crime (ou pecado) dessa jovem ?






sábado, 29 de janeiro de 2011

As "Provas" da Torre de Vigia


Sabe por que razão a Sociedade Torre de Vigia ensina que a parousia [presença] de Jesus começou em 1914? Por que razão eles ensinaram até 1995 que o Armagedom "ocorrerá nesta geração atual"? Será que eles têm alguma prova disso? Na realidade, não. Eles simplesmente acreditam nisso:
"Por que dizem as Testemunhas de Jeová que Cristo "voltou" no ano 1914 e depois começou a reinar como Rei? Porque elas têm fé de que isso é assim. Por que ensinam elas que a guerra universal chamada Armagedom ocorrerá nesta geração atual e eliminará completamente os sistemas de religião, comercialismo e política deste mundo atual, e que milhões de pessoas sobreviverão a essa catástrofe global e viverão para sempre na terra sob condições ideais? É porque elas têm fé de que isso será assim." (The Watchtower [A Sentinela], 1957, p. 73 [em inglês])
Claro que isto foi em 1957, num momento muito raro de honestidade. Sem dúvida já é "velha luz" por esta altura. Afinal, citar literatura antiga é só permitido se for Brooklyn a fazê-lo, quando alguém mais o faz, isso é ridículo. Bem, seja como for, todos sabemos como o ensino sobre a "geração" acabou, um rotundo fracasso. Também sabemos a "fé" notável que eles tinham na "volta" de Cristo em 1874:
"Os fatos indisputáveis, por conseguinte, mostram que o "tempo do fim" começou em 1799; que a segunda presença do Senhor começou em 1874." (The Watchtower [A Sentinela], 1.º de março de 1922, p. 67 [em inglês])
Na década de 1970, o palavreado é um pouco diferente, nessa altura já não eram os "fatos indisputáveis", mas antes os "fatos físicos", que evidentemente são simplesmente o mesmo disparate total:
"A profecia bíblica e os fatos físicos em cumprimento dela provam que, desde 1914 E. C., a geração que agora vive está no "tempo do fim"." (A Sentinela, 15 de agosto de 1974, p. 507)
Claro que o ensino atual da Torre de Vigia baseia-se exatamente nos mesmos "fatos indisputáveis" que a data 1874. Caso ainda não tenha percebido, a expressão "fatos indisputáveis" ou "fatos físicos" no jargão da Torre de Vigia na realidade significa "não existe absolutamente nenhuma evidência para esta idéia ultrajante". Repare que em 1974 os "fatos indisputáveis" de 1922 foram completamente esquecidos, agora a Bíblia estava indicando "inconfundivelmente" a data 1914, já não 1874. Um excelente exemplo de como a "nova luz" funciona. Uma velha mentira sendo substituída por outra novinha em folha:
"A Bíblia indica inconfundivelmente 1914 E. C. como o tempo em que o "reino do mundo" tornou-se o reino do Senhor Deus e de seu Cristo. Antes de desaparecer da cena a geração que então vivia, sobrevirá a "grande tribulação". (A Sentinela, 15 de julho de 1974, p. 435)
Portanto não é preciso fantasiar muito para compreender que algures na primeira metade do ano 2000 Brooklyn também tem de fazer alguma coisa com a sua "fé" em 1914. Como é evidente a partir da citação da Watchtower de 1922, tornou-se cada vez mais embaraçoso para as Testemunhas de Jeová na década de 1920 ter o começo do "tempo do fim" em 1799, portanto, apesar de isso ser um "fato indisputável", foi mudado para 1914, tal como aconteceu com a data 1874, que era outro "fato indisputável". O principal problema que Brooklyn enfrenta agora é como vender isso aos seus adeptos sem perturbar a idéia louca de terem eles sido escolhidos em 1919. Mas claro que nessa altura eles já devem ter conseguido "peneirar" e expulsar das suas fileiras todas as pessoas que ainda têm um cérebro a funcionar, por isso não há motivos para preocupações.

Norman Hovland

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Verdade ou Mentira ?

- 'É ASSIM E PRONTO!'
Grita o Corpo Governante



1
Uma VERDADE apresentada pelo próprio SATANÁS é tão verdadeira quanto uma verdade declarada por Deus.... ACEITE a verdade onde quer que a encontre, não importa o que ela contradiga.” - A Sentinela 07/1879 (na época chamada de A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo, como mencionado no livro "Proclamadores..." p. 724.)
2
Não interessa se você é cristão. As Testemunhas acreditam "que só elas estão praticando a religião verdadeira". (A Sentinela 1/7/93, p. 17) Assim, se você NÃO é Testemunha, saiba o que elas pensam a seu respeito:
"se não estão na ORGANIZAÇÃO de Jeová, NÃO são nossos AMIGOS, mas INIMIGOS." Publicação das Testemunhas de Jeová "Nosso Ministério do Reino", julho de 1988, p. 2.
"QUALQUER um que não ama a Jeová É MÁ COMPANHIA."Vídeo "Os Jovens Perguntam —  Como fazer verdadeiro amigos?", declaração de um jovem.
"Nossos amigos devem ser cristãos que já se revestiram da personalidade semelhante à de Cristo e que são zelosos na obra de pregação. CONHECIDOS MUNDANOS não são amigos de Deus, e NÃO PODEMOS SOCIALIZAR-NOS COM ELES SEM PREJUÍZO PARA NÓS MESMOS." A Sentinela 15/1/91, p. 27.

Conclusão: Se você não é "Testemunha se Jeová", você é "INIMIGO", "MÁ COMPANHIA" e "ASSOCIAÇÃO... PREJUDICIAL"!

Há coisas escritas e proclamadas pela Sociedade Torre de Vigia que  mesmo a grande maioria das Testemunhas de Jeová não conhecem.  E olhe que elas só têm autorização para ler os artigos editados pela Torre de Vigia.  Elas não lêem (têm medo de que alguém as denunciem) nada das editoras evangélicas.
Se de repente a Sociedade Torre de Vigia determinar que a partir de hoje 2+2=5, elas têm que acreditar.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão"

"Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão"?,
ou "...Talvez Jamais Morram"? - Qual? 
Você gostaria de aprender como transformar uma declaração embaraçosa numa pérola de sabedoria?
A Sociedade Torre de Vigia é mestre em revisar sua história de modo a colocá-la em luz um pouco menos desfavorável. Aliás, a Sociedade consegue às vezes um pouco mais do que isso: Consegue transformar algo totalmente embaraçoso em algo que evoca visão de futuro e, por incrível que pareça, sabedoria. O que você vai ler a seguir é apenas um exemplo desta fantástica habilidade.
As palavras acima, de Joseph Rutherford, têm sido repetidas inúmeras vezes desde que ele as pronunciou pela primeira vez lá em 1918. Mas o que entende você por estas palavras? Ao que estava ele se referindo? E, principalmente, como usa a Sociedade Torre de Vigia estas palavras hoje?
Considere a seguir algumas referências àquele discurso de Rutherford nas publicações da Sociedade:

A Sentinela de 15/2/95 "Haverá Uma Ressurreição dos Justos" (Em apenas um parágrafo, note o uso das expressões "profetizou-se", "o povo de Deus", "foi entendido" etc.):
2 Apesar dos últimos avanços na medicina, a morte ainda reina até mesmo hoje. Embora isso não seja nenhuma surpresa, alguns talvez tenham ficado um tanto desapontados quando afinal se viram diante deste inimigo de longa data. Por quê? Bem, lá nos anos 20, a Sociedade Torre de Vigia proclamou a mensagem: "Milhões que agora vivem jamais morrerão." Quem seriam esses milhões? As "ovelhas" mencionadas por Jesus nas suas observações sobre as ovelhas e os cabritos. (Mateus 25:31-46) Profetizou-se que essas pessoas que são como ovelhas surgiriam no tempo do fim, e que sua esperança seria a de ter vida eterna na terra paradísica. Com o passar do tempo, o povo de Deus obteve um entendimento melhor da posição que essas "ovelhas" têm nos propósitos de Jeová. Foi entendido que esses obedientes seriam separados dos obstinados "cabritos", e que, depois da destruição desses últimos, as ovelhas herdariam o domínio terrestre do Reino, preparado para elas. (sublinhado acrescentado)

A Sentinela 15/12/90 "Quem Ouve Diga: Vem!":
11 Por décadas este convite "vem!" tem sido feito a pessoas sedentas da "água da vida". Mesmo nos idos de 1918, a classe-noiva começou a pregar uma mensagem que dizia respeito em especial aos que teriam a oportunidade de viver na terra. Foi o discurso público intitulado "Milhões Que Agora Vivem Talvez Jamais Morram". Este apresentou a esperança de que muitos sobreviveriam ao Armagedom e depois ganhariam a vida eterna na terra paradísica sob o Reino messiânico de Deus. Mas, essa mensagem não mostrou em definitivo qual era a maneira de se alcançar esse privilégio de sobrevivência, exceto pela justiça em geral. (sublinhado acrescentado)

A Sentinela 1/1/90 "Não Nos Envergonhamos das Boas Novas":
19 A oração-modelo que Jesus ensinou a seus discípulos será atendida: "Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra." (Mateus 6:9, 10) Quando isso acontecer, os amorosos discípulos de Jesus nada terão do que se envergonhar. O nome de Jeová será reverenciado, santificado, não apenas por milhões que hoje vivem e que não precisarão morrer, mas também por bilhões dos da humanidade a quem ele chamará de suas sepulturas durante o seu governo do Reino, de mil anos. Eles terão a oportunidade de viver para sempre numa terra paradísica. (sublinhado acrescentado)

A Sentinela 1/1/84 "Os Vivos com Fé Que Nunca Morrerão":
3 Homens e mulheres deste século 20 foram alertados a esta esperança notável no domingo, 24 de fevereiro de 1918, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Ali, pela primeira vez, o então presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos EUA) proferiu o discurso público intitulado: "O Mundo Terminou . . . Milhões Que Agora Vivem Talvez Jamais Morram." Isto se deu no mesmo tempo em que a Primeira Guerra Mundial, que havia envolvido os Estados Unidos da América, estava chegando ao seu clímax. O prosseguimento com outros proferimentos dessa conferência bíblica que marcava época foi interrompido, especialmente quando pouco depois, em 8 de maio de 1918, o presidente desta Sociedade Torre de Vigia e sete dos seus associados na sede em Brooklyn, Nova Iorque, foram presos. (itálico acrescentado)

 
Mas o que disse Rutherford de fato?
Como viu acima, de modo a confundir o leitor desatento, a Sociedade se refere ao discurso de Rutherford às vezes como "Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão" e outras vezes como "Milhões Que Agora Vivem Talvez Jamais Morram", o que é uma sutil, capciosa, mas significante - e desonesta - alteração do título original da brochura de J.F.Rutherford!
Muitas Testemunhas de Jeová hoje jamais teriam a oportunidade de ver cópias das publicações antigas da Sociedade. Muitas delas têm sido destruídas pelo tempo ou foram retiradas de acesso ao público pela Sociedade. Com a Internet, porém, todo este quadro mudou. Existem várias cópias destas publicações por aí. Recentemente nos deparamos com uma cópia da brochura Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão (Millions Now Living Will Never Die), publicada em 1920, e ficamos espantados, embora não surpresos, com o que lemos. Aqui estão alguns trechos dela com um 'scan' da página original ao lado.

O parágrafo em destaque ao lado diz o seguinte:

"Com base nos argumentos até aqui apresentados, de que a velha ordem de coisas, o velho mundo, está acabando e por conseguinte passando, de que a nova ordem é iminente, e de que 1925 marcará a ressurreição dos valiosos fiéis do passado, é razoável concluir que milhões de pessoas agora na Terra ainda estarão nela em 1925. Portanto, baseado nas promessas estabelecidas na Palavra divina, nós não podemos senão chegar à positiva e indisputável conclusão de que milhões que agora vivem jamais morrerão."
(ênfase acrescentada)

Muitas Testemunhas estão à par do fato de que a Sociedade proclamou o "Fim do Mundo" para acontecer em 1914. É dito a elas posteriormente, e aceitam, que devido a um "melhor entendimento" e a uma "luz que clareia mais e mais", "percebeu-se" que um ajuste precisava ser feito no que "acreditava-se" estar incorreto, e que embora 1914 ainda era um ano significativo, ainda havia trabalho a ser feito na terra em publicar as "boas novas" antes do fim chegar.
Até aqui nada de muito espanto. Ocorre, contudo, que a Sociedade já havia profetizado este mesmo evento para 1874, e então para 1914, e então para 1918 e agora, nesta brochura, para 1925! E como se isso não bastasse, os "fiéis dos tempos antigos" eram para ser ressuscitados em 1925.
O que Rutherford de fato defendeu em seu discurso, que depois virou brochura, foi que eles tinham chegado a uma "positiva e indisputável conclusão" de que milhões jamais morreriam, pasmem, porque o Armagedom era para vir em 1925!

Mas o quê o levaria a dizer aquilo?
Para as Testemunhas de Jeová da época, o "juiz" Rutherford era o "escravo fiel e discreto". Era dele de quem se esperava que fornecesse o "alimento certo no tempo apropriado". Para elas, ele era aquele que atuava como porta-voz de Jeová. Mas se for assim, como é que podia ele dizer tais coisas? Estaria Jeová o instruindo a alimentar o povo Dele com falsas informações, falsas profecias, MENTIRAS? Isto é inimaginável!
Você já deve ter concluído que o que o "juiz" Rutherford estava a fazer era simplesmente dando a sua opinião e oferecendo suas interpretações para milhares de ludibriáveis seguidores, enquanto ele próprio ceifava a admiração e o estilo de vida proporcionado a ele pelas generosas contribuições de seus insuspeitos seguidores.
Um outro impressionante fato que vêm à mente quando se pensa nisso, diz respeito aos "fiéis dos tempos antigos". O que é fantástico é que a Sociedade não apenas promoveu aquela idéia no começo dos anos 20, inclusive publicando instruções para as crianças quanto à como cumprimentar esse fiéis homens do passado, mas a Sociedade foi ao ponto de construir uma enorme casa em San Diego, Califórnia, para eles. Ela foi chamada Beth Sarim (significando Casa dos Príncipes) e tinha os nomes dos "fiéis dos tempos antigos" na escritura. Ao passo que sabemos que San Diego é um bonito lugar e que Abraão, Isaque, Jacó, Moisés etc. amariam morar lá, não morreram todos eles no Oriente Médio, Palestina? Por que seriam eles ressuscitados na Califórnia, EUA?
Na verdade, a única pessoa a se beneficiar com a construção dessa casa foi o próprio Rutherford, que viveu lá, usufruindo do luxo daquela casa espaçosa e bem mobiliada, bem como do uso de dois Cadillacs, ao passo que o restante do povo nos Estados Unidos, incluindo as Testemunhas, lutava para sobreviver em meio à famosa Grande Depressão econômica da época.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sede Mundial da Torre de Vigia

Os edifícios da gráfica da Watch Tower em Brooklyn Heights ao longo do East River, em Manhattan, são uma vista impressionante. De facto, são tão visíveis que durante anos os habitantes de Manhattan que trabalhavam na comunidade financeira de Nova Iorque até usavam slogans que eram projectados no placar de néon da fábrica principal como anúncios publicitários. Quando visitamos o enorme complexo de edifícios que serve de sede mundial para as Testemunhas de Jeová, ficamos ainda mais impressionados. Além de dois enormes edifícios da fábrica, o complexo inclui várias residências para as muitas centenas de trabalhadores que produzem a literatura para as Testemunhas em todo o mundo e ainda para o pessoal administrativo, funcionários e staff de apoio que é necessário para governar um movimento religioso altamente centralizado.
Se os edifícios da fábrica e as residências -- colectivamente chamados Betel -- são impressionantes, são também austeros. Quando alguém visita a sede da Watch Tower, é encorajado a 'fazer uma visita à fábrica principal' para ver as enormes impressoras a mandar cá para fora 'alimento espiritual' para milhões de Testemunhas de Jeová e potenciais adeptos. Curiosamente, a menos que essa pessoa seja convidada por um membro da 'família,' terá vedado o acesso às bibliotecas de Betel e de Gileade, que são duas colecções muito boas. No que diz respeito aos próprios edifícios da residência, trazem a marca do puritanismo pragmático americano, que é tão característico das Testemunhas de Jeová. Esses edifícios não têm nada particularmente atractivo e também parecem de certa forma indicar que para os líderes das Testemunhas de Jeová a beleza é mais um laço e um engano do que uma alegria eterna.
Os quartos que servem como lar para os funcionários e trabalhadores em Betel são muito adequados apesar de simples, embora os membros do corpo governante e trabalhadores mais velhos ou seniores tenham acomodações mais atractivas. Ninguém vive em luxo sumptuoso. Contudo, tanto Rutherford como Knorr foram criticados, de forma encoberta e abertamente, por terem mandado fazer para si mesmos aposentos atraentes e confortáveis enquanto ao mesmo tempo trabalhadores ordinários de Betel e da Fazenda do Reino eram por vezes obrigados a viver em quartos insuportavelmente quentes ou com aquecimento insuficiente.
A vida em Betel é altamente controlada. Um trabalhador acorda às 6:30 da manhã, ao som de uma campainha, e daí até à hora do almoço o seu esquema de trabalho será determinado por campainhas. Ele é chamado para as refeições pelas campainhas e, depois da oração, caracteristicamente começa a comer com apetite. Quando um estranho vê a família de Betel a tomar uma refeição, pode ter a impressão de que está a observar uma equipa de trabalhadores de uma quinta americana, à moda antiga, a devorar a sua comida antes de regressarem à colheita, em vez de estar a ver uma comunidade de trabalhadores Cristãos na 'Casa de Deus.' A razão é que o tempo reservado para as refeições é muito curto e se uma pessoa não come rapidamente a sua refeição, será interrompida por uma oração que conclui formalmente todos os pequenos-almoços, almoços e jantares. Afinal, espera-se que os trabalhadores de Betel não desperdicem tempo, nem mesmo ao tomarem as refeições nutritivas mas um tanto frugais que vêm da quinta da Watch Tower e são preparadas nas cozinhas de Betel.


Furman Street, 360

As refeições têm ainda outro objectivo. São as únicas ocasiões durante o dia em que a família de Betel se junta em enormes refeitórios. É nestas alturas que um texto bíblico é lido do livrinho Examine as Escrituras Diariamente; podem ser feitos comentários, podem ser transmitidas mensagens à 'família' de Betel e ocasionais correcções ou repreensões verbais podem ser dadas àqueles que cometeram alguma infracção ou caíram no desfavor dos membros do corpo governante. Contudo, as refeições hoje raramente são usadas como ocasiões para dar repreensões como eram no tempo de Rutherford e de Knorr.
A arregimentação tão evidente nos toques de campainhas e nas alturas das refeições representa apenas uma pequena parte do controlo a que são submetidos os trabalhadores de Betel. Conforme indicam as descrições de muitos que viveram e trabalharam ali, o pessoal da sede é uma comunidade altamente disciplinada. Os betelitas são designados para dar apoio espiritual a congregações na zona de Nova Iorque. Por isso, gastam muito tempo a viajar de e para reuniões, são encorajados a envolverem-se em actividades de proselitismo à noite e nos fins de semana, com as suas congregações, e pede-se-lhes que se preparem para participar e conduzir várias reuniões congregacionais. Nas noites de segunda-feira têm de assistir a um 'estudo da família' de Betel. Portanto, se eles cumprirem com estas obrigações, não terão tempo para mais nada senão 'servir a Jeová e à sua organização.' No entanto, é verdade que poucos conseguem viver à altura deste plano ideal, mesmo que tentem.

Moralismo

Quando jovens rapazes Testemunhas vêm para Betel como trabalhadores voluntários, são instruídos num conjunto de regras de conduta pessoal particularmente rigoroso. Isto é feito numa série de oito aulas que antigamente eram popularmente chamadas 'discursos dos novos rapazes.' Nesses discursos é-lhes dito que mantenham o cabelo curto e que se apresentem sempre arranjados de forma apropriada. Durante anos apenas os negros e os hispânicos americanos tinham permissão para usar bigode (hoje isso já não é assim), e actualmente ainda ninguém tem permissão para usar barba. As regras para o vestuário também são rigorosas. Embora seja muito comum os betelitas fazerem trabalho muito sujo, não podem aparecer mal vestidos fora dos edifícios da fábrica. No passado, mesmo ao irem e virem da área recreativa, tinham instruções estritas para não usarem calças de ganga nem ténis. Também significativo, particularmente nos tempos de Nathan Knorr, os 'novos rapazes' eram avisados contra os perigos da fornicação e, acima de tudo, da masturbação. Embora sejam poucos os líderes das Testemunhas que têm tanta preocupação com esse assunto como tinha Knorr, a pecaminosidade da masturbação ainda é um assunto que é trazido à atenção dos novos betelitas.


Complexo da fábrica

As mulheres que trabalham em Betel recebem uma disciplina muito similar. Conforme Barbara Grizzuti Harrison revela no seu relato autobiográfico da vida na sede da Watch Tower, intitulado Visions of Glory [Visões de Glória], isto já é assim há muitos anos. No entanto, elas provavelmente irritam-se menos com isso do que os homens. Geralmente, elas são empregues em arrumações dos quartos e trabalho de escrita e aceitam os seus papéis com passividade. Ao contrário de Maria Russell, não têm ilusões; sabem muito bem que nunca receberão quaisquer posições de autoridade administrativa nem acham que deviam recebê-las.
No passado, trabalhadoras solteiras tinham alguma procura como potenciais esposas. Durante o tempo de Rutherford, o casamento era desencorajado em Betel, tal como entre todas as Testemunhas de Jeová fora de Betel. Depois de Knorr ter casado, ele evidentemente sentiu que era razoável permitir a outros trabalhadores de Betel a liberdade para também se casarem. Ainda assim, até 1976, um Betelita não podia casar a não ser com outro Betelita e, mesmo assim, só o podia fazer se ambos tivessem passado muitos anos na sede em Brooklyn. Por isso, as mulheres solteiras normalmente escolhiam o seu marido de entre uma comunidade masculina muito vasta e eram tratadas com respeito. Apesar disto, muitas preferiram permanecer solteiras.
Desde 1976 as coisas alteraram-se dramaticamente. Nesse ano, trabalhadores de Betel que lá estivessem há um ano ou mais receberam permissão para escolher o cônjuge de entre toda a comunidade das Testemunhas e trazer os seus cônjuges para viver e trabalhar em Betel. Portanto, actualmente uma proporção elevada das mulheres na sede da Watchtower é casada.
Embora a maior parte do trabalho feito por mulheres em Betel tenda a ser monótono, em certos aspectos os homens têm ainda mais dificuldades. Tanto no tempo de Rutherford como no tempo de Knorr desenvolveu-se e institucionalizou-se a prática de colocar inicialmente novos trabalhadores em ocupações para as quais não tinham treino nem aptidão. Homens com pouca habilidade para coisas mecânicas eram por vezes designados para aprender tarefas altamente técnicas relacionadas com a impressão enquanto outros com uma boa educação e habilidade para a escrita podiam muito bem receber a tarefa de esfregar o chão ou limpar casas-de-banho. Isto era feito para ensinar a humildade e fazê-los compreender que o que realizavam era feito com a 'ajuda de Jeová' em vez de ser devido ao seu talento pessoal. É difícil saber se os líderes da Sociedade sabiam que estavam a imitar os Jesuítas nesta prática; provavelmente não sabiam.

Desistências



Fábrica e edifício Sands

A substituição de trabalhadores em Betel é grande. Até meados dos anos 70, quando homens e mulheres entravam em Betel, concordavam em ficar durante pelo menos quatro anos. Se abandonassem Betel antes disso, excepto por razões de saúde ou razões familiares graves, eram tratados como se fossem uns falhados em sentido espiritual e negavam-se-lhes temporariamente quaisquer privilégios [cargos] nas congregações com as quais se associavam depois. Apesar disto, muitos acharam muito difícil a vida institucional em Brooklyn. Segundo declarações públicas feitas por representantes oficiais seniores da Watch Tower, o tempo médio de permanência em Betel era de menos de dois anos por trabalhador, sem contar com o numeroso pessoal permanente. Como isto resultava em muitos deixarem Betel com um espírito amargo, e porque muitas vezes era baixa a moral entre aqueles que ficavam até completar o seu período de serviço, a Sociedade decidiu mudar o sistema.
Desde 1976, os trabalhadores que vão para Betel têm de concordar em ficar por apenas um ano, que é essencialmente um estágio. Depois disso, se deixarem boa impressão, podem escolher à sua vontade entre ficar ou ir embora. Vários relatos indicam que poucos permanecem mais tempo do que no passado,37 mas a sua saída provavelmente ocorre com menos ressentimento do que anteriormente. Seja como for, ainda é evidente que poucos conseguem tolerar durante muito tempo o estilo de vida altamente regulamentado. Por isso, depois de um ou dois anos na sede da Sociedade, eles geralmente saem de lá para casar, estabelecerem-se e integrarem-se na comunidade mais vasta das Testemunhas.
Apesar de tudo, não há dúvida que os trabalhadores de Betel aceitam aquele tipo de vida em Brooklyn com menos esforço do que o faria uma não-Testemunha. Muitos são filhos de famílias profundamente devotas ou são convertidos zelosos. Muitos foram pioneiros antes de virem para a sede. São indivíduos ideologicamente dedicados e altamente disciplinados a quem se ensinou a aceitar passivamente a autoridade. Mas existe outra razão igualmente importante para a esmagadora maioria se conformar àquilo que os seus supervisores ordenam. Jerry Bergman diz acertadamente a respeito da maior parte da comunidade das Testemunhas: 'Para as Testemunhas de Jeová hoje, a palavra Betel significa a sede da organização -- é onde está localizado o seu corpo governante, por meio de quem, na opinião das Testemunhas, Deus os dirige. Acreditam que Betel é um local sagrado que confere santidade tanto aos seus actuais residentes como aos que por lá passaram. Mesmo se uma Testemunha varreu o chão em Betel há dez anos atrás, ele ainda é um betelita e é visto como de algum modo mais justo, santo e sabedor das leis de Deus [do que as outras Testemunhas], independentemente de quantos anos de experiência um não-betelita possa ter tido como Testemunha de Jeová.'38 Portanto, ter servido durante um período completo em Betel dá à pessoa um grande prestígio entre os amigos e as famílias Testemunhas e, mais importante ainda, entre a Sociedade e os superintendentes de circuito.

Sexo e Álcool

Isto não significa que não existam problemas graves devidos à severidade do estilo de vida; esses problemas existem. Embora a promiscuidade sexual aberta não tenha sido comum, está longe de ser algo estranho para eles. Antes de 1976, existiam poucos casos de fornicação e adultério, mas desde essa data, com mais mulheres em Betel, ocorreram com mais frequência. Contudo, as infracções de natureza heterossexual nunca foram um problema tão sério como as de natureza homossexual. Ao longo dos anos têm havido vários casos notórios de homossexualidade provavelmente causados pela quase proibição do casamento de betelitas, mantida por muitos anos, e também, paradoxalmente, pelo facto de os chefes da Watch Tower, em especial Nathan Knorr, darem muitos sermões acerca dos males resultantes de 'homens se deitarem com homens.' De facto, Knorr, que parece ter tido uma fixação por pecados sexuais, mencionava de forma tão insistente os assuntos da homossexualidade e da masturbação aos trabalhadores da sede da Watch Tower, que somos forçados a questionar se ele próprio não tinha tendências homossexuais. Em certa ocasião durante os anos 70, quando um trabalhador foi desassociado e expulso de Betel por pederastia, Knorr descreveu as 'seduções' desse homem em termos de tal modo visuais quando estavam à mesa das refeições em Betel, que muitos dos presentes ficaram revoltados.39
Ainda mais sério é o uso constante do álcool. O Pastor Russell, um homem com poucos apetites, era vegetariano e abstémio. O Juiz Rutherford não era uma coisa nem outra e, conforme mostrado anteriormente, gostava de beber. Ele via a proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos como uma maquinação do Diabo e do clero e condenou-a publicamente.40 Por isso, depois de 1929, quando ele proclamou que os governos civis não tinham nenhuma autoridade concedida por Deus, altos funcionários da Watch Tower em Brooklyn arranjavam maneira de os betelitas da filial canadiana contrabandearem licor pela fronteira, de Toronto para Brooklyn.41 Assim, as bebidas alcoólicas quase se tornaram parte de um culto de machismo, no qual os novos trabalhadores eram rapidamente introduzidos. Estudantes da Bíblia de longa data, como Clayton Woodworth42 e Olin Moyle,43 levantaram objecções, e Nathan Knorr recusou-se a continuar com esse contrabando de rum do Canadá.44 Mas o Juiz não podia ser contrariado neste assunto nem em qualquer outro.


Complexo de escritórios

Desde a morte de Rutherford a bebida tem continuado a ser comum em Betel e os funcionários da Watch Tower que têm posses para isso, têm bares bem guarnecidos com licores dispendiosos. Mesmo Nathan Knorr, no seu estilo de homem de negócios, muito prático, ainda é lembrado por muitos betelitas, missionários da Watch Tower e antigos amigos pessoais pelo Bell Scotch whiskey com vinte anos, que ele costumava servir a hóspedes especiais. Portanto o uso de álcool tem grande valor social em Betel e muitos trabalhadores, incluindo altos funcionários da Watch Tower, bebem regularmente quando estão com outras pessoas. Além disso, é bem sabido que vários betelitas proeminentes, incluindo a esposa de um membro do corpo governante e a esposa de um membro sénior da Comissão de Serviço da Sociedade, tiveram problemas com o alcoolismo.
Curiosamente, a Watchtower [em português: A Sentinela] admitiu recentemente o problema que muitas Testemunhas de Jeová têm com o abuso do álcool. Ameaçaram com medidas radicais os anciãos que bebem mais de 'um copo ou dois de vinho' de uma vez só. Mas, curiosamente, a Sociedade ainda tem uma posição menos severa em relação ao excesso de bebida do que em relação ao tabaco;45 e quando torna conhecidas as suas preocupações acerca do alcoolismo, nunca admite que muitas Testemunhas de Jeová na 'Casa de Deus' em Brooklyn parecem beber tanto, ou ainda mais, do que outras Testemunhas norte-americanas.
A disciplina rigorosa e a pobreza também provocam tensão de outras formas. Por vezes os trabalhadores aborrecem-se com as regras pelas quais têm de viver e devido à falta de calor humano entre os membros da família de Betel. Aqueles que falam abertamente ou exteriorizam os seus sentimentos são frequentemente chamados 'Bas,' ou trabalhadores com más atitudes [em inglês: bad attitudes]. Contudo, estes têm de ter cuidado com o que dizem, senão arriscam-se a ser denunciados aos seus superiores por betelitas fanáticos. Estes betelitas fanáticos são chamados 'Bethel jacks' -- um termo semelhante à alcunha 'Jack Mormons,' que tem implícita uma certa conotação de desdém e desprezo. Mas, quer sejam vistos de forma negativa ou não, estes sujeitos têm uma função muito importante em manter os descontentes ou potenciais descontentes em sentido.

Falta de Dinheiro e Rivalidades

Alguns trabalhadores têm falta de dinheiro visto que a Sociedade só lhes paga uma ninharia.46 Contudo, alguns dos seus colegas dizem abertamente que recebem regularmente um apoio substancial das suas famílias. Conforme é sobejamente conhecido, os membros do corpo governante e outros altos funcionários recebem com muita frequência donativos substanciais quando viajam e discursam para a vasta comunidade das Testemunhas de Jeová. Assim, existem discrepâncias significativas naquilo que cada um ganha em Betel. Os quartos de trabalhadores mais pobres são muitas vezes espartanos no mobiliário e não têm ar condicionado. Os seus irmãos mais abastados vivem num luxo maior e quase sempre têm ar-condicionado, tão importante nos Verões quentes de Nova Iorque.
As diferenças nas acomodações de uns e de outros causam algum ressentimento. Mais importante ainda é o facto de trabalhadores pobres terem pouco dinheiro para gastar em coisas para si mesmos, ou em qualquer forma de recreação. Por causa disto, alguns aceitaram o que é chamado 'G-jobbing,' isto é, trabalhos fora de Betel, à tarde ou à noite, para conseguirem alguns dólares para si mesmos. Contudo, a Sociedade não gosta mesmo nada dos que aceitam esses trabalhos; antigamente eles eram seriamente repreendidos se fossem descobertos e em anos mais recentes essa prática parece ser o suficiente para eles serem despedidos de Betel. Apesar disso, os betelitas dizem que ainda há quem faça esses trabalhos fora de Betel.
Nenhum dos aspectos mencionados anteriormente é o mais acentuado na vida em Betel. O mais importante é a política institucional. O clima descrito tão vivamente por William Schnell como sendo um 'sistema de espiões'47 está bem vivo actualmente, segundo diz Randall Watters.48 Conforme Raymond Franz e muitos outros descobriram, qualquer coisa que seja interpretada como dissidência ou deslealdade pode ter sérias repercusões. Igualmente significativa é a existência de muita politiquice mesquinha e rivalidade pessoal entre altos funcionários da Watch Tower e as respectivas esposas. Por vezes são ciúmes e rivalidades sobre pequenas coisas, como por exemplo quem fica com determinado quarto ou apartamento. De facto, existe muita rivalidade pessoal pouco saudável na sede da Watch Tower, bem como a animosidade que seria de esperar em qualquer atmosfera autoritária, quase monástica e burocrática deste tipo. Ainda assim, do ponto de vista do corpo governante das Testemunhas de Jeová, Betel serve bem o seu propósito. Produz literatura e ajuda o corpo governante a cumprir os seus objectivos. Sem dúvida os membros do corpo governante encaram as restrições, tensões e politiquices mencionadas acima como apenas de somenos importância face ao seu trabalho de pregar as boas novas do reino de Cristo. Apesar de tudo, a maioria dos betelitas concorda com eles.

M. James Penton

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ex - Testemunha de Jeová Diz o Que Passou Nessa Seita


Desiludido, em meio a devaneios e com o coração em pedaços por não ter sido correspondido com uma pessoa a quem eu tanto amava...
Assim era minha situação quando fui "interceptado" por duas pessoas na porta de minha casa que começaram a mim falar de um futuro promissor para todas as pessoas puras e sinceras de coração. Eu estava inconformado com minha situação sentimental naquela época , e por isso aceitei um "estudo" com aquelas pessoas que se identificavam como "Testemunhas de Jeová".
O inicio foi um tanto duro, pois meus pais eram católicos e não aceitavam a idéia de eu mudar de religião.
Meu pai fez uma tentativa inicial de me desestimular a continuar aquele estudo, me mostrando um artigo que falava sobre "Russel" em uma revista mensal que ele assinava, denominada "Catolicismo".
As graves acusações feitas naquele artigo, não surgiram muito efeito sobre mim. Por quê?
Porque eu me recusava a acreditar que aquelas pessoas amigáveis, com um sorriso constante pudessem ser representantes de uma religião enganadora... ainda mais porque estavam constantemente a me conformar com palavras confortáveis acerca dos meus problemas sentimentais.
Comecei então a freqüentar o "Salão do Reino".
Nas primeiras vezes que fui, foi demais!!! Todas as pessoas vinham ao meu encontro para mim cumprimentarem e se apresentarem . Quão satisfeito fiquei! Cheguei a conclusão que ali as pessoas eram amorosas e atenciosas umas com as outras... finalmente havia encontrado minha verdadeira família, pensei...
Os estudos comigo continuavam. Eu percebia um ligeiro excesso de atenção por parte dos meus instrutores, pois eles eram pontuais, e não faltavam a um estudo sequer.
Estranhei aquela atitude, pois jamais havia encontrado pessoas tão atenciosas em relação a minha pessoa daquela forma. Há se eu soubesse desde aquela época que a causa daquela atenção era um tal de "relatório de serviço de campo"...
O fato é que eu me senti amado por aquelas pessoas.
Meus pais e amigos do mundo já não me criticavam mais frente a frente, mas somente por terceiros. Eu comecei a me sentir afastado tanto de meus amigos como de meus familiares, mas ao mesmo tempo tentava explicar à eles o quão amorosas eram as Testemunhas e Jeová, e cheguei até a pensar que poderia, um dia, levá-los para lá também.

O tempo foi passando, e sem que eu percebesse, fui me envolvendo mais e mais com as Testemunhas de Jeová no que se refere ao companheirismo.
Certa vez uma pessoa se aproximou de mim e me mostrou o que estava escrito em João 1:1
Foi a primeira vez que tomei um "pequeno susto" sobre a doutrina em que eu estava.
Corri com aquela passagem ao meu instrutor (achando que ele não soubesse) .
A explicação que me foi dada, foi que as bíblias do mundo inteiro continham erros, a não ser a de fabricação própria deles.
Maravilha, pensei! As TJ são realmente pessoas instruídas e cultas... conhecem até termos em grego e hebraico !!! Então reforcei mais ainda minha fé naquela organização.
O tempo foi passando até que depois de um ano de estudo, foi me revelado a existência e o real significado do "relatório de serviço de campo", que é o sair batebdo de porta em porta oferecendo aquelas revistas que todos aqui já conhecem ... é claro que eu não iria ficar a eternidade sem saber!..
Isso ocorreu em um dia quando eu estava a estudar com meu "amoroso e atencioso" instrutor .
Ali, em meio ao estudo, chegou uma outra TJ (que já tinha se tornado um grande amigo meu) em minha casa e fez uma piadinha com meu instrutor. Ele disse :
"XXXXX, já chega de fazer horas em cima dele!!! vamos jogar uma bolinha agora!!!"
"Fazer o que???" ,indaguei.
"Ué, até hoje seu instrutor não lhe disse o que é o relatório de serviço de campo? Ainda mais agora em que você está prestes à se tornar um publicador não batizado?" ,respondeu meu amigo.
Então fiquei ali conversando de 10 ou 15 minutos. Soube então qual era o real significado dos "relatórios " . Fiquei com uma "Jaca entalada na garganta" ao saber então que desde o início meu instrutor não me amava e se interessava por mim "exatamente da maneira" que eu pensava, mas sim, que havia um outro pequeno interesse por trás de todas aquelas visitas....
Senti muito mal, mas já havia, com o tempo, aprendido a gostar daquelas pessoas e fiquei sem jeito de sequer dar uma "ralada" em meu instrutor por não ter me dito desde o inicio que ele dava "satisfação" aos outros das horas que estudava comigo. Pela primeira vez havia descoberto algo de "estranho" na organização, pensei.
Meio já envolvido com aquela turma, me tornei "publicador não batizado", onde ao mesmo tempo conheci uma pessoa que viria a ser minha noiva no futuro.
Passei seis meses "anestesiado" com a organização e o serviço de campo. Eu sentia satisfação em bater de porta em porta e "vencer objeções" com os mais incautos. Eu achava que Jeová se orgulhava da minha pessoa como defensor de sua palavra; a verdade.
Meus discursos eram excepcionais. Meus irmãos diziam que logo haveria mais um ancião naquela congregação.
Até que um determinado dia, depois de meu batismo, no serviço de campo, comecei a argumentar com um morador sobre a questão do sangue. O homem, nada simplório, não se entregou aos meus argumentos (será que eram meus mesmo?) acerca do sangue. Ao contrário disso, ele sem bíblia sem nada , simplesmente com palavras mansas, começou a questionar a posição das TJ em relação ao sangue e o que Deus pensava de tal assunto.
Pela primeira vez na minha comecei a desconfiar que poderia haver algo questionável na organização.
Comecei a analisar tal doutrina mais a fundo, e cheguei a conclusão de que realmente poderia ter algum furo, visto que havia a mão de homens no meio. Cheguei então à conclusão que a doutrina da abstinência do sangue, segundo as TJ estava equivocada. Eu nem pensava em discutir isso com minha noiva pois a mesma, bem como sua família eram extremamente "teocráticos" . Qualquer assunto fora dos padrões da organização eram considerados heresias.
Mas, mesmo assim, não deixei passar a questão do sangue em branco. Continuava estudando.
Eu nem sonhava que existiam "apóstatas" da "verdade" e portanto eu não tinha referências a não ser a própria bíblia.
Então, na minha condição de "apóstata amador" ( J), escrevi uma carta anônima aoS lideres sobre o sangue. Tratava-se de um diálogo fictício entre um servo ministerial e um ancião.
A esta altura eu já havia notado que meus irmãos não eram tão "cultos" como eu pensava no início, mas sim que seus argumentos eram repetitivos e mecânicos , baseados nos livros tais como o "raciocínios".
Eu achava que Jeová havia me escolhido para produzir uma reforma na organização... achava que estava sozinho no mundo. Pensava que os membros do CG não haviam considerado a minha linha de raciocínio a respeito do sangue , e que portanto poderiam cair em si , e anular esse dogma anti bíblico. Cheguei até mesmo a pensar que eu iria fazer parte dos 144.000 por ter sido um "canal especial" usado por Jeová para corrigir alguns erros de sua organização !!!
Mandei várias vezes essa mesma carta. E...nada!!!!
Ao contrário disso vinham eram orientações aos irmãos que eram passadas aos anciãos em discurso no sentido de tomar cuidado com os apóstatas, pois o cerco estava se apertando!
Eu fiquei muito triste e desanimei, pois me sentia "um" contra "milhões".
Depois de ter já marcado a data de meu casamento, continuei em meus estudos usando apenas a bíblia , pois como disse, não tinha nenhum outro referencial a não ser ela.
Então, descobri outra coisa estranha... tratava-se do retorno de Cristo em 1914, segundo as TJ.
Lendo o capitulo 24 de Mateus notei que Cristo anunciou que haveriam guerras, fome, pestilências, falsos Cristos, falsos profetas, terremotos, e DEPOIS; somente ENTÃO é que veríamos Cristo descendo nas nuvens com poder e grande glória. As TJ pregam tal coisa de forma invertida, ou seja, Cristo voltou em 1914 e DEPOIS tais coisas como terremotos e aparecimentos de falsos Cristos começaram a acontecer.
E agora? Pensei.
Pela primeira vez em minha vida estava min sentido sozinho, apesar de tantos irmãos à minha volta .
No que diz respeito ao serviço de campo, comecei a notar alguns comentários estranhos por parte de meus irmãos.
Já não eram mais " Vamos pregar e alertar as pessoas do final dos tempos", mas sim "minhas horas estão fracas esse mês, preciso te acompanhar em seus estudos", ou ainda "Vamos trabalhar mais 15 minutos, pois assim completaremos duas horas de registro hoje.""
Comecei a me sentir mal com essas coisas.
Quando saia no campo, sabia que seria obrigado a defender as doutrinas relativas a 1914 ou a questão do sangue, mesmo sentindo no meu interior que estavam erradas . Ou seja, eu seria obrigado a enganar as pessoas.
Até que um dia comecei a acessar a Internet... ai descobri que não estava mais sozinho e que existiam muitas pessoas que pensavam como eu .
Posso dizer que "a gota d"agua" foi quando li um artigo na net dizendo que os lideres das TJ não tinham Jesus Cristo como mediador legal entre Deus e os homens. Ali ele citou algumas "Sentinelas" como referencias. Referências essas que foram prontamente investigadas e confirmadas por min em pesquisas.
Lembro-me até hoje daquele dia. Meu estômago começou a embrulhar e eu nem mesmo consegui jantar... sentia uma indescritível vergonha de mim mesmo, por ter sido enganado tanto tempo.
Meu instrutor, que era o ancião residente da congregação , também era o pedreiro que estava construindo a minha casa; o meu futuro lar como homem casado.
No outro dia (Sábado) fui bem cedo na obra e o chamei para dialogarmos.
Ali, expus tudo o que havia descoberto na Net, bem como minha idéias sobre a organização.
É claro que eu já esperava que ele não conseguiria refutar aquelas matérias... uma porque eram verdades, e outra porque não lhe foi ensinado pela organização a se defender de tais matérias.
Depois de um extenso diálogo, meu instrutor deu um profundo suspiro e me disse:
"José, , mesmo que me mostrassem que 80% dos ensinamentos da organização são falsos e apenas 20% são verdadeiros, eu ainda assim continuaria na organização".
O diálogo parou ali e fingi concordar com ele.
Uma vez que eu já havia mostrado que tinha entrado em contato com os apóstatas não seria boa idéia uma discussão. Ao invés disso , disfarcei; Eu disse a ele que iria queimar todo aquele material "apóstata" e que nunca mais tocaria no assunto.
Mas eu já estava em um grande conflito espiritual. Não sabia com quem conversar, e então decidi trocar umas idéias com outro TJ; amigo mais intimo meu.
Esse amigo me surpreendeu pois ele concordou em grande parte comigo sobre os erros da organização. Em meio ao nosso diálogo eu perguntei o que ele achava de pregar aqueles ensinamentos às pessoas de porta em porta mesmo sabendo que estavam errados. Sua resposta:
"José, eu transmito às pessoas aquilo que s lideres me pedem para transmitir.... agora, caberá a cada morador interpretar se aqueles ensinamentos são corretos ou não".
"Sem comentários", pensei comigo.
Nesse momento parei de dialogar com ele e vim embora para minha casa.
Eu já havia decidido em meu coração que não ficaria mais naquela organização falsa e opressiva.
Mas havia pelo menos uma pessoa que eu queria tirar de lá. MINHA NOIVA.
Uma porque eu a amava muito e outra porque nosso casamento já estava praticamente todo organizado. Convites prontos, festa paga, enxoval pronto, vestido e terno alugados, aluguel do clube pago, etc e tal...
No outro dia fui até a casa dela e comecei uma conversa bem sutil em termos apóstatas.
Esse diálogo "sutil", durou mais ou menos uma semana. A reação negativa que ela teve foi cerca de dez vezes maior do que eu esperava.
Resultado: Nós terminamos e eu me dissociei através de uma carta entregue por minha mãe ao meu instrutor e "mestre de obras" da minha casa.
Joguei tudo pelo ares pois em minha mente somente vinha duas palavras: Verdade e liberdade.
Depois de dissociado, realmente foi difícil superar tal trauma!
O principal sentimento ruim era a perca de minha noiva, mas havia também os meus irmãos de fé.
Eu saia às ruas temendo encontrar a todo momento meus ex-irmãos (amigos) e os verem virando seu rosto para min. Parece que ficar em casa era a melhor coisa a ser feita, pois tinha medo de encarar a realidade.
REALIDADE? Qual era ela? Era o fato de eu ter saído de uma doutrina enganosa. E foi baseado nesse firme pensamento que consegui superar essa difícil fase da minha vida.
Sinto ainda alguns "efeitos colaterais" , mas já estão em menor intensidade. O tempo, bem como o raciocínio lógico são os melhores remédios que existem para esses casos.

http://www.geocities.com/realidadebr/depoimentos/minhaexperiencia.htm

sábado, 22 de janeiro de 2011

A Proibição do Sangue


A  WACHTOWER [A Sentinela - edição americana] de 1 de Julho de 1951, p. 414, numa extensa coluna intitulada “Pergunta dos Leitores,” argumentou enfaticamente que as Testemunhas de Jeová têm de se abster de transfusões de sangue. Em vista do medo óbvio de responsabilidade legal, a observação que precede essa seção é interessante:
“Um caso judicial recente, envolvendo testemunhas de Jeová e a sua posição a respeito das transfusões de sangue, provocou comentários generalizados na imprensa pública e entre as pessoas em geral. Foram levantadas muitas questões. As mais frequentes foram as seguintes, e vieram de várias localidades.”
Note que este artigo foi publicado um ano e meio antes do artigo que levantou a proibição sobre as vacinas. Portanto a proibição sobre as vacinas ainda estava em vigor. Não admira que os argumentos usados sejam idênticos àqueles usados para proibir as vacinas.
“Quais são as bases das Escrituras para recusar as transfusões de sangue?
Jeová fez um pacto com Noé a seguir ao Dilúvio, no qual estava incluída esta ordem: ‘A carne com a vida nela, que é o sangue que está nela, não deveis comer.’ (Gén. 9:4)”
Contudo, enquanto a “nova luz” de 1952 disse que uma vacina não era uma violação do pacto de Deus com Noé, as transfusões de sangue eram. Génesis 9:4 ainda é fundamental para o argumento usado pelas Testemunhas de Jeová contra o uso médico do sangue.
Tal como a Sociedade usou muitos “argumentos médicos” contra as vacinas, propaganda negativa a respeito do sangue enche a literatura da Watchtower atualmente. O artigo de 1951 disse:
“E que os entusiastas das transfusões que têm um complexo de salvação ponderem o fato de em muitas ocasiões as transfusões fazerem mal, espalharem a doença e causarem mortes que, claro, não são publicadas.”
E finalmente, para se protegerem a si mesmos contra o ímpar caso dos tribunais:
“Cada um decide por si mesmo, e assume a responsabilidade pela sua decisão. As testemunhas de Jeová consagram as suas vidas a Deus e sentem-se vinculadas à sua palavra, e com estes pontos em vista, elas decidem individualmente o seu caminho pessoal e assumem a sua responsabilidade pessoal por isso perante Deus.”
Que a Watch Tower Society não mudou a sua opinião a respeito das vacinas, mas recebeu meramente “nova luz” para evitar responsabilidades legais pelas mortes, é evidente na The Watchtower [A Sentinela - edição americana] de 1 de Novembro de 1961, p. 670:
• Como a Bíblia proíbe que se coma o sangue, como é que os Cristãos devem encarar o uso de soros e vacinas? A Sociedade mudou o seu ponto de vista neste assunto? J.D., U.S.A.
A Bíblia é muito clara ao dizer que o sangue só podia ser usado corretamente no altar, nas outras situações devia ser derramado no chão. (Lev. 17:11-13). Toda a prática médica moderna envolvendo o uso do sangue é objetável do ponto de vista Cristão. Por essa razão, é errado receber uma tranfusão de sangue ou, em vez disso, a infusão de alguma fração do sangue para suster a vida de uma pessoa.
Quanto ao uso de vacinas e outras substâncias que podem envolver de algum modo o uso de sangue na sua preparação, não se deve concluir que a Watch Tower Society apoia isto e diz que a prática é correta e própria. Contudo, a vacinação é uma prática virtualmente inevitável em muitos segmentos da sociedade moderna, e o Cristão pode encontrar algum conforto nestas circunstâncias no facto de este uso não ser realmente um processo de alimentação ou nutrição, que é o que foi especificamente proibido quando Deus disse que o homem não devia comer sangue, mas é uma contaminação do sistema humano.
Portanto, conforme foi afirmado na The Watchtower [A Sentinela - edição americana] de 15 de Setembro de 1958, página 575, “Seria portanto um assunto de decisão pessoal se uma pessoa deve aceitar esses tipos de tratamento ou não.” Esse ainda é o ponto de vista da Sociedade sobre o assunto. — Gál. 6:5.
Contudo, o Cristão maduro não tentará encontrar nisto uma justificação para tantos outros usos médicos do sangue quanto possível. Antes pelo contrário, reconhecendo que toda a prática é objetável, ele ficará tão longe disso quanto possível, solicitando outro tratamento onde tal estiver disponível.”
Tão recentemente como em 1961, as vacinas ainda eram “erradas,” mas não o suficiente para a Sociedade arriscar responsabilidade legal. Chamava-se às vacinas “contaminação,” mas não eram — e note bem este ponto — consideradas um processo nutritivo.
O facto de tomar vacinas e soros não ser o mesmo que comer sangue é um “conforto” e deixa o assunto nas mãos do indivíduo — ou pelo menos é isso o que a Watchtower Society diz.
Aliás, não é este o caso com as transfusões de sangue. Até hoje, a proibição do sangue é baseada na afirmação da Watchtower Society de que uma transfusão de sangue é o mesmo que comer sangue:
“Um paciente no hospital pode ser alimentado pela boca, pelo nariz, ou pelas veias. Quando são dadas soluções de açúcar intravenosamente, chama-se alimentação intravenosa. Portanto, a própria terminologia do hospital reconhece como alimentação o processo de introduzir nutrição no nosso sistema pelas veias. Assim, o assistente que administra a transfusão está alimentando o paciente com sangue através das veias, e o paciente que o recebe está comendo sangue pelas suas veias.” (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 1 de Julho de 1951, p. 415)
Mais uma vez devemos ter presente que as pessoas que fazem estas afirmações são as mesmas que anos antes tinham dito que “pessoas ponderadas prefeririam ter varíola em vez de serem vacinadas,” e argumentaram que uma amigdalite era pior do que o suicídio com uma faca! A perícia médica deles devia ser encarada com alguma reserva (estamos a ser benévolos), e não existe evidência de que o entendimento da Bíblia deles fosse muito melhor. Certa vez a The Golden Age [A Idade de Ouro] descobriu que a expressão Hebraica para “uma língua” em Génesis 11:1 significa literalmente “um lábio,” portanto a revista concluiu: “O lábio deles deve ter sido feito da mesma maneira geral...” (13 de Julho de 1927, p. 663).
A proibição do sangue tornou-se gradualmente uma instituição das Testemunhas de Jeová. Uma longa lista de regras e regulamentos a respeito do sangue foi estabelecida ao longo dos anos, da qual estes são alguns exemplos:

  • As Testemunhas de Jeová são obrigadas a verificar junto do homem do talho se existe alguma hipótese de a carne que é vendida vir de animais que não foram devidamente sangrados. Mais, elas terão de descobrir que palavras são usadas para produtos derivados do sangue na sua área, e verificar junto do produtor em caso de dúvida. (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 1 de Novembro de 1961, p. 669)


  • As Testemunhas de Jeová têm de se certificar que o peixe é devidamente sangrado. (ibid.)


  • As Testemunhas de Jeová não podem alimentar os seus animais de estimação com comida que contém sangue, nem pode um animal de estimação receber uma transfusão de sangue. (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 15 de Fevereiro de 1964, p. 127)


  • As Testemunhas de Jeová não podem permitir que uma sanguessuga se alimente do seu próprio sangue. (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 15 de Junho de 1982, p. 31)


  • As Testemunhas de Jeová não podem usar fertilizante que contenha sangue (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 15 de Outubro de 1981, p. 31)


  • Uma Testemunha de Jeová que possua um estabelecimento comercial não tem permissão de vender produtos derivados do sangue (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 15 de Julho de 1982, p. 26)


  • As Testemunhas de Jeová não podem armazenar o seu próprio sangue antes de uma operação (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 1 de Março de 1989, p. 31)

  • Junte-se a isto o fato de ao longo dos anos várias regras especiais terem sido estabelecidas, especificando quais as componentes do sangue que são ilegais e quais as que são “um assunto de consciência,” e quais são os procedimentos médicos envolvendo sangue que são ilegais e quais os que são “um assunto de consciência.” Vê-se facilmente porque é que este é um campo complicado para uma Testemunha de Jeová que deseja permanecer leal à Watch Tower Society.
    E têm de ser leais. Se uma Testemunha de Jeová decide salvar a sua vida, a da sua esposa ou a dos seus filhos de forma contrária às regras da Watchtower, ele seria desassociado da congregação, o que obrigaria os seus amigos e família a ostracizarem-no.
    • Em vista da seriedade de introduzir sangue no sistema humano através de uma transfusão, será que a violação das Escrituras Sagradas neste aspecto sujeita o pessoa dedicada e batizada que recebe uma transfusão de sangue a ser desassociada da congregação Cristã?
    As Escrituras Sagradas inspiradas respondem que sim.” (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 15 de Janeiro de 1961, p. 63)
    No caso de alguém considerar a hipótese de quebrar esta regra em segredo, pode estar certo de que Deus não o vai deixar escapar. A Watch Tower Society insinuou que Deus puniria os pais por uma transfusão de sangue deixando que o seu filho nascesse morto! E se a criança sobrevivesse, eles morreriam todos mais tarde no Armagedom:
    “Esforços para salvar a vida por meios contrários às Escrituras nunca podem produzir resultados bons duradouramente. Quão néscio é pensar que uma pessoa pode salvar a vida violando as leis do Dador da vida! Embora isso possa ter resultados aparentemente benéficos no momento, pode depois acarretar uma doença e bebés que nascem mortos como resultado direto de tal modo de proceder néscio. Mesmo se não ocorre nenhum dano físico para o paciente nem para os seus filhos, a violação da lei de Deus compromete seriamente a oportunidade de uma pessoa ganhar a vida eterna no novo mundo de Deus.” (The Watchtower [A Sentinela - edição americana], 15 de Setembro de 1961, p. 565)
    A Watch Tower Society está desesperadamente decidida a impedir as Testemunhas de Jeová de “poluirem o seu corpo” por qualquer meio.

    Jan S. Haugland

    sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

    Ocultismo na Torre de Vigia


    A SOCIEDADE TORRE DE VIGIA, que lidera a obra das Testemunhas de Jeová no mundo inteiro, foi acusada de envolvimento com o ocultismo esotérico ao colocar certos desenhos ocultos nas gravuras de suas revistas e livros. O membro que fez tal acusação, o sr. Darek Barefoot, foi sumariamente desassociado (banido) do Salão do Reino e proibido de divulgar a sua descoberta. Todos os seus parentes que tomaram conhecimento de suas pesquisas também foram desassociados por não terem comunicado à Sociedade de antemão.
    Entre as Testemunhas de Jeová prevalece um código de silêncio em que a Sociedade Torre de Vigia obriga os demais membros a cortarem relações com o membro desassociado do grupo, até mesmo negando-lhe a fala! Nem mesmo é permitido cumprimentá-lo! (A Sentinela l5.l2.81). Todas as Testemunhas de Jeová observam fielmente este "código" com medo de serem desassociadas. Desta forma, a Sociedade fica protegida e o assunto é esquecido. Outras vezes, ela publica em suas revistas matérias para alertar os seus membros a não darem ouvidos a boatos ou rumores infundados sobre ela. Foi assim com a revista "Despertai!" de 8.2.89, em que a Sociedade escreveu que era ridículo tal assunto sobre imagens ocultas em suas literaturas, e que os leitores não deveriam dar crédito a tais acusações. Desta forma encerrou o assunto. Contudo, em outra edição, procurando atacar a igreja católica e suas imagens de Maria, ela disse que uma "organização que assume um papel significante no mundo deve estar disposta a ser esmiuçada e criticada, e que os que criticam têm a obrigação de ser verdadeiros na apresentação dos fatos " (V. "Despertai!" 22.l2.84 p. 28)
    Mas, aplica a Sociedade Torre de Vigia este princípio a si mesma? (Romanos 2:21).  Isto não parece acontecer; pois, ao escrever novamente sobre a igreja católica e suas imagens de mãe e filho da Virgem Maria, disse que "as similaridades com a deusa pagã Ísis são numerosas demais para serem meras coincidências". ( Sentinela l.7.91, p. 7).
    A fusão de imagens consiste num processo em que um desenhista habilidoso consegue executar um desenho principal sem que um outro secundário seja notado abertamente. Isto acontece ao se transformar o desenho secundário em rugas ou traços que confundem a visão do observador leigo. Assim, são colocados outros desenhos e certas letras esotéricas que transmitem idéias e ensinamentos herméticos.
    Este artifício foi utilizado amplamente por escritores e pintores renascentistas para fugirem das críticas e perseguições da Igreja na época da escuridão religiosa. Pintores famosos, tais como: Leonardo Da Vince e Miguel Angelo usaram amplamente esses métodos em suas pinturas famosas. (Ex.: "A Última Ceia", "A Criação do Mundo", etc.). No Brasil, um escultor famoso, conhecido como "Aleijadinho", usou muitos sinais cabalísticos para divulgar secretamente a sua identidade com a Maçonaria Templária, que era perseguida pela igreja católica naquela época. Esse escultor, mesmo trabalhando para a igreja católica, deixou suas "marcas maçônicas" em suas obras de arte. Até mesmo os nomes de seus "Onze Profetas" formam o seu nome, numa espécie de acróstico: "Aleijadinho"! Os dedos de alguns dos seus profetas estão dispostos de certa forma que lembra a letra "M" ( de Maçonaria), que era uma forma secreta de comunicação entre os maçons do século XVIII. Este código é usado amplamente pela Sociedade Torre de Vigia em suas ilustrações. Coincidência? Dificilmente poderia ser coincidência, já que as incidências são "numerosas demais". Vejamos: Letras Esotéricas: "A", "E", "ES"
    Essas letras são usadas por várias sociedades secretas e têm vários significados. Entre eles, podemos ver a letra "A" significando uma espécie de sociedade que prevaleceu no período Hippie: a "Sociedade Alternativa". Representa também um talismã (pentáculo) onde o nome do portador é posto entre as pernas desta letra para sua proteção. Representa também o "pentagrama", ou estrela de cinco pontas, que é o símbolo esotérico do homem perfeito e, de forma invertida, representa o diabo ou o homem decaído.
    A letra "E" representa o mesmo pentagrama, pois é a Quinta (5) letra do alfabeto hebraico antigo e do alfabeto grego e latino! As letras "ES" ou "S E" juntas aparecem no "Manual de Magia" , de Papus, como representando o nome cabalístico do Sol. Também, entre os Dervixes, uma seita mágica dos muçulmanos, essas letras simbolizam o Deus Absoluto (En Soph ou "ES") – Veja o livro "Os Sufis", da editora Cultrix.
    Essas letras aparecem com certa freqüência em várias figuras que ilustram os livros e revistas da Sociedade Torre de Vigia. Elas podem ser vistas com certa facilidade em alguns desenhos, uma vez conhecido o seu segredo, ou seja, procurando-as entre o desenho principal!

    Pr. Hélio Eduardo de Souza

    quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

    Invalidando a Palavra de Deus


     
    "É impossível calcular o dano moral, se é que posso chamá-lo assim, que a mentira mental tem causado na sociedade. "
    Thomas Paine

    O Corpo Governante das Testemunhas de Jeová tem ensinado sobre a necessidade de cada um deixar que a Palavra de Deus guie seus passos. A revista A Sentinela considerou, em forma de estudo, na edição de 1º de Maio de 2007 o artigo “Deixe a Palavra de Deus Guiar Seus Passos” (pp 14-18).
    Não resta dúvida de que o cristão para obter o favor de Deus e ser bem-sucedido na vida precisa se deixar guiar pelos princípios oriundos da Palavra de Deus. Cabe, porém, um alerta para aqueles que, porventura, estejam se associando com as Testemunhas de Jeová:

    SEJAM CAUTELOSOS; NÃO ACREDITEM SEM COMPROVAÇÃO; TENHAM MENTE ABERTA.

    Algumas perguntas são apropriadas antes de começarmos a considerar partes do artigo citado:

    1. Baseiam, realmente, as Testemunhas de Jeová seus ensinamentos na Palavra de Deus, a Bíblia?
    2. Se a resposta for afirmativa, será que vivem em conformidade com o que ensinam?
    3. Até que ponto a hipocrisia tem influenciado esta religião?

    Façamos, agora, um escrutínio no artigo em questão para avaliarmos o grau de “verdade” na doutrina jeovista.

    “Qualquer pessoa que tentar dirigir o próprio passo sem aceitar ajuda qualificada inevitavelmente ficará frustrada. Sem dúvida, a humanidade precisa de orientação!”... “Não resta dúvida: Jeová dá a melhor orientação. Mas como exatamente ele faz isso?” – [§§ 2,3]
    É fato que, tentar o ser humano guiar a si próprio não resulta, e nem nunca resultará, num mundo melhor. Somos como “objetos” que necessitam de um manual de instruções para evitar danos no manuseio.
    Depois de prefaciar muito bem, o Corpo Governante pergunta “como” Jeová orienta as pessoas.
    É nesta pergunta que mora o perigo. Será a partir daqui que os “barões do conhecimento” farão toda a manipulação necessária para encarcerar a consciência daqueles que jazem acorrentados à política exclusivista e arbitrária da Watch Tower Society (Sociedade Torre de Vigia).

    “As declarações e os lembretes de Deus encontram-se na Bíblia, e podem nos ajudar a vencer obstáculos que talvez apareçam em nosso caminho...Ao enfrentarmos os desafios do dia-a-dia, princípios encontrados na Bíblia devem guiar nossos passos para tomarmos decisões sábias e evitarmos as armadilhas deste mundo...Vejamos mais de perto como as declarações de Deus, encontradas na Bíblia, podem ser lâmpada para nosso pé e luz para a nossa senda.” [§§ 4,5]
    De acordo com as palavras da liderança jeovista, acima, todo e qualquer princípio que possa ‘nos ajudar a vencer obstáculos’ e os ‘desafios do dia-a-dia’, bem como a tomar ‘decisões sábias e evitarmos armadilhas do mundo’, só podem ser encontrados na Bíblia. Mas é justamente aqui que começam as discrepâncias.
    O fundador da organização hoje conhecida como Testemunhas de Jeová, Charles Taze Russel, não pensava assim. Segundo ele, os escritos da organização é que davam todo o suporte para a salvação aos “verdadeiros” cristãos. Vejamos o que ele disse:

    "Além do mais, não só achamos que as pessoas não podem visualizar o plano divino ao estudar a Bíblia em si mesma, mas entendemos outrossim que se alguém põe de lado o "Studies in the Scriptures"*, mesmo depois de os ter usado, depois de ter se familiarizado com eles, depois de os ter lido por dez anos -- se então os põe de lado e ignora e vai para a Bíblia sozinho, embora já entenda a Bíblia há dez anos, nossa experiência demonstra que ele vai para as trevas dentro de dois anos. por outro lado, se ele tivesse simplesmente lido o "Studies in the Scriptures"com suas referências, e não tivesse lido uma página da Bíblia, semelhantemente, estaria na luz ao término de dois anos, porque teria a luz das Escrituras." A Sentinela de 1/9/1910, pág. 298 (em inglês)
    *"Studies in the Scriptures" ("Estudos das Escrituras") -- C. T. Russell -- Obra composta de 6 volumes ao todo, inicialmente com o nome "Millennial Dawn" ("Aurora do Milênio"), o maior legado do "Pastor" Russell a seus seguidores. Em 1886 foi escrito o primeiro de seus volumes -- "The Divine Plan of the Ages" ("O Plano Divino das Eras").
    De acordo com Charles Taze Russel, estudar apenas a Bíblia não garante nem entendimento nem salvação. É necessário, segundo ele, que a pessoa faça amplo uso da literatura da organização para alcançar a ‘luz’. Estudar somente a Bíblia mesmo que por ‘dez anos’ – diz Russel – “a experiência mostra que dentro de dois anos ele fica na escuridão”. A menos, é claro, que estude os escritos publicados pela religião.
    Mais recentemente, a revista A Sentinela (principal publicação das Testemunhas de Jeová em todo o mundo) voltou a colocar a Bíblia em segundo plano, dando ênfase à Organização Torre de Vigia como canal de comunicação usado por Deus para guiar seus servos na Terra.

    “A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia.” – A Sentinela de 1°/8/1982, p. 27 (em português)
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    “Para obtermos conhecimento exato da Palavra de Deus e chegarmos a entender seus princípios, treinamos nossa consciência para tomarmos decisões que agradam a Jeová.” [§ 6]


    Observe agora o que o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová diz aos seus adeptos no livro VENHA SER MEU SEGUIDOR (lançado no Congresso de Distrito – “Siga a Cristo” – 2007), página 40, §15:

    “Quando Jesus conversou com uma mulher samaritana junto a um poço em Sicar, seus discípulos ficaram surpresos. Por quê? Naquela época os judeus em geral odiavam os samaritanos; essa animosidade já existia havia muito tempo. (Esdras 4:4) Além disso, alguns rabinos encaravam as mulheres de modo depreciativo. As leis rabínicas, que mais tarde foram postas por escrito, desincentivavam os homens de conversar com mulheres; até davam a entender que não se lhes devia ensinar a Lei de Deus. Em especial as mulheres samaritanas eram encaradas como impuras. Jesus ignorou esses preconceitos injustos e ensinou abertamente à samaritana (que tinha uma vida imoral). Ele até revelou a ela sua identidade como o Messias.
    – João 4:5-27”

    Consegue imaginar a surpresa estampada no rosto de cada um dos discípulos? Alguns podem até mesmo ter comentado entre si: ‘Como pode o mestre conversar com aquela mulher que, além de tudo, é samaritana? Não fomos ensinados que estas são impuras?’
    Muitas Testemunhas também ficam surpresas quando vêem alguns irmãos em companhia de pessoas do mundo, os rejeitados “mundanos”.
    A atitude dos judeus, e até dos discípulos, foi classificada na citação acima, extraída do livro ‘Venha Ser Meu Seguidor’, como “preconceitos injustos”.
    Que dizer, então, da atitude das Testemunhas de Jeová em relação às pessoas que não compartilham a sua fé?

    “Por exemplo, um cristão desempregado pode receber a oferta de um emprego do qual precisa muito. Mas a carga horária é grande, e, se aceitar o emprego, ele vai perder várias reuniões e outras atividades relacionadas com a adoração verdadeira. Em todas essas situações, devemos deixar que a Palavra de Deus seja uma lâmpada para nosso pé.” [§11]
    Pare por alguns instantes e reflita no parágrafo acima.
    Um cristão desempregado...
    Imagine a angústia de um pai de família não podendo honrar seus compromissos, vendo seus filhos em carência de coisas elementares, tais como: alimentação, vestimenta, em alguns casos o aluguel da residência, assistência médica, remédios etc. Sem dúvida, a oferta de um emprego seria uma bênção considerável!
    Mas, quando isso acontece entre as Testemunhas de Jeová o desfecho é diferente. A pessoa desempregada terá de levar em conta se a carga horária naquele emprego irá ‘atrapalhar’ as atividades “teocráticas”.
    Se a aceitação do emprego resultar em perda de reuniões no Salão do Reino, a pessoa será exortada a ‘buscar primeiro o Reino’; aceitar tais condições fará com que a pessoa seja rotulada como “sem fé na capacidade provedora de Jeová”. Se a Palavra de Deus deve ser a lâmpada para nosso pé, devemos prestar muita atenção para nos certificarmos do que ela realmente ensina.
    Sabemos que a Bíblia nos incentiva a “não deixar de nos ajuntar” (Hebreus 10:23-25) mas, sabemos também que em 1Timóteo 5:8 lemos a seguinte orientação:
    “Certamente, se alguém não fizer provisões para os seus próprios, e especialmente para os membros de sua família, tem repudiado a fé e é pior do que alguém sem fé.”

    Deixar de fazer provisões para a família e algo que não agrada a Deus. É como repudiar a fé! Não fazer provisões quando não há ofertas de emprego é muito diferente de haver ofertas e estas serem recusadas por capricho dos líderes de uma organização insensível que lembra muito o comportamento dos fariseus que criaram uma infinidade de regras desarrazoadas e as puseram nos ombros do povo.

    “Podemos confiar que as declarações escritas de Jeová tornam “sábio o inexperiente”.” [§ 18]


     James Boswell
    Sim, as declarações que REALMENTE procedem de Jeová, e que estão escritas em sua Palavra, a Bíblia, são dignas de confiança. Mas confiar em deturpações feitas para apoiar um modo legalista e insensível de ensinar os princípios cristãos não pode, em nenhum momento, merecer a nossa confiança.

    Agora estamos preparados para responder às perguntas feitas no início do artigo, a saber:

    1. Baseiam, realmente, as Testemunhas de Jeová seus ensinamentos na Palavra de Deus, a Bíblia?
    2. Se a resposta for afirmativa, será que vivem em conformidade com o que ensinam?
    3. Até que ponto a hipocrisia tem influenciado esta religião?

    Procure responder às perguntas acima com plena honestidade, mesmo que isto resulte em respostas que desagradam, num primeiro momento.
    Certamente, podemos citar aqui as palavras do próprio Jesus Cristo quando disse aos fariseus e escribas de Jerusalém aquilo que pode ser dito também ao Corpo Governante das Testemunhas de Jeová:

    “E assim invalidastes a palavra de Deus por causa da vossa tradição.”
    – Mateus 15:6

    "Nenhuma qualidade nos proporcionará mais amigos do que a disposição para admirar as qualidades dos outros."
    O ‘treinar’ a consciência mencionado aqui deve ser entendido como um processo sistemático e repetitivo de manipulação por meio de distorções feitas nos textos bíblicos que acabam servindo de malabares nas mãos dos líderes insanos do mundo da Torre de Vigia. A lavagem cerebral que é feita nos membros, torna impenetrável qualquer esclarecimento que vá de encontro com o ensinamento jeovista.
    São levados a crer que realmente estão sendo guiados pela Bíblia. Sempre que as publicações das Testemunhas de Jeová fazem um comentário, este é seguido de um versículo bíblico extraído para validar o que a liderança acha mais conveniente .

    “...imagine que alguns colegas de trabalho lhe ofereçam um ingresso para você ir com eles a um evento esportivo. Eles gostam de trabalhar com você e querem sua companhia em atividades sociais fora do trabalho. Talvez você tenha a forte impressão de que essas pessoas não são más. Pode ser que até mesmo tenham alguns bons princípios. O que fará? Haveria algum perigo em aceitar o convite? Como a Palavra de Deus pode ajudá-lo a tomar a decisão certa nessa ocasião?” [§ 7]
    O acima é um exemplo clássico de quem tem uma mentalidade tacanha. As pessoas que se achegam à Organização das Testemunhas de Jeová nem se dão conta de que um dia se verão confrontadas com uma realidade dura; verão e sentirão que o ‘paraíso espiritual’, costumeiramente citado em suas reuniões e publicações, não é tão paradisíaco como dizem.
    Todo o trabalho de manipulação para fechar a pessoa num verdadeiro cárcere intelectual e social visa deixá-la sem chão quando for vítima de um julgamento insensível e desumano da parte dos anciãos (títeres da Torre). Diante de um processo de exclusão a pessoa não terá para onde correr.

    Como não tem mais os “amigos” da irmandade e muitas vezes nem mais o apoio da família (quando formada por membros da religião), também não tem a quem recorrer fora dos muros da Torre, visto que foi persuadida a crer que os “mundanos” não são merecedores da amizade de uma Testemunha de Jeová, que eles podem arruinar a sua espiritualidade e, conseqüentemente, sua relação com Deus e seu Filho Jesus Cristo.
    Como exemplificado no parágrafo (7) do artigo em consideração, mesmo em situações absolutamente insignificantes o Corpo Governante se mete para evitar que sejam criados vínculos com aqueles que não compartilham as mesmas crenças. O exemplo em questão envolve o local de trabalho. Neste caso, um colega de trabalho lhe oferece um ingresso para uma apresentação esportiva ou para assistirem a um filme no cinema. O que fazer?
    Note que não se trata de uma pessoa sem caráter, cujo estilo de vida represente algum perigo para você ou para a sua família. Parte do parágrafo menciona: “Pode ser que até mesmo tenham alguns bons princípios”.

    Mas, para as Testemunhas de Jeová, não importa quantos bons princípios alguém tenha. Se esse alguém não é Testemunha de Jeová, seus bons princípios de nada valem.
    A maioria dos dessa religião costuma dizer:

    TJ[1] – “Fulano é uma pessoa maravilhosa! Sempre disposta a ajudar os que precisam. Já observou como Fulano vive bem com a família? A esposa sempre comenta o quanto ele é amoroso. Todo mundo gosta dele! Só falta se tornar Testemunha de Jeová!”

    TJ[2] – “Pois é, meu irmão, então falta tudo!”

    O parágrafo é encerrado com a pergunta: ‘Como a Palavra de Deus pode ajudá-lo a tomar a decisão certa nessa ocasião?’
    O uso desta pergunta induz o leitor a achar que a Bíblia, de fato, tem orientações determinantes acerca dos desatinos dos líderes jeovistas.

    “No entanto, há uma nítida diferença entre ser amistoso com um colega de trabalho e ser amigo achegado dele.” [§ 9]
    As Testemunhas de Jeová são ensinadas a não se misturarem com pessoas que não compartilham as mesmas crenças. Em outras palavras, se você não for Testemunha de Jeová não serve para ter a amizade daqueles que são. Segundo eles, ter tais amizades é uma ofensa a Deus. Ser “amistoso”, que é tolerável para eles, se resume a tratar a pessoa com educação. As pessoas de fora podem ser colegas, amigas nunca (exceto quando forem batizadas como Testemunhas de Jeová).
    Onde, na Bíblia, há tal princípio de segregação? Não diz a Bíblia que Deus ama a todos? Não é a mesma Bíblia que diz que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus? O ensinamento jeovista, ensino este que divide a raça humana entre aqueles que merecem a salvação e os que não merecem, não passa de um método de aprisionamento ideológico que mantém os membros no redil, saciando a sede de domínio dos líderes e, em muitos casos, saciando também a sede material.


    “Algumas traduções da Bíblia vertem essas palavras assim: “Não se juntem”, “não formeis parelha incoerente” ou “não vivam lado a lado em ligação”. A Palavra de Deus, a Bíblia, pode guiar seu passo nessa situação.” [§ 9]
    Este parágrafo se refere ao texto bíblico de 2Coríntios 6:14,15 onde lemos: “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos. Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo?”

    Devemos, no entanto, lembrar que o contexto de tais versículos não são relacionados à amizade, mas se refere à mistura de sistemas religiosos incompatíveis. Vamos considerar algumas perguntas escrutinadoras acerca dos versículos em questão.

    Ø O fato de alguém não pertencer a minha religião o torna um agente do Diabo?
    Ø Se a justiça não tem associação com o que é contra a lei, por que Jesus Cristo disse que veio para os pecadores e não para os justos?

    Pessoas que não vivem debaixo da rigidez de um sistema religioso estão na ‘escuridão’. Jesus muitas vezes disse ser, ele, a luz do mundo. As Testemunhas de Jeová dizem ter respaldo bíblico para não ter vínculos de amizade com os “mundanos”, usando o texto em consideração que, em parte, diz: “...que parceria tem a luz com a escuridão?”

    A pergunta é:
    Ø Por que Jesus Cristo era visto, sempre, ao lado das pessoas mais desprezadas (ladrões, gananciosos, prostitutas, adúlteras, hipócritas etc) da sociedade judaica?

    Usar versículos isolados da Bíblia para tentar apoiar comportamentos descabidos é uma característica do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. Antes de defendermos qualquer ensino como sendo cristão, precisamos entender se o Mestre Jesus Cristo demonstrava tal atitude, se apoiava em palavras e/ou ações, estabelecendo parâmetros para nos pautarmos.
    Devemos nos esforçar para compreender a mente de Cristo. Assim, estaremos aptos para agir, verdadeiramente, como Seus seguidores.


    “Mas Jesus também estabeleceu limites bem definidos com respeito a sua escolha de amigos. Ele não formou vínculos achegados com pessoas que não tinham interesse sincero em fazer a vontade de seu Pai.” [§ 10]
    Isso parece um tanto contraditório! É óbvio que Jesus Cristo não aderia ao estilo de vida daqueles com quem lidava, mas em nenhum momento deixou de ser amigo de pessoas que eram rejeitadas pela sociedade da época, mesmo quando estas não tinham um bom histórico moral. Faremos bem em lembrar a situação incômoda que havia entre judeus e samaritanos. O que imperava entre os judeus (até então o povo consagrado de Deus) era um senso de superioridade em relação aos de Samaria. O preconceito doentio fazia parte de todos os âmbitos da vida. Mesmo assim, o Mestre Jesus Cristo demonstrou uma atitude amistosa para com os samaritanos.
    Na parábola do Bom Samaritano (note a ênfase dada ao bom caráter, o que realmente importa para Deus, do samaritano), Jesus mostrou que os judeus preconceituosos não sabiam amar o seu próximo, mas o samaritano – odiado, desprezado – não só sabia, mas principalmente, agiu em conformidade com a lei do Cristo, a saber, o amor.
    Noutra ocasião, junto ao poço de Sicar, Jesus passou por cima das regras que vigoravam no sistema religioso do qual fazia parte (não nos esqueçamos que Jesus era “membro” do judaísmo) para ter uma atitude que só pessoas amigas têm, ao oferecer ajuda a uma mulher samaritana que tinha um estilo de vida imoral.