quinta-feira, 29 de março de 2012

Catolicismo e Jesuítas



Grandes nomes do cenário mundial, a partir do século 19, têm opinado a respeito do Catolicismo Romano e de sua SS, a Ordem Jesuíta. Vamos dar a palavra a esses eruditos da política e da Igreja.
LORD MACAULEY
"Durante os últimos trezentos anos, tem sido o real objetivo da Igreja Católica Romana deter o crescimento da mente humana. Qualquer avanço feito pelo Cristianismo no conhecimento, na liberdade, na riqueza e nas artes da vida, tem sido na inversa proporção ao poder de Roma".
CHARLES DICKENS
"A prática do Catolicismo Romano tem sido o mais terrível de todos os meios de degradação política e social deixados no mundo".
JOHN MILTON
"O papismo é algo de duas caras com que se tem de lidar, pois afirma possuir um duplo poder - o eclesiástico e o político, os quais usurpam e se apóiam entre si".
BISPO BURNET
"Aprendam a enxergar o papismo pela verdadeira luz, como uma conspiração no sentido de exaltar o poder clerical, embora sujeitando as mais sagradas verdades da religião à contravenção, a fim de aumentar a sua autoridade. E por oferecer ao mundo outro método de salvação contrário ao que é pregado no Evangelho. O papismo é uma massa de imposturas apoiadas por homens que agem por grande vantagem, usando de grande severidade sobre os que se atrevem a levantar qualquer questionamento sobre as coisas por eles ordenadas".
BISPO BUTLER
"Quem porventura quiser considerar as afirmações papistas de que o papa é o dono de toda a terra, por direito divino; que ele é o despenseiro dos mais sagrados compromissos; que ele tem autoridade absoluta sobre a religião; em resumo, que ele detém as funções gerais a ele atribuídas pelos cronistas, como a plenitude do poder... quem acredita no papismo conforme ele declara ser em Roma, deve ficar sabendo que tudo isso é apenas uma usurpação claramente manifesta de toda autoridade divina e humana".
BISPO SHERLOCK
"É verdade conhecida e aceita que quando a consciência de um homem o conduz ao papismo, ele se torna inimigo da Constituição e do governo do seu país. Não existe coisa que um Inglês deva temer mais do que o poder do papa. Facilitar o avanço do papismo é promover a ruína do Estado e a destruição da Igreja. É sacrificar a nação a uma dupla escravidão, preparando depressa as algemas para o corpo e para a alma".
CÂNON MELVILLE
"Se quiser, faça as pazes com o papismo, receba-o no Senado, entronize-o em suas câmaras, plante-o no coração. Contudo, é certo, como tudo que existe lá em cima no céu e um Deus que nos governa, que o papismo, uma vez honrado, é o mesmo que foi condenado e degradado pelos nossos mais santos antepassados... com a mesma arrogância e a mesma intolerância que se levantou contra os reis, assumindo a prerrogativa da divindade, esmagando a liberdade humana e assassinando os santos do Senhor."
WILLIAM GLADSTONE
(Primeiro Ministro Inglês falando da educação católica romana) - "Nenhuma conspiração mais enganosa jamais foi vista pelo homem contra a liberdade, a felicidade e a virtude da humanidade."
ARCEBISPO WHATHLEY
(Sobre a educação católica romana) - "Nada poderia superar a descarada audácia de suas falsidades, exceto a atrocidade dos seus princípios, sendo a perversão de sua moral maior do que a perversão dos fatos".
ADAM SMITH
Em sua famosa obra "Wealth of Nations": "A Igreja de Roma é a mais descomunal combinação já formada contra a autoridade e a segurança do governo civil, bem com da liberdade, da razão e da felicidade humana".
SAMUEL TAYLOR COLERIDGE
Vamos ler o que este filósofo, metafísico e poeta sintetizou sobre as características dessa "combinação descomunal", com a lucidez e a força que lhe eram peculiares - "Quando contemplo todo o sistema romano e como ele afeta os princípios fundamentais da moralidade, fico a imaginar como seria a nossa humanidade. Em seguida traço as suas operações sobre as fontes e condições da força nacional e do bem estar dos cidadãos. Depois considero suas maléficas influências sobre a inocência e a santidade da mente feminina. Vejo o seu malefício sobre a fé e a felicidade, sobre a adorável fragrância e o discreto e sempre presente verdor da vida doméstica. Então, sem dificuldade, posso aplicar a ele o que as fábulas dos rabinos falam sobre a maldição de Caim: "A terra firme treme, onde quer que ele pise, e a grama enegrece sob os seus pés".
Até aqui, segundo artigo do Dr. Ian Paisley - "Can We Afford To Ignore These Warning Signals?" (07/07/2004) - falaram grandes homens sobre os malefícios do Catolicismo Romano, quando este sistema político e religioso "evangeliza" uma nação. Não é de admirar que os líderes do Anglicanismo atual tenham se rendido aos pés do papa e traído o Evangelho do Senhor Jesus Cristo e o seu país? Até a hiperdulia mariana esses líderes já estão promovendo!!!
CHARLES SPURGEON
(O grande pregador inglês), 1873 fala a respeito do papado, inteiramente controlado pela Ordem Jesuíta:"É o inerente dever de todo cristão pregar contra o Anticristo. E quanto a quem ele é, nenhum homem, em sã consciência, poderia levantar a questão. Se ele não é o papado da Igreja de Roma, nada existe no mundo que possa assim ser chamado... O papado é contra o Evangelho de Cristo, é o Anticristo e devemos orar contra ele'".
Escritor americano e pesquisador de Catolicismo, em seu livro de 600 páginas, "A Woman Rides the Beast", por mim traduzido para o Português, 1998, já editado no Brasil, pela "Chamada da Meia Noite", fala do fantástico poder do Vaticano: "Os papas afirmam que podem abrir e fechar os portões do céu – ou do inferno. Para tanto, eles carregam consigo as pesadas chaves de S. Pedro. Mas, vez por outra, eles podem também abrir os portões aqui em baixo. E, sendo o mundo como é, isso é ainda mais importante. Particularmente, em ocasiões em que os portões da diplomacia internacional devem permanecer fechados".
Vamos ler agora ao que pensam grandes personalidades mundiais sobre a Ordem Jesuíta, conforme a obra "Vatican Assassins" de Eric Jon Phelps, na qual colhemos algumas opiniões de personalidades mundiais a respeito dos Filhos de Loyola:
THOMAS CRAMMER
(Arcebispo Anglicano de Canterbury, executado por ordem de "Bloody Mary") disse, em 1556: "Recuso o papa, que é inimigo de Cristo, pois é o Anticristo, com toda a sua falsa doutrina".
MELCHIOR CANO
Padre dominicano, 1560: "Os Jesuítas são os pioneiros do Anticristo... Se os membros da Sociedade continuarem a agir do modo como começaram, Deus permita que não chegue o tempo em que os reis desejarão resistir-lhes, porém não mais terão possibilidade de fazê-lo".
WILLIAM SHAKESPEARE
(ou Edward de Vere, décimo sétimo Conde de Oxford), assim se expressou a respeito das terríveis conspirações para o fracassado assassinato da Rainha Elizabeth I, de quem, dizem alguns cronistas da época, ele era filho: "Durante o ano de 1570 ... Oxford havia permanecido insuspeita, embora sua intimidade com os primos católicos e o seu círculo de amigos intelectuais tivessem aumentado. Finalmente, ... estes, por um descuido, lhe confidenciaram, em dezembro de 1580, os seus planos de destronar Elizabeth e substituí-la por Mary Stuart, Rainha da Escócia, no trono da Inglaterra. Para sua honra... foi depressa até a Rainha - a soberana à qual, como um cavaleiro feudal, ele havia jurado irrestrita fidelidade..."
EWARD COKE
(jurista inglês), em 1605: "A traição era algo de propriedade dos Jesuítas, desde que colocaram os pés nesta terra e jamais passaram quatro anos sem cometer a mais pestilenta e perniciosa traição, tentando subverter todo o Estado".
M. DE CANAYE
(Embaixador Francês do Rei Henrique IV, em Veneza), 1606: "Os Jesuítas fazem uso da confissão para obter informações sobre a capacidade, disposição e modo de viver de seus penitentes e dos principais assuntos das cidades onde estes vivem. Isso eles fazem para conseguir familiarizar-se exatamente com todos os detalhes, a fim de se tornar a par da força, dos meios e das circunstâncias de cada Estado e de cada família".
SAMUEL RUTHERFORD
(pregador presbiteriano inglês), 1644:"Os bons conselheiros de grandes estadistas, que os parlamentos de ambos os reinos tirariam da majestade do Rei, são agora uma facção de perjúrios papistas, prelados, Jesuítas... subvertedores de todas as leis divinas e humanas, de Deus, da Igreja e do Estado".
FREDERICK SCHILLER
Poeta e dramaturgo alemão (1790): "...Uma desoladora Guerra dos Trinta Anos, a qual, do interior da Boêmia até a entrada de Sheldt, e dos bancos do Po, até as costas do Báltico, devastou países inteiros, destruindo colheitas e reduzindo a cinzas cidades e vilas. Que abriu sepultura para muitos milhares de combatentes, e por quase metade de um século sufocou as tremulantes chamas da civilização alemã, e jogou para trás o progresso do país nas antigas barbárie e selvageria".
GENERAL LAFYETTE
Disse em 1799: "Em minha opinião, se as liberdades deste país - os Estados Unidos da América - forem destruídas, isso acontecerá através da sutileza dos padres jesuítas católicos, pois eles são os mais astutos e perigosos inimigos da liberdade civil e religiosa. Foram eles que instigaram a maior parte das guerras na Europa". [Agora os USA já são uma colônia jesuíta, indo de mal a pior...]
JOHN ADAMS
6o. Presidente dos USA, escrevendo ao seu 3o. Presidente, Thomas Jefferson, em 1816:"Minha "História dos Jesuítas" está no quarto volume dos doze, publicados em Amsterdã. A obra é anônima, porque, como suponho, o autor estava com medo, como todos os monarcas da Europa estavam, nesse tempo, de ser assassinado pelos Jesuítas".
WILLIAM HOWITT
Historiador inglês ("A Popular History of Priestcraft), 1833:"Cada leitor inglês já se tornou familiarizado com a contínua tentativa dessas teimosas e miseráveis criaturas (os Jesuítas) contra as liberdades da Inglaterra, e as vidas de Elizabeth e Tiago I. Os nomes de Crichton, Garnett, Parry, Cullen, Gerard e Tesmond, sucessivamente comprometidos no propósito de assassinar a rainha protestante, ou na tentativa de explodir nossa rica Inglaterra e todo o seu Parlamento, servirá para perpetuar na Inglaterra o ódio contra eles..." [O que, infelizmente, não acontece e por isso a Inglaterra se tornou presa do papa.]
PR. ROBERT J. BRECKINRIDGE
(Pastor presbiteriano), 1841: "Os Jesuítas dirigem todos os assuntos e delineiam os princípios da Igreja do Papa, nos Estados Unidos. Estes fatos são aterradores. Embora os tenhamos há muito conhecido - ficamos chocados com as suas obras malignas, que esta nova prova apresenta às nossas mentes. Sim, repetimos: a nação não pode evitar as mais horrendas calamidades provindas dessa fatal e corrupta Sociedade, a não ser que medidas rápidas e vigorosas possam ser tomadas para impedir que a Ordem se propague. A Sociedade de Jesus é inimiga do homem. Toda a raça humana deveria se unir para destruí-la. Céus e terra deveriam regozijar-se juntos sobre a sua tumba. Desse modo, não existe outra alternativa entre a sua total extirpação e a absoluta corrupção e degradação da humanidade". [Os presidentes e a Igreja Protestante dos Estados Unidos não seguiram esse conselho e o resultado é que hoje o país mais rico e influente do Ocidente é apenas um satélite da Ordem de Loyola.]
ENGENE SUE
(historiador e médico francês), 1844:"Ai de todos aqueles que a eles [os Jesuítas] se opunham. Mais cedo ou mais tarde, direta ou indiretamente, eram cruelmente atacados, sempre irremediavelmente - alguns em suas relações mais caras, outros em seu crédito. Alguns em sua honra, outros em suas funções oficiais. E tudo isso em ações secretas, silenciosas, contínuas e latentes, trazendo, na hora, um dissolvente terrível e misterioso, o qual minava visivelmente as reputações, fortunas e posições, mesmo quando solidamente estabelecidas, até o momento em que estas afundavam, para sempre, no abismo, em meio à surpresa e ao terror dos seus executores."
LORD MACAULEY
(historiador inglês), 1848:"Apesar dos oceanos e desertos, da fome e da pestilência, dos espiões e das leis que penalizam, dos cárceres e das detenções, das galés e das masmorras, os Jesuítas podiam ser encontrados sob qualquer disfarce, em qualquer país. Como eruditos, físicos, comerciantes, servidores... para conspirar contra os tronos e as vidas dos reis apóstatas, para espalhar malignos rumores, promover tumultos, inflamar guerras civis, para armar o braço dos assassinos, para dar aos maus governantes o direito de governar o povo, de qualquer pessoa enfiar a faca no coração de um mau governante, foram inculcados pelo mesmo homem, conforme este mesmo se dirigiu ao súdito de Filipe ou ao súdito de Elizabeth..."
ANDRÉ DAUPIN
(estadista francês), 1848: "Os Jesuítas são uma espada desembainhada, cujo manejo está em Roma, porém sua lâmina está em toda parte, invisível, até que seja sentido o seu toque".
G. B. NICOLINI DE ROMA
(1854, patriota italiano católico, convertido e exilado na Inglaterra), em sua "History of the Jesuits":"O governo da Companhia de Jesus é puramente monárquico e o seu General é o seu absoluto e incontrolável rei... Inácio de Loyola foi, acima de tudo, ansioso para controlar o espírito dos seus discípulos. A seu ver, eles deveriam ser humildes e submissos ao máximo. O Jesuíta deveria valorizar-se, individualmente, como um nada - e valorizar a Sociedade, como um tudo. Nessa obediência absolutamente submissa, o Jesuíta, para obedecer ao seu General, não deve ter escrúpulo algum em desobedecer a Deus. Sua consciência deve ser suprimida como uma fraqueza culposa; o temor da punição eterna, banida de seus pensamentos como fantasia supersticiosa; e os crimes mais hediondos, quando cometidos por ordem do General, devem ser considerados para a maior glória de Deus... Através de toda a Alemanha, os Jesuítas espalharam, através da força material superior do despotismo e da intolerância, desolação e miséria, sempre que a causa da verdade e da liberdade se sobressaia. ´Eles eram os hábeis auxiliares de Ferdinando na destruição dos Protestantes. Estavam no gabinete imperial, em seus exércitos, entre os sectários derrotados, e até se atreviam a penetrar no campo dos Luteranos´(claro que, como espiões). Os Jesuítas haviam formado Tilly, Wallenstein e Piccolomini, os três campeões da causa católica, na Guerra dos Trinta Anos... pregando o extermínio dos Protestantes e dizendo que nenhuma obra era mais meritória aos olhos de Deus do que matar esses malditos hereges... Considerar um Jesuíta segundo a aparência é a maior asneira. Observe o comportamento de um Jesuíta em Londres e não poderá reconhecê-lo em Roma. O Jesuíta é o homem das circunstâncias. Na Espanha, é um déspota. Na Inglaterra, é um constitucional. No Paraguai, é um republicano. Em Roma, é um fanático. Na Índia, é um idólatra. Ele sempre assumirá e agirá, independente de sua personalidade, com admirável flexibilidade, naquelas diferentes características, através das quais os homens geralmente se distinguem uns dos outros. Ele acompanhará a alegre mulher mundana ao teatro e até compartilhará de seus rompantes deboches. Com solene continência, ele se sentará ao lado do homem religioso na igreja, do mesmo modo como se divertirá na taverna, ao lado do glutão e do bêbado. Ele se veste com quaisquer trajes, fala todas as línguas, conhece todos os costumes, está presente em toda parte, embora jamais seja identificado e tudo isso (Ó monstruosa blasfêmia!) para a maior glória de Deus".
THEODOR GRIESINGER
(historiador alemão), 1873: "...Seu objetivo (dos Jesuítas) principal era a guerra... deveria, de fato, tornar-se uma guerra de aniquilação. Além disso, seria possível que eles permitissem que fosse concluída a paz com países, cujos governos rebeldes haviam promulgado uma lei declarando que nenhum Jesuíta deveria se atrever a mostrar o rosto, sob pena de morte, dentro de suas fronteiras? Isso foi o que, em verdade, fez a Boêmia, bem como a Hungria, a Morávia, a Silésia e a Áustria. E não apenas haviam assim agido, como, ao mesmo tempo e publicamente, revelaram ao mundo todas as nefandas peculiaridades e obras da Ordem de Jesus, de tal maneira a amargurar os sentimentos dos Jesuítas ao mais alto grau...Toda a temível responsabilidade por esses terríveis trinta anos tem de ficar sobre o Imperador Ferdinando II, e seus mestres, dirigentes e amigos íntimos, os filhos de Loyola."
J. A. WYLLIE
(historiador inglês, que escreveu a grande obra "História do Protestantismo"), 1878:"Jamais houve um disfarce que eles (os Jesuítas) não pudessem assumir e, portanto, jamais houve um lugar onde não pudessem penetrar. Podiam entrar despercebidos nas câmaras dos monarcas ou nos gabinetes dos estadistas. Podiam sentar-se despercebidos na convocação da Assembléia Geral e se intrometer, sem serem notados, na deliberação dos debates. Jamais houve uma língua que eles não pudessem aprender e um credo que não pudessem professar e, assim, não houve povo algum ao qual não pudessem se agrupar e igreja alguma da qual não pudessem tornar-se membros, entrar e aí desempenhar qualquer função. Podiam execrar o papa com os Luteranos e jurar a Liga Solene com o contratante".
THOMAS CARLYLE
(historiador inglês), 1880:"Inácio de Loyola... é a fonte de onde procedem todos os rios da amargura que agora submerge o mundo".
EDWIN SHERMAN
(em seu livro "The Engineer Corps of Hell", 1883):"Seguindo tão notória Sociedade, suas pegadas são inconfundíveis - uma vala cheia de cadáveres de reis... Quem são eles [os Jesuítas] ? Os agentes da espionagem, da intriga e das acusações. Os principais fabricadores das ligas, das guerras civis e das perseguições armadas, dos cismas, dos assassinatos - é isso que são. Inimigos encarnados da liberdade legítima, parceiros do despotismo. É isso que são. Perturbadores de todos os Estados e de todas as famílias, sedutores e conspiradores. Instrutores de assassinos dos reis. Autores da escravidão e do furto contra os povos. Vassalos e opressores dos reis, dos povos e dos homens santos e ilustres, em nome de Deus, a favor dos papas. Essa é a sua história."
R. W. THOMPSON
(historiador americano, em seu livro "The Footprints of the Jesuits", p. 29:"[O General Jesuíta] ocupa o lugar de Deus e deve ser obedecido, ainda que a paz e o bem estar das multidões sejam ameaçados, ou que as nações sejam convulsionadas, a partir de dentro. A Sociedade Jesuíta deve conseguir o domínio, mesmo que prevaleça a anarquia generalizada ou que o mundo seja coberto com os fragmentos de uma demolição universal."
M. F. CUSSAK
ex-freira convertida (Kenmore) em 1896, escreveu em seu livro, "The Black Pope":"Os Jesuítas oferecem ao mundo um amplo sistema de teologia, através do qual qualquer lei divina ou humana pode ser quebrada impunemente, e pelo qual até mesmo as bulas papais podem ser desafiadas. É uma religião tenebrosa, que deve ser abominada por todos os homens honestos e honoráveis. ...O Jesuíta consegue o seu objetivo, mesmo que precise chapinhar no sangue do seu próprio povo, a fim de atingi-lo... Mesmo que muitos católicos também devam sofrer, bem como os hereges que eles devem destruir... Enquanto eles divertem o público com jogos, passam o tempo planejando o assassinato de seus súditos indefesos, cujo único crime é ter amado a Deus mais do que ao papa e ter adorado e olhado somente para Cristo, como autor da salvação, em vez de olhar para a Igreja e para a Virgem."
MARIANUSDE LUCE
(padre jesuíta e professor laureado (por Leão XIII) de Lei Canônica, 1901): "A Igreja Católica tem o direito e o dever de matar os hereges porque é pelo fogo e pela espada que a heresia precisa ser extirpada ... pois o alto bem da Igreja é a unidade da fé e esta não pode ser preservada, a não ser que os hereges sejam levados à morte. [Esta e nenhuma lei do Concílio de Trento foi, até hoje, revogada". Portanto, não se iludam: nós, os ´hereges protestantes´, ainda estamos condenados à morte como "irmãos separados... para morrer".]
CONDE VON HOENSBROECH
(ex-padre jesuíta alemão, no livro - "Fourteen Years a Jesuit", 1911): "Os Jesuítas, portanto, permanecem diante de nós como a encarnação de um sistema que objetiva o domínio político, através de meios políticos disfarçados sob a capa da religião, a qual confere ao líder da religião católica - o papa de Roma - o papel de senhor absoluto... e, usando a Ordem como instrumento, ele deseja obter para si mesmo o domínio do mundo inteiro".
BURKE MCCARTY
(ex-romanista americana, na obra "The Suppressed Truth About the Assassination of Abraham Lincoln", 1924) :"O próximo passo no grande esquema do Vaticano é fazer guerra entre este país e o Japão, depois que este último país foi colocado sob o total domínio dos Jesuítas... O político católico romano Tiago Phelan... enviado ao Senado dos Estados Unidos, em 1913... tendo sido um movimento inicial na agitação anti-Japão..."
BOYD BARRET
(ex-padre jesuíta irlandês, 1927, no livro "The Jesuit Enigma"): "Na Ordem, o ódio aos Judeus é uma tradição. É proibido admitir qualquer descendente de Judeus na Ordem. Japoneses, chineses, índios, negros, podem ser admitidos na Ordem, mas nunca um Judeu... O enigma jesuíta aparece em forma de diplomacia astuta e enganosa... que a estratégia deve ser usada... e a vitória deve ser alcançada... com astúcia e traição."
LEO H. LEHMANN
(historiador americano, 1942: "Um hábil disfarce tem sido a característica das atividades políticas do Catolicismo Jesuíta. O vocábulo jesuíta tem sido definido, em todos os dicionários, como sinônimo de sutil duplicidade... A história tem testemunhado o inegável fato de que a Ordem Jesuíta, fundada em 1540, com o expresso objetivo de fazer a Contra-Reforma, tem ultrapassado a arte da duplicidade maquiavélica. É uma organização fundada sob bases militares, com o objetivo de restaurar a política do papado romano, sendo a única Ordem da Igreja Católica que escraviza os seus membros num pacto especial para esse fim... As atividades da Contra-Reforma do Catolicismo Jesuíta levaram à ascensão do nazi-fascismo contra os efeitos da liberdade da Reforma Protestante. O próprio Hitler admite ter sido ajudado pelos métodos jesuítas da Contra-Reforma, a fim de executar a sua guerra ideológica... [O livro "Mein Kampf', assinado por Hitler, foi escrito pelo padre jesuíta, Staempfle]. Já testemunhamos o público apoio do Catolicismo, em cada passo do Nazi-fascismo, no sentido de impor regimes totalitários aos povos. O regime fascista da Itália, o Nacional Socialismo de Hitler... A conquista da Etiópia por Mussolini... A invasão da China pelo Japão... A aliança (do Vaticano) com Franco... Depois de Pearl Harbor, o Vaticano aceitou o General Ken Harada como Embaixador de Tóquio, na Santa Sé..."
DIETRICH BONHOEFFER
(pastor luterano, enforcado a mando do padre jesuíta da SS de Hitler, em 1945, poucos dias antes do final da II Guerra Mundial, em seu livro "Ética"): "Sou culpado por ter silenciado, covardemente, no tempo em que deveria ter falado. Sou culpado de hipocrisia e de infidelidade diante da força. Falhei na compaixão, tendo negado os mais humildes dos meus irmãos... Nós, a Igreja, devemos confessar que não temos proclamado, como era o nosso dever, constante e claramente, a mensagem de um Deus que se revelou de uma vez por todas na pessoa de Jesus Cristo, o qual não tolera outros deuses além Dele. Ela (Igreja) deve confessar sua covardia, sua evasão e suas perigosas concessões. Ela tem sido muitas vezes infiel no ofício de guardiã, em favor do seu desejo de conforto. Ela se calou, quando devia ter gritado, pois o sangue dos inocentes estava clamando ao céu. Deixou de falar a palavra certa, da maneira certa e no tempo certo. Não resistiu ao ápice da apostasia da fé, tendo atraído sobre si a culpa da impiedade das massas... A Igreja precisa confessar que tem testemunhado a aplicação da força bruta, o sofrimento espiritual e físico de incontáveis pessoas inocentes, a opressão, o ódio e o assassinato, sem ter levantado a voz em favor das vítimas e sem se apressar a ajudá-las. Ela é culpada do assassinato dos mais fracos e indefesos irmãos de Jesus Cristo... A Igreja deve confessar que tem desejado segurança, paz, tranqüilidade, possessões e honrarias, às quais não tem direito algum... Ela não tem dado testemunho da verdade de Deus... Pelo seu próprio silêncio, tornou-se culpada, por causa de sua má vontade de sofrer, como seria o certo".
JOHNF. KENNEDY
(35o. Presidente americano, vítima dos Jesuítas, em 1961, dois anos antes de ser assassinado, em 1963):"Creio numa América, onde a separação da Igreja e do Estado seja absoluta."
EDMOND PARIS
(historiador francês, em seus dois livros "The Secret History of the Jesuits" e "The Vatican Against Europe"), fala claramente das características da Sociedade e não mede palavras para descrever suas más obras. Vejamos algumas de suas afirmações:"O papa e os seus agentes jesuítas têm sido e continuam sendo os instigadores das guerras e, enquanto o mundo chora em grande dor, Roma está bebendo champanhe... Pode-se afirmar, especificamente, que em 1914 a Igreja de Roma iniciou sua série de guerras infernais. Foi então que o tributo de sangue, que ela sempre tem exigido dos povos, começou a jorrar em caudalosa torrente... O Fuehrer atingira o poder graças aos votos do Partido de Centro (Católico), apenas cinco anos antes. Porém, a maior parte dos planos revelados no livro "Mein Kampf" já havia sido verificada. Este livro... foi escrito pelo padre jesuíta Staempfle e assinado por Hitler. Ora, foi a Sociedade de Jesus que aperfeiçoou o famoso programa Pan-Germânico descrito neste livro, o qual foi endossado pelo Fuehrer... A derrota de Hitler não foi para acabar com a insidiosa obra do Vaticano na América livre. Não existem ainda 30 milhões cegamente devotados à Santa Sé? É mais do que os Jesuítas exigem para desenvolver uma operação em larga escala, do tipo necessário para garantir o domínio oculto do Estado, que é o objetivo principal da Sociedade. De fato, a política do Departamento de Estado está sob a influência do Cardeal Spellman. Pelo menos 50% do pessoal desse Departamento representa o ponto de vista ensinado na Universidade Georgetown, a escola diplomática dos Jesuítas. Esta escola é dirigia pelo famoso Jesuíta Pe. Walsh, um geopolítico do General Haushoffer, antigo autor da teoria hitlerista... O clero (jesuíta), no sentido de aumentar, ou conservar suas riquezas, tem sempre interferido na vida política e econômica da nação. As indústrias bélicas lhe renderam um investimento proveitoso. A ajuda anterior dada pelo Banco Morgan, o maior do mundo, tornou-se o maior impulso ao poder da Santa Sé, na América".
EMANUEL M. JOSPHSON
1968: "...Em qualquer lugar onde irromper um movimento totalitário - comunista ou nazista (fascista) - pode-se encontrar um Jesuíta desempenhando o papel de conselheiro ou de líder. Em Cuba, o [conselheiro] de Castro foi o Pe. Armando Llhorente..."
AVRO MANHATTAN
(pesquisador e historiador britânico, em seu livro "The Dollar and the Vatican", 1985), escreveu: "Seu pontificado tem sido classificado como um enigma sempre imerso em denso mistério... Nenhum evento ou circunstância pode ser avaliado sem o conhecimento do Vaticano neles participando. E nenhuma situação importante existe, na qual o Vaticano não desempenhe um papel explícito e importante". (The Vatican in World Politics, 1949.)
J. E. C. SHEPHERD
(historiador canadense, 1987): "É impossível ler a história elisabetana, a não ser no contexto de um exército jesuíta, os mestres do engodo, da traição, da conspiração, da infiltração, da subversão, do assassinato, da insurreição, da guerra civil e da coerção, tudo engendrado para benefício do papado e derrota dos inimigos do papa, em qualquer parte do mundo". Em outra obra (The Babington Plot), Shepherd comenta: "Entre 1535 e 1931, a Sociedade de Jesus foi expulsa de pelo menos 83 países, cidades-estados e cidades, por se intrometer na intriga política e em complôs subversivos contra o bem estar do Estado (conforme registro do padre jesuíta Campbell, na obra "The Jesuits", 1931)... praticamente cada exemplo de expulsão foi por causa de intriga, infiltração política, subversão política e incitamento à insurreição política".
J. WAYNE LAURENS
(em seu livro "The Crisis: or the Enemies of America Unmasked", assim se expressa, na pessoa de um Jesuíta falando a um americano): "Ouça-me, por alguns momentos, e vou dizer-lhe o que sei. Seu presidente é eleito num conclave em Roma, o mesmo que elege o papa. Seu povo nomeia os candidatos. Nossos agentes secretos [os Jesuítas] selecionam entre eles aquele que imaginam venha a ser o mais favorável aos interesses da Igreja... Ele, é claro, sempre é eleito". [Tudo indica que o show do resultado das eleições entre Al Gore e George Bush Jr. não passou de encenação, a fim de desmoralizar a democracia americana].
ALBERTO RIVERA
(ex-padre jesuíta, falecido em 1997): "À medida em que eu avançava na Ordem Jesuíta, mais ia vendo a corrupção grassando lá dentro. Até que me convidaram para uma missa negra celebrada pelos Jesuítas, num mosteiro, ao norte da Espanha. Quando me ajoelhei para beijar o anel do Papa Negro, vi nesse anel um símbolo que me congelou o sangue. Era o símbolo maçônico, que eu odiava, segundo o ensinamento recebido no próprio Seminário, e contra o qual fora ensinado a lutar. Era um absurdo tal, que eu quase desmaiei e fiquei sabendo, então, que o Papa Negro, que controlava todas as coisas no Vaticano, por trás dos bastidores, também era um maçom do mais alto grau e, ainda por cima, era membro do Partido Comunista Espanhol. Era contradição demais para a Organização fundada por Inácio de Loyola, da qual saíra, também, o fundador dos Illuminati".
J. T. CHICK
editor americano, fundador e presidente da Chick Publications, Califórnia, USA, explica: "Por causa de sua experiência em espionagem, a Ordem havia forçado o Dr. Rivera a juntar-se às forças ecumênicas, sob a direção do Papa João XXIII. Já não podiam chamar os Protestantes de hereges, mas de irmãos separados. E os comunistas já não eram seus inimigos. E assim ficaria constituída a Igreja Mundial: protestantes de todas as denominações, todas as demais igrejas ortodoxas, os muçulmanos, os budistas, os mórmons, as igrejas ocultistas, as igrejas do leste, a meditação transcendental, as testemunhas de Jeová, a ciência da mente, o judaísmo, etc. E assim ficaria constituído o Governo Mundial: Comunistas, todas as Lojas Maçônicas, Socialistas, Ateus, Anarquistas, Uniões Trabalhistas, Nova Era, enfim, gente de todo tipo, até que o Papa Negro desse o seu bote definitivo e exigisse conversão forçada de todos os membros da Igreja Mundial ao Catolicismo Romano, cujo nome já significa "Universal". Sua maior força tem sido o Movimento Carismático, a ponte de união entre protestantes e católicos. Graças aos seus agentes secretos, a Igreja de Roma tem entrado, sorrateiramente, na televisão e na literatura cristãs e tem sido recebida como portadora de mestres evangelistas. Enfatiza sempre que é o amor que deve unir protestantes e católicos e este é o seu grande avivamento espiritual. Os primeiros grupos a cair nas malhas desse objetivo foram os adventistas, seguidos pelos membros da ADHONEP (Associação dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno). Em seguida os Batistas, Metodistas, Luteranos, etc. Até que todos já estavam laçados, inclusive os Mórmons, Testemunhas de Jeová e muitos outros. Todos os Seminários e Colégios modernistas aderiram ao Ecumenismo. Os jesuítas passaram a dirigir as ações da Juventude Católica, Legião de Maria e Cavaleiros de Colombo, para destruir essas resistências. Agora, todos eles se calam diante de Roma, certos de que a Igreja Romana é cristã e a maioria dos pastores protestantes tem medo de falar mal de Roma. Mesmo porque se fizerem isso os espiões infiltrados em suas igrejas irão atacá-los sob as ordens de Roma. Isso é o que se chama de a Grande Apostasia, conforme diz a Palavra de Deus, na 2 Tessalonicenses 2:3, a qual acontecerá antes da Segunda Vinda de Jesus. Parece que estamos nos aproximando dos últimos dias. O Sistema Católico Romano está bem descrito no capítulo 17 de Apocalipse. Ele é a superigreja e a besta [União Européia?] fará com que ela suba ao poder, durante a grande tribulação. Depois, ela será destruída com fogo. Então, o Senhor Jesus voltará para destruir todo o sistema podre deste mundo, trazendo, afinal, justiça e paz para todos os que nele crêem e lhe são fiéis.
Com se pode ver, os filhos de Loyola são muito perigosos e, com a sua astúcia de quase cinco séculos, conseguiram subverter todos os grandes bastiões da Reforma (Alemanha, Inglaterra, USA, Canadá), transformando, através do enganoso Movimento Ecumênico, o Protestantismo numa caricatura religiosa.
www.ianpaisley org e "Vatican Assassins" (Eric Jon Phelps)
Para ganhar as almas dos Católicos para Jesus precisamos falar, com muita coragem, que a Bíblia é a única verdade que liberta da mentira e do fanatismo religioso, que os católicos romanos não são cristãos e que a Igreja Católica Romana não é uma Igreja cristã. Temos de levar esta mensagem pura e verdadeira a mais de um bilhão de católicos, que estão sendo ludibriados no mundo inteiro!"
DAVE HUNT

quarta-feira, 28 de março de 2012

Cuidado Com o Engano !



Ficamos sempre admirados sobre aquilo em que as pessoas acreditam!!!
Certa vez, em Londres, um enigmático guru declarou numa entrevista ao repórter de um jornal que ele era "o Filho de Deus". Com um pequeno grupo de seguidores fiéis, ele vivia no cume de uma montanha, dentro de uma longínqua floresta situada em um dos países ex-membros da União Soviética. Ele pregava que veio ao mundo para livrá-lo do mal. De um fôlego, ele declarou que embora sendo casado, sua esposa (na certa irritada) teve de aceitar a idéia de que agora ele pertencia - claro que de modo espiritual - a todas as mulheres do mundo. Esse guru sempre falou aos seguidores que ele era a esperança da humanidade... E estes, de boa vontade, aceitaram as suas palavras. Embora se tratando de um pequeno grupo, todos ali desistiram de tudo para fazer parte dessa coisa tão grande!David Koresh liderou o seu pequeno império de "remanescentes" seguidores, à espera da batalha do Armagedom. Sendo um mestre da retórica religiosa, ele usou o seu maciço conhecimento de textos bíblicos [obviamente sem levar em conta o contexto] incessantemente pervertidos, e pregava incansavelmente para o seu grupo de enganados, levando-os a crer que ele era o Messias. Mesmo depois do incêndio de todo o grupo de Koresh e da morte de aproximadamente cem homens, mulheres e crianças, alguns sobreviventes continuaram a acreditar que Koresh era realmente o salvador que afirmava ser. Eles se recusaram a desistir dele, mesmo sendo um charlatão. Queriam fazer parte de uma coisa tão grande!Uma das fraquezas da natureza humana decaída é aceitar e seguir de todo o coração o engodo religioso. As pessoas se tornam voluntariamente cegas e totalmente ignorantes a respeito de tudo que possa obstruir os seus mais sagrados e religiosos sentimentos ou os seus credos éticos. A conclusão geral é que as pessoas acreditam simplesmente em tudo que desejam acreditar.
Em sua fascinante história do império nazista, William L. Shiver documentou meticulosamente as operações internas de um sistema que pretendia dominar o mundo. "The Rise and Fall of the Third Reich" é uma excitante narrativa dos efeitos da propaganda que produz a lavagem cerebral. A interminável barragem de desinformação pôde, inacreditavelmente, moldar a mente de um povo que antes havia sido vencido e fragmentado, conforme a iconolatria do elitismo. Isso culminou nos horrendos campos de morte e no assassinato a sangue frio de milhões de desprezados seres humanos. Sendo uma testemunha ocular contrária ao regime nazista, Shirer contou exemplos das conversas do povo alemão, quando ele ousava contestar aquele governo grotesco e as declarações da mídia sobre a sua superioridade étnica, cultural e militar. Recebido com um silêncio chocante ou com um movimento de admirado horror, em tais ocasiões ele observou que questionar a visão da máquina nazista, em qualquer hipótese, seria considerado uma blasfêmia da mais alta ordem. Foi então que ele percebeu que as mentes daquelas pessoas haviam se tornado tão distorcidas que elas já não conseguiam avaliar coisa alguma que não fosse segundo aquele padrão externo. Shirer observou que, com a ascensão do novo império germânico, a verdade era o que Hitler e Goebbels afirmassem. Eles haviam se tornado árbitros das coisas reais, espirituais e de tudo o mais. Filmes sobre as distantes conquistas nazistas ainda inspiram o horror do que foi engendrado no mundo inteligente, há mais de 50 anos: mãos levantadas em saudações, gritos sonoros de "Heil Hitler!", multidões se acotovelando para chegar mais perto de Hitler ou pelo menos tocá-lo, a fim de receber um rápido olhar do seu "Fuehrer"; mulheres chorando quando o avistavam, cativadas pelo seu carisma; a juventude alemã (Hitler Jung) jurando-lhe fidelidade com as faces radiantes; os militares, em massa, jurando-lhe lealdade. Ali estava o homem que iria conduzi-los ao maravilhoso futuro ariano. Afinal, eles faziam parte de uma COISA GRANDE!
Mesmo quando os brados [do Fuehrer] contra os adversários chegaram ao extremo, com a face grotescamente contorcida e a boca grunhindo indignidades, as multidões reagiam com aprovação, entregando alegremente suas vidas àquele déspota, acreditando que sua confiança nele jamais poderia ser desperdiçada. Quando os judeus eram amontoados em caminhões de carga animal, o público adorador zombava deles. Quando os judeus desapareceram aos milhões, nos campos de concentração, os alemães meneavam insensivelmente as cabeças. Mesmo com a armadilha de Auschwitz, com tantos cadáveres apodrecidos e comidos de vermes e com esqueletos vivos caídos por terra, o povo fazia de conta que nada via. Afinal esse povo estava fazendo parte de uma COISA GRANDE!
"Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum"
Pilatos perguntou a Jesus: "Que é a verdade?" A pergunta teria sido feita em Latim: Quid est veritas? Se tomarmos as letras desta pergunta e as colocarmos numa determinada ordem, teremos a resposta. Pergunta: Quid est veritas? (Que é a verdade?" Resposta: "Est vir que adest" (É aquele que está na tua frente!)
Boa pergunta! Rodeado pelos ícones da era, revestido com o poder do maior império do mundo - o Império Romano - e comissionado pelo imperador que era saudado com um "Ave César!" pelas multidões romanas, esse homem considerado perfeito, encarou diretamente a face da VERDADE, porém não a reconheceu! Ele jamais teria feito essa pergunta ao imperador. Para ele a verdade era o que Tibério César falasse que era, com a sua conclusiva aquiescência. Afinal, Pilatos fazia parte de uma COISA GRANDE!
Sou abençoado quando alguns membros de seitas ocasionalmente chegam à minha casa, pois eles sempre trazem uma Bíblia e querem discutir as Escrituras. Que alegria ter um campo missionário vindo para mim. Geralmente vem um par de missionários, visto como existe um posto missionário da SUD (Igreja Mórmon) aqui em nossa pequena comunidade e eu sempre os deixo prosseguir com o seu discurso decorado. Eles o apresentam de maneira clara e simples, com perguntas fáceis destinadas a receber do ouvinte as respotas esperadas, às quais os missionários mórmons dão repostas fraudulentas. Tudo isso se destina a levar o ouvinte a um certo sistema de crenças. Mas, do que eu mais gosto é da parte em que eles finalmente dizem: "Você tem alguma pergunta?" Ora, eu sempre tenho. Eu lhes pergunto se eles de fato acreditam que Adão é Deus; em seguida, mostro as muitas profecias falsas do seu fundador Joseph Smith e leio em seu próprio Jornal dos Discursos as declarações furiosas do seu profeta Brigham Young, pregando sobre cortar as gargantas dos apóstatas. Indago se essas coisas fazem parte do seu sistema de crenças.
Embora alarmados e totalmente ignorantes dessas evidências contra a validade de sua religião, das abundantes profecias falsas, dos sermões assassinos, das práticas e ensinos abomináveis dos seus fundadores mórmons, parece que isso não lhes causa qualquer duradoura impressão. Só posso orar para que Deus tenha plantado as sementes da verdade em seus corações e que algum dia eles possam colher os frutos. Contudo, esses sinceros seguidores da SUD (Igreja Mórmon) foram instruídos a não questionar revelações perturbadoras e eles seguem essa ordem ao extremo. A apresentação do verdadeiro Evangelho os deixa confusos e então, prometendo voltar para mais um diálogo, eles raramente voltam. Suas mentes foram tão marteladas pela propaganda teológica que o complexo lhes parece razoável e o razoável lhes parece complexo. Meus esforços para ensinar-lhes as mais simples verdades doutrinárias quase lhes causa um incompreensível horror. Estas simplesmente não se adaptam aos moldes em que eles foram encaixados:
"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!"
Tragicamente, essa mesma mentalidade que tem caracterizado as seitas, os grupos marginais e os zelotes politicamente motivados, pode ser encontrada em muitos grupos hiper-carismáticos da igreja. Muitos nesse campo têm oscilado no pêndulo teológico das mais estranhas experiências jamais antes imaginadas. Visões sem paralelo, sonhos, profecias, manifestações selvagens na nova "carismatice" têm gerado alguns questionamentos muito sérios da parte de um mundo que os observa boquiaberto! Será tudo isso que o Cristianismo realmente representa? Será esse o Jesus da Bíblia?
Muitos na igreja adquiriram a mesma mentalidade dos missionários mórmons que chegam à minha porta. Aos seus profetas também tem sido permitido ir contra a Santa Palavra de Deus, porque eles lhes disseram que agora podem fazer isso. Os membros de seitas são ameaçados se forem de encontro [e não a favor] dos seus líderes. Isso mesmo tem acontecido com os grupos carismáticos dentro da igreja. Falar contra a liderança significava "tocar nos ungidos do Senhor" e, não importando o que eles fizessem, sua autoridade não poderia ser contestada nem diligentemente examinada. Acreditava-se que Deus ficaria ofendido e o inquisidor poderia ser levado ao julgamento divino. Durante anos permaneci de boca fechada, temendo mortalmente "lutar contra Deus".
Quando vemos nos arquivos aquelas longas distâncias das corridas de Hitler, não precisamos nos admirar de como aqueles enganados foram capturados na paixão do momento. Se olharmos cuidadosamente para os rostos das multidões, poderemos captar um relance de alguém que conhecemos, talvez até um vizinho... Ou nós mesmos.
Todos nós gostaríamos de brincar com a imaginação de que a verdade não é tão importante, mas o fato é que ela importa! E tanto importa que Deus enviou o Seu Filho unigênito, Aquele que é a Verdade, manifestado na forma de homem, o qual veio ao mundo para nos dar vida, quando conhecíamos apenas a morte. Sim, a verdadeira doutrina é importante, a ponto do apóstolo João ter-nos alertado: "Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho" (2 João 9).
Existe uma definitiva lavagem cerebral e uma manipulação espiritual acontecendo no ramo carismático da igreja.
Felizmente, existe uma esperança no Senhor. Louvemos o Seu Nome, pois nEle há esperança! Quando a Verdade, que vinha me tocando durante todos aqueles anos, foi finalmente liberada, comecei a pesquisar as Escrituras e a avaliar o custo. Permanecer no erro seria um preço alto demais para ser pago, por isso meditei nas palavras do Senhor dirigidas a Israel: "VINDE, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" (Oséias 6:1-3).
Artigo: "What is Truth?" - Kevin Reeves
(Isaías 5:20).
(João 18:37-38).

segunda-feira, 26 de março de 2012

Aberrações Teológicas



Em tempos de aberrações teológicas, apologistas e líderes evangélicos demonstram perplexidade diante de desvios doutrinários.
O crente brasileiro sabe: vez por outra, a Igreja Evangélica brasileira é agitada por uma novidade. Pode ser a chegada de um novo movimento teológico, de uma doutrina inusitada ou mesmo de uma prática heterodoxa, daquelas que causam entusiasmo em uns e estranheza em outros. Quem frequentava igrejas nos anos 1980 há de se lembrar do suposto milagre dos dentes de ouro, por exemplo. Na época, milhares de crentes começaram a testemunhar que, durante as orações, obturações douradas apareciam sobrenaturalmente em suas bocas, numa espécie de odontologia divina. Muito se disse e se fez em nome dessa alegada ação sobrenatural de Deus, que atraiu muita gente aos cultos. Embora contestados por dentistas e nunca satisfatoriamente explicados – segundo especialistas, o amarelecimento natural de obturações ao longo do tempo poderia explicar o fenômeno, e houve quem dissesse que a bênção nada mais era que o efeito de sugestão –, os dentes de ouro marcaram época e ainda aparecem em bocas por aí, numa ou noutra congregação.
Outras manifestações nada convencionais sacudiram o segmento pentecostal de tempos em tempos. Uma delas era a denominada queda no Espírito, quando o fiel, durante a oração, sofria uma espécie de arrebatamento, caindo ao solo e permanecendo como que em transe. Disseminada a partir do trabalho de pregadores americanos como Benny Hinn e Kathryn Kuhlman, a queda no poder passou a ser largamente praticada como sinal de plenitude espiritual e chegou com força ao Brasil. A coqueluche também passou, mas ainda hoje diversos ministérios e pregadores fazem do chamado cair no poder elemento importante de sua liturgia. A moda logo foi substituída por outras, ainda mais bizarras, como a "unção do riso" e a "unção dos animais". Disseminadas pela Comunhão Cristã do Aeroporto de Toronto, no Canadá, a partir de 1993, tais práticas beiravam a histeria coletiva – a certa altura do culto, diversas pessoas caíam ao chão, rindo descontroladamente ou emitindo sons de animais como leões e águias. Tudo era atribuído ao poder do Espírito Santo.
A chamada "bênção de Toronto" logo ganhou mundo, à semelhança das mais variadas novidades. Parece que, quando mais espetacular a manifestação, mais ela tende a se popularizar, atropelando até mesmo o bom senso. Mas o que para muita gente é ato profético ou manifestação do poder do Senhor também é visto por teólogos moderados como simples modismos ou – mais sério ainda – desvios doutrinários. Pior é quando a nova teologia é usada com fins fraudulentos, para arrancar uma oferta a mais ou exercer poder eclesiástico autoritário. "A Bíblia diz claramente que haverá a disseminação de heresias nos últimos dias, e não um grande reavivamento, como alguns estão anunciando", alerta Araripe Gurgel, pesquisador da Agência de Informações Religiosas (Agir). Pastor da Igreja Cristã da Trindade, ele é especialista e seitas e aberrações cristãs e observa que cada vez mais a Palavra de Deus tem sido contaminada e pervertida pelo apelo místico. "Essa tipo de abordagem introduz no cristianismo heresias disfarçadas em meias-verdades, levando a uma religião de aparência, sensorial, sem a real percepção de Deus", destaca.
"Não dá para ficar quieto diante de tanta bizarrice", protesta o pastor e escritor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ). Apologista, ele tem feito de seu blog uma trincheira na luta contra aberrações teológicas como as que vê florescer, sobretudo, no neopentecostalismo. "Acredito, que, mais do que nunca, a Igreja de Cristo precisa preservar a sã doutrina, defendendo os valores inegociáveis da fé cristã. A apologética cristã é um ministério indispensável a saúde do Corpo de Cristo". Na internet, ele disponibiliza farto material, como vídeos que mostram um pouco de tudo. Um dos mais comentados foi um em que um dos líderes do Ministério de Madureira das Assembleias de Deus, Samuel Ferreira, aparece numa espécie de arrebatamento sobre uma pilha de dinheiro, arrecadado durante um culto. "Acabo de ver no YouTube o vídeo de um falso profeta chamado reverendo João Batista, que comercializa pó sagrado, perfume da prosperidade e até um tal martelão do poder". acrescenta Vargens.
Autor do recém-lançado livro Cristianismo ao gosto do freguês, em que denuncia a redução da fé evangélica a mero instrumento de manipulação, o pastor tem sido um crítico obstinado de líderes pentecostais que fazem em seus programas de TV verdadeiras barganhas em nome de Jesus. "O denominado apóstolo Valdomiro Santiago faz apologia de sua denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus, desqualificando todas as outras. E tem ensinado doutrinas absolutamente antibíblicas, onde o ‘tomá-lá-dá-cá’ é a regra". Uma delas é o trízimo, em que desafia o fiel a ofertas à instituição 30% de seus rendimentos, e não os tradicionais dez por cento. A "doutrina das sementes", defendida por pregadores americanos como Mike Murdoch e Morris Cerullo nos programas do pastor Silas Malafaia, também rendeu diversos posts. Segundo eles, o crente deve ofertar valores específicos – no caso, donativos na faixa dos mil reais – em troca de uma unção financeira capaz de levá-lo à prosperidade. "Trata-se de um evangelho espúrio, para tirar dinheiro dos irmãos", reclama Vargens. "Deus não é bolsa de valores, nem se submete às nossas barganhas ou àqueles que pensam que podem manipular o sagrado estabelecendo regras de sucesso pessoal.
Crise teológica – Numa confissão religiosa tão multifacetada em suas expressões e diversa em termos de organização e liderança, é natural que o segmento evangélico sofra com a perda de identidade. O próprio conceito do que é ser crente no país – tema de capa da edição nº 15 de CRISTIANISMO HOJE – é extremamente difuso. E muitas denominações, envolvidas em práticas heterodoxas, vez por outra adotam ritos estranhos à tradição protestante. Joaquim de Andrade, pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata, do Rio, é um pesquisador de seitas e heresias que já enfrentou até conflitos com integrantes de outras crenças, como testemunhas de Jeová e umbandistas. Destes tempos, guarda o pensamento crítico com que enxerga também a situação atual da fé evangélica: "Vivemos uma verdadeira crise teológica, de identidade e integridade. Os crentes estão dando mais valor às manifestações espirituais do que à Palavra de Deus".
Neste caldo, qualquer liderança mais carismática logo conquista seguidores, independentemente da fidelidade de sua mensagem à Bíblia. "Manifestações atraem pessoas. O próprio Nicodemos concluiu que os sinais que Cristo operou foram além do alcance do povo, mas não temos evidência de que ele tenha mesmo se convertido", explica o pastor Russel Shedd, doutor em teologia e um dos mais acreditados líderes evangélicos em atuação no Brasil. Ele refere-se a um personagem bíblico que teve importante discussão com Jesus, que ao final admoestou-lhe da necessidade de o homem nascer de novo pela fé. "Líderes que procuram vencer a competição entre igrejas precisam alegar que têm poder", observa, lembrando que a oferta do sobrenatural precisa atender à imensa demanda dos dias de hoje. "Mas poder não salva nem transmite amor", conclui.
"A busca pela expansão evangélica traz consigo essa necessidade de aculturação e, na cultura religiosa brasileira, nada mais puro do que a mistura", acrescenta o pastor Fabrício Cunha, da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. "O candomblé já fez isso, usando os símbolos do catolicismo; o espiritismo, usando a temática cristã; e agora, vêm os evangélicos neopentecostais, usando toda uma simbologia afro e um misticismo pagão", explica. Como um dos coordenadores do Fórum Jovem de Missão Integral e membro da Fraternidade Teológica Latinoamericana, ele observa que mesmo os protestantes são fruto de uma miscigenação generalizada, o que, no campo da religião, tem em sua gênese um alto nível de sincretismo.
Acontece que, em determinadas comunidades cristãs, alguns destes elementos precisam ser compreendidos como estratégias de comunicação e atração de novos fiéis. Aí, vale tanto a distribuição de objetos com apelo mágico, como rosas ungidas ou frascos de óleo, como a oferta de manifestações tidas como milagrosas, como o já citado dente de ouro ou as estrelinhas de fogo – se o leitor ainda não conhece, saiba que trata-se de pontos luminosos que, segundo muitos crentes, costumam aparecer brilhando em reuniões de busca de poder, sobretudo vigílias durante a noite ou cultos realizados nos montes, prática comum nas periferias de grandes cidades como o Rio de Janeiro. O objetivo das tais estrelinhas? Ninguém sabe, mas costuma-se dizer que é fogo puro, assim como tantas outras manifestações do gênero.
"Alguns desses elementos são resultado de um processo de sectarização religiosa", opina o teólogo e mestre em ciências da religião Valtair Miranda. "Ou seja, quanto mais exótico for a manifestação, mais fácil será para esse líder carismático atrair seguidores para seu grupo". Miranda explica que, como as igrejas evangélicas, sobretudo as avivadas, são, em linhas gerais, muito parecidas, o que os grupos sectários querem é se destacar. "Eles preconizam um determinado tópico teológico ou passagem bíblica, e crescem em torno disso. Objetos como lenços ungidos, medalhas, sal ou sabonete santificados são exemplos. Quanto mais diferente, maior a probabilidade de atrair algum curioso". A estratégia tende a dar resultado quando gira em torno de uma figura religiosa carismática. "Sem carisma, estes elementos logo provocam sarcasmo e evasão", ressalva. O estudioso lembra o que caracteriza fundamentalmente um grupo sectário – o isolamento. "Uma seita precisa marcar bem sua diferença para segurar seu adepto. Quanto mais ele levantar seus muros, mais forte será a identidade e a adesão do fiel."
"Propósito de Deus"– Mas quem faz das manifestações do poder do Espírito Santo parte fundamental de seu ministério defende que apenas milagres não bastam. "É necessário um propósito e uma mudança de vida", declara o bispo Salomão dos Santos, dirigente da Associação Evangélica Missionária Ministério Vida. Como ele mesmo diz, trata-se de uma igreja movida pelo poder da Palavra de Deus, "que crê que Jesus salva, cura, liberta e transforma vidas". O próprio líder se diz um fruto desse poder. Salomão conta que já esteve gravemente doente, sofrendo de hepatite, câncer e outras complicações que a medicina não podia curar. "Cheguei a morrer, mas miraculosamente voltei à vida", garante o bispo, dizendo que chegou a jazer oito horas no necrotério de um hospital. "Voltei pela vontade de Deus", comemora, cheio de fé.
Consciente, Salomão diz que milagres e manifestações naturais realmente acontecem, mas "somente para a exaltação e a glória do Senhor, e não de homens ou denominações". O bispo também observa que alguns têm feito do poder extraordinário de Jesus uma grande indústria de milagres: "O Senhor não dá sua glória para ninguém. Ele opera maravilhas através da instrumentalidade de nossas vidas". E faz questão de reiterar a simplicidade com que Jesus viveu sua vida terrena e que, muitas vezes, realizou grandes milagres sem nenhum alarde. "O agir de Deus não é um espetáculo." (Colaborou Carlos Fernandes)
Sangue fajuto

A novidade chama a atenção pelo seu aspecto bizarro. Num templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), fiéis caminham através de pórticos representando diversos aspectos da vida ("Saúde financeira", "Família", "Finanças"). Até aí, nada demais – os chamados atos proféticos como este são comuns na denominação. O mais estranho acontece depois. Caracterizados como sacerdotes do Antigo Testamento, pastores da Universal recebem as pessoas e, sobre um pequeno altar estilizado, fazem um "sacrifício de sangue". A nova prática vem ganhando espaço nos cultos da Iurd, igreja que já introduziu no neopentecostalismo uma série de elementos simbólicos. Tudo bem que o sangue não é real (trata-se de simples tinta), mas a imolação simulada vai contra tudo o que ensina o Novo Testamento, segundo o qual Jesus, o Cordeiro de Deus, entregou-se a si mesmo como supremo e definitivo sacrifício pela humanidade. Com sangue puro, e não cenográfico.

FONTE: IDAGOSPEL / Cristianismo Hoje

sábado, 24 de março de 2012

O Arrebatamento da Igreja





Israel renasceu, Jerusalém não é mais controlada pelos gentios; os Estados confederados da Europa estão se unindo e em breve apresentarão o Anticristo ao mundo. Se ouvirmos com atenção, perceberemos o estrondoso cavalgar dos quatro cavaleiros do Apocalipse a toda velocidade em direção à Batalha do Armagedom. Então, qual é o próximo acontecimento no programa profético de Deus? O Arebatamento da Igreja de Jesus Cristo!

RESSURREIÇÃO SIM, REENCARNAÇÃO NÃO

Os mortos viverão! A ressurreição dos mortos é um conceito do Antigo Testamento. Jó diz: "Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus" (Jó 19.25-26). Jó estava confiante que haveria um dia da ressurreição através da vinda de um Redentor nos últimos dias.
O profeta Isaías diz: "Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos" (Isaías 26.19).
Também o homem de Deus, Daniel, diz: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno" (Daniel 12.2).
Daniel está dizendo que há duas ressurreições - a ressurreiçãodos justos e a dos ímpios. Jesus ensinou a mesma verdade dizendo: "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo" (João 5.28-29).
A ressurreição do justo se dá em três momentos. O primeiro momento foi no Calvário, quando os mortos se levantaram dos túmulos quando Jesus foi crucificado. O segundo momento será no Arrebatamento da Igreja, antes da Tribulação. O terceiro momento quando será no meio da Tribulação e consistirá daqueles que foram salvos durante a Tribulação e foram decapitados pelo Anticristo.
A ressurreição do ímpio ocorre no julgamento do Grande Trono Branco, no final dos tempos.

O MISTÉRIO REVELADO, O ARREBATAMENTO

Jesus disse: "Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (João 14.2-3). Jesus dá aos seus seguidores sua garantia de que eles estarão juntos novamente após a morte dEle.
O apóstolo Paulo diz: "Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos" (1Cor 15.51). Quando a palavra mistério é usada na Bíblia, não se refere a algo misterioso ou difícil de compreender. Ela se refere a algo que Deus nunca revelou antes ao ser humano. O "mistério" revelado é o do Arrebatamento.
Paulo diz que, quando isso acontecer, "a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1Cor 15.52).

VITORIOSOS COM JESUS

"A última trombeta" é uma expressão que faz referência ao momento em que Deus não mais dispensará a sua graça. Será aquele momento em que a última alma será salva. Será quando o Evangelho terá sido pregado até os confins da Terra (Mateus 24.14).

quinta-feira, 22 de março de 2012

As Famosas Batalhas Espirituais



Há poucos anos atrás, vivia-se a era da incredulidade. Mas agora o Movimento da Batalha Espiritual contra os demônios está em moda.
Naquela época, tudo o que concernia ao metafísico, ao transcendente, ao espiritual, era rechaçado. O "bonito" era ser cético quanto ao mundo religioso. Aliás, esta era a "religião" da maioria. O precursor deste mundo incrédulo foi o marxismo que influenciou todas as áreas da sociedade e, por incrível que pareça, também à religião.

No entanto, em nossos dias, com a virada do milênio, percebe-se uma volta à espiritualização- muito semelhante à era medieval. É tão notória esta mudança de cosmovisão que é possível ver-se cientistas - outrora, a categoria que levava a bandeira do ceticismo- com seus amuletos da sorte, pirâmides na cintura ou em baixo da cama para atrair "bons fluídos", etc.
Lemos em um livro (pasmem!) de um dos profetas mórmons, que a melhor maneira de expulsar demônios é dormir com uma metralhadora debaixo do travesseiro e um grande facão debaixo da cama.

Como foi no período do ceticismo, esta nova filosofia de vida, também têm influenciado a muitas áreas da sociedade, inclusive à religião. E nesta categoria, encontram-se os evangélicos.

No mundo evangélico, nunca se viu tanta ventilação de novas doutrinas como se tem visto em nossos dias. Entre as novas doutrinas, encontra-se o Movimento de Batalha Espiritual. Este, oferece uma nova cosmovisão sobre a esfera espiritual, especialmente sobre os demônios, e como enfrentar este mundo de espíritos.

Cremos que o Movimento de Batalha Espiritual é uma antítese da cosmovisão, principalmente norte americana, de que o diabo não existe. Porém, como antítese, tem-se exacerbado em várias áreas, em seu afã por demônios, e, por isso, deixado a desejar em muitas doutrinas bíblicas.

De início, estaremos mostrando, biblicamente, a realidade da guerra espiritual; em seguida, mostraremos as origens do Movimento de Batalha Espiritual e seus ensinos, confrontando-os com as Escrituras. Em seguida, veremos a proposta das Escrituras sobre a guerra espiritual, e, por fim, veremos os prós e os contra, do Movimento em questão.

A nossa proposta é analisar doutrinariamente o Movimento de Batalha Espiritual e não "atacar pedra" em quem está trabalhando, como muitos possam crer. Nosso propósito, é ser "bereano"; ou seja, analisar até que ponto o que está sendo pregado nos púlpitos do Movimento de Batalha Espiritual, está de acordo com a sã doutrina.


DEFININDO "BATALHA ESPIRITUAL"

A Bíblia está repleta de relatos de batalhas, guerras, confrontos e todo tipo de coisas que denotam conflitos. Só para termos uma idéia de como este assunto é tratado em grande escala nas Escrituras, a palavra "batalha"- assim como foi traduzida- encontra-se em cinqüenta trechos das Escrituras. A palavra sinônima "guerra", encontra-se em duzentos e oito versículos. São referências que descrevem a luta entre nações, pessoas individuais, Deus e o homem, o homem cristão e a sua velha natureza, a Igreja e o mundo, a Igreja e o diabo.

Esta última a ser referida, revela-nos uma espécie de guerra que é bastante diferente da que estamos acostumados a ver nos noticiários de T.V, mas, não menos horrenda e, até mais terrível: a Batalha Espiritual.

Em Ap. 12:4, encontramos a referência à primeira batalha espiritual que foi travada: "arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra". Esta é uma referência de João a Satanás que rebelou-se contra Deus e arrastou consigo a terça parte dos anjos. Desde então, nós vemos, através da Bíblia, Satanás fazendo guerra contra Deus e o Seu povo:

"Então ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor". (Zc. 3:1).

Encontramos, também, citações da batalha que o crente deve fazer contra Satanás: "..não deis lugar ao diabo". (Ef. 4:7); Revesti-vos de toda armadura de Deus para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo". (Ef. 6:11). Em Tg 4:7, está escrito: "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós". Esta palavra "resisti", a qual Tiago refere-se, no grego é "anqi(sthte", ela é derivada de "anqi)sthmi", que traduzido é "colocar-se contra, opor-se, permanecer firme". Esta palavra é aplicada da mesma forma- o combate que o crente deve fazer ao diabo- em, pelo menos, mais duas formas no Novo Testamento: Ef 6:13 e 1 Pe 5:8,9. Isso denota, de forma direta, uma luta espiritual que está se travando. Sobre isso, Paulo Romeiro comenta de forma plausível: "A Bíblia fala muitas vezes sobre tal conflito. Sim, existe uma contínua e intensa batalha entre a luz e as trevas, entre Cristo e Satanás, entre a Igreja e o inferno".

Para entendermos melhor esta batalha, precisamos tomar conhecimento de como ela começou

A origem da batalha espiritual

Procurar saber a origem desta guerra cósmica leva-nos a indagar sobre a origem do mal. No entanto, não iremos nos deter neste assunto. Aqui, é necessário sabermos que existe uma origem para o mal e que esta, é identificada com o diabo.

De acordo com as Escrituras, o Diabo é o chefe da apostasia. Em Is 14:12, Satanás é identificado como sendo a Estrela da Manhã e Filho da Alva. Isso quer dizer que houve um tempo em que este ser angelical criado por Deus, rebelou-se contra o seu Criador (Ez 28:12-19), querendo ser igual a Ele e, consequentemente, foi expulso do céu juntamente com os seus seguidores (Mt 25 41; 12:24; Ef 2:2; Ap 12:7).

É aí que começa toda a guerra, com o propósito de Satanás de ser igual a Deus e, por isso, opor-se a tudo o que Deus faz ou o que se chama pelo Seu nome ( Mt 13: 24-30; Lc 22:3).


O MOVIMENTO "BATALHA ESPIRITUAL"

"Precisamos nos guardar contra dois perigos extremos. Não podemos tratá-lo com muita leviandade, para não subestimar seus perigos. Por outro lado, também não podemos nos interessar demais por ele."

Na religião, existem várias posições a respeito do assunto de demônios. Existem aqueles que se mantêm céticos a respeito da crença em demônios e, categoricamente, afirmam que isto é coisa da idade média ou superstição. O teólogo católico, especialista em demoniologia e parapsicologia, Oscar Quevedo, disse o seguinte sobre o diabo:

Tudo o que foi dito sobre ele está no paganismo... Falar em línguas, ter uma força descomunal e outras atitudes que indicam que alguém está possuído pelo demônio, tudo isso pode ser explicado pela psicologia ou pela parapsicologia.

Existem outros que crêem na existência dos demônios, mas mantêm indiferença a respeito do assunto. Aqui no Brasil, principalmente, está havendo uma super-valorização deste tema. Na novela global: "suave veneno", está uma curiosidade: o diabo, personagem vivido pelo autor Aguinaldo Silva. Para vencê-lo, tem o paranormal Uálber, personagem vivido pelo autor Diogo Vilela.

Os autores do trama, apostaram no "carisma" do diabo, no meio brasileiro. Aguinaldo Silva, chegou a dizer o seguinte: " No Brasil, as pessoas acreditam que o diabo realmente interfere em nossa vida, mais até do que os santos."
Sim, esta é uma realidade brasileira, o espiritualismo. No entanto, também nos círculos evangélicos, atravessa-se uma onda de super-valorizão de anjos e demônios. Estão sendo promovidas reuniões de guerra, libertação, "poder". Seminários sobre batalha espiritual são comuns.

As livrarias foram invadidas por uma série de livros que tratam deste tema. Livros que têm exercido grande influência no meio evangélico como o de Frank Peretti, Este Mundo Tenebroso ( Ed. Vida).

A esta ênfase dada aos demônios, pelo menos aqui no Brasil, atribuímos a responsabilidade a um pastor norte americano chamado C. Peter Wagner. Ele é autor de trinta livros e é a atual autoridade no campo de guerra espiritual. Em seu livro intitulado Oração de Guerra (Ed. Unilit), ele nos conta como foi originado este movimento de guerra espiritual.
Peter Wagner é representante do Movimento de Crescimento da Igreja, fundado por Donald MacGavran, em 1955. Em 1980 começou a interessar-se sobre as dimensões espirituais do crescimento eclesiástico. Em 1989, percebeu que o evangelismo funciona melhor quando é realizado através de oração e que Deus tem dotado certos indivíduos que se mostram incomumente poderosos no ministério da intercessão.

Pensando sobre a idéia de como conciliar evangelismo e intercessão, Peter Wagner reuniu um grupo de cinqüenta intercessores para orarem em um hotel, localizado em frente do local onde seria o segundo congresso de Lausanne.

Durante esta intercessão, Peter Wagner diz que recebeu de Deus o que denominou de "parábola viva". Ele deu esse nome a um acontecimento durante a intercessão. Uma das intercessoras, Juana Francisco, foi acometida de uma crise asmática, rapidamente levaram-na às pressas para o hospital. Esperando a recuperação da amiga no hospital, outras duas intercessoras, Mary Lance e Cidy Jacobs, tiveram uma mensagem que logo identificaram como sendo de Deus. Juana Francisco havia sido atacada por um espírito da macumba. Recebendo a revelação, as duas intercessoras fizeram uma oração quebrando o poder do demônio enquanto, no mesmo momento, Bill Bright, estava com a enferma orando em prol da cura. O que aconteceu foi que no mesmo momento a mulher ficou boa.

Peter Wagner interpretou este episódio como sendo uma lição de Deus ao Seu povo. A partir daí ele tomou para si os seguintes princípios: (1) A evangelização do mundo é uma questão de vida ou morte; (2) A chave para a evangelização do mundo consiste em ouvirmos a Deus e obedecermos àquilo que tivermos ouvido. "Elas sabiam que Deus queria que a maldição fosse anulada, pelo que entraram em ação"5; (3) Deus usará a totalidade do corpo de Cristo para completar a tarefa da evangelização do mundo.

Naquela mesma conferência de Lausanne, em Manila, foram abordados os temas de espíritos territoriais e da intercessão espiritual em nível estratégico.

O interesse sobre o assunto cresceu e foi organizado um grupo de pessoas que se interessavam por guerra espiritual. Peter Wagner tornou-se o líder deste grupo que posteriormente foi denominado de "Rede de Guerra Espiritual". Entre os membros deste grupo podemos mencionar Larry Lea, John Dawson, Cindy Jacobs e Edgardo Silvoso.

Duas forças contrárias: Deus X Diabo

O termo "dualismo" é uma transliteração da palavra latina "dualis" , que quer dizer aquilo que contém dois. Esta expressão foi cunhada para transmitir a idéia do Zoroastrismo, que é a crença em um poder bom, chamado Ormazd, e um poder mal, chamado Ahriman. Neste sistema, acredita-se que existem duas forças opostas: a boa e a má. Estes poderes estão sempre em conflito entre si, podendo resultar em vitórias temporárias, de um lado ou de outro. Apesar destas vitórias, nunca nenhum dos dois deixarão de existir.

Agora que sabemos o que é dualismo, vejamos algumas declarações:

"Estamos em guerra! É a guerra de todas as guerras... a grande batalha espiritual entre Deus e o diabo no campo de batalha de nossas almas, com a eternidade toda pendendo na balança."

e também :

"Pai celestial, eu me ajoelho em adoração e louvor diante de ti. Eu me cubro com sangue do Senhor Jesus Cristo para me proteger durante este período de oração.

Eu me submeto a ti completamente e sem reservas em todos os setores de minha vida. Eu tomo posição contra toda operação de Satanás que possa me impedir neste período de oração e me dirijo exclusivamente ao Deus vivo e verdadeiro, recusando-me a qualquer envolvimento com Satanás em minha oração."

Ainda podemos citar esta:

"Quando Satanás e suas tropas interferem com a obra de Deus na terra, então você sabe que é hora de entrar em ação. A guerra espiritual está rugindo em um nível cósmico. E talvez você seja convocado para participar da mesma."

Diante de tais citações podemos pensar que elas vem da boca de adeptos do Zoroastrismo ou de alguém que prega as idéias do Yin e Yang, do Neo-confucionismo ou do Taoísmo. No entanto, quem pensa isso está redondamente enganado, estas declarações vêm da boca de pregadores cristãos propagadores do Movimento de Batalha Espiritual.

Quando começamos a estudar sobre "batalha espiritual", o ensino com que logo nos deparamos é o de que existem duas forças- ainda que não iguais em poder- lutando entre si para ganhar a posse das almas dos mortais.

Embora entre os pregadores do Movimento de Batalha Espiritual se negue o dualismo em seus ensinos, podemos ver a realidade da doutrina dualista de Deus X diabo, entre declarações como vimos a cima.

No cristianismo não existe lugar para o dualismo, ou o cristão crê que Deus é soberano sobre todas as coisas- e isso inclui a natureza, o coração humano, os governos e o diabo- ou vive em angústia temendo o demônio.

Espíritos Territoriais

De acordo com o ensino do Movimento de Batalha Espiritual, o Diabo designou um demônio, ou vários deles, para controlarem cidades, regiões e países. O objetivo destes "governantes espirituais" seria impedir a glorificação de Deus em seus respectivos territórios.

C. Peter Wagner diz em seu livro Oração de guerra:

"As estruturas sociais não são, por si mesmas, demoníacas, embora possam ser e com freqüência sejam endemoninhadas por alguma personalidade demoníaca extremamente perniciosa e dominante, às quais tenho chamado de espíritos territoriais", e "Grande parte do antigo Testamento alicerça-se sobre a suposição que os seres espirituais sobrenaturais exercem domínio sobre esferas geopolíticas."

Dra. Neuza Itioka em seu livro A Igreja e a Batalha espiritual, diz:

"Estes poderes (principados e potestades) exercem controle não apenas sobre vidas, mas também estruturas sociais, eclesiásticas e políticas de comarcas, cidades e regiões geográficas... Quando analisamos determinadas estruturas sociais ou econômicos, o que podemos concluir? O sistema social e econômico injusto que o Brasil vive, não estaria ligado com o principado e a potestade do escravagismo que ainda se perpetua, estendendo os seus tentáculos para aprisionar a nossa sociedade?...Atrás da incapacidade dos governantes arrumarem a casa, contornarem a economia e estabelecerem justiça o que podemos discernir? Apenas o espírito corrupto dos governantes? Apenas o espírito sem escrúpulo dos que estão sem poder? Não estariam eles ligados a algo mais?".

Neuza Itioka também disse o seguinte em um curso sobre Batalha Espiritual:

"A nossa luta deve se dirigir mais e mais contra os grandes príncipes demoníacos das regiões, nações e cidades.

São eles que presidem a corrupção e fraude, por exemplo, perpetuam um estilo de vida e comportamento por trás da repartição pública, do marajá que preside a corrupção da orfandade; do aborto; perpetua a violência; a miséria; a pobreza; a sensualidade e a perversidade, que originam a morte e o suicídio."

Ainda argumentando sobre os Espíritos Territoriais, o Movimento de Batalha Espiritual cita alguns textos bíblicos para fundamentar sua idéia. Os mais comuns são: Dn 10:13,20; 12; Mt 4:8,9; Mc 5:10; Ef 6:12.

"Espíritos territoriais" à luz das Escrituras

Nossa preocupação é analisar o que nos tem sido pregado. Já que tomamos as Escrituras como única autoridade de fé e prática, queremos invocar o seu testemunho à respeito de tal ensino.

Por isso queremos analisar os textos bíblicos que, supostamente, falam do assunto, intencionando chegar a uma conclusão bíblica.

O texto mais usado para defender a idéia de territorialidade de espíritos é Dn 10:13 e 20:

"Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias: porém Miguel, um dos príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia."

"e ele disse: Sabes porque eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia."

O que este texto quer dizer ao referir-se ao príncipe da Pérsia e príncipe da Grécia? Não poderíamos chegar a outra conclusão além da que estes eram espíritos angelicais que atuavam nos reinos da Pérsia e Grécia.

Halley diz em seu livro "Manual Bíblico":

"Deus levantou o véu e mostrou a Daniel algumas realidades do mundo invisível- a prossecução de conflitos entre inteligências super-humanas, boas e más, num esforço por controlar os movimentos das nações, algumas das quais procurando proteger o povo de Deus. Miguel era o anjo guardião de Israel, vv. 13,21. Outro anjo, anônimo, falou com Daniel. A Grécia tinha seu anjo, v. 20; e igualmente a Pérsia, vv. 13, 20. Parece que Deus mostrava a Daniel alguns de Seus agentes secretos em operação para levar a efeito a volta de Israel.".

Baldiwin em seu livro "Daniel: Introdução e Comentário", diz o seguinte: "Pensa-se aqui num representante da Pérsia nas regiões celestiais; a Grécia igualmente tem um correlativo angélico (20), e Miguel, um dos primeiros príncipes, pertence a Israel.".

Caio Fábio em seu livro "Batalha Espiritual", também faz um comentário sobre este texto:

"...as manifestações espirituais se relacionavam com o mundo visível e suas expressões políticas... O princípio que fica é este. Por mais estranho que isso possa parecer a algumas mentes teológicas sofisticadas, a Bíblia é clara quanto à atuação dos principados e potestades no seio da história, agindo sobre nações, de maneira tão íntima, tão intrínseca que a Bíblia os especifica, referindo-se à área de atuação deles, como o príncipe da Nações.".

Dr. Russell Shedd também tem algo a nos falar sobre isso em seu comentário na Bíblia Shedd: "O príncipe do reino da Pérsia. O poder espiritual satânico manifesto através do culto pagão dos persas."

Portanto, creio que este texto, realmente, fala de espíritos malignos que influenciam um sistema social.

Um outro texto que se usa para apoiar a idéia de territorialidade espiritual é Mt 4:8,9 diz:

"Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: "Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares".

Parece, aqui, que Satanás estava reclamando um domínio sobre o mundo, o qual Jesus não questionou. Neste texto, podemos ver que Satanás exerce de influência sobre os reinos do mundo (planeta Terra), através da ordem má das coisas. No entanto, não encontramos explícita no texto a idéia de que cada nação tem o seu espírito maligno.

Outro texto que, casualmente, podemos enxergar o pensamento de Espíritos Territoriais é Mc 5:10:

"E rogou-lhes encarecidamente que os não mandasse para fora do país."

Observando este texto, a pergunta que nos salta à mente é: o que eles quiseram dizer com "fora do país"? A palavra no original grego é "cwraV" que significa "região". Este problema pode ser selecionado com o texto correspondente, Lc 8:31: "Rogavam-lhe que não os mandasse sair para o abismo".

Não se trata, aqui, de territorialismo de demônios, mas, sim, que os demônios não queriam ir para o abismo, mas ficar nesta região, ou seja, nesta esfera espiritual.

Um outro texto bem conhecido é Ef 6:12:

"porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes."

O apóstolo Paulo fala de quatro expressões que podemos estar destacando: (1) Principados e potestades- aqui inferindo a uma hierarquia espiritual ( gr.: a(rxa)j e e)zousi)as ); (2) Príncipes do mundo (gr.:kojmokra)toras). Esta expressão significa "governante mundial"; foi usada por Paulo para descrever a ação dos demônios sobre a esfera da existência humana; (3) Forças espirituais do mal (gr.: pro)j ta) pneumatika) te@j poneri)aj). Esta expressão indica uma força opositora ao bem. Uma espécie de exército do mal; (4) Regiões celestiais (gr. e)pourani)oij). Esse termo é usado por Paulo cinco vezes na carta aos Efésios. Denota a esfera espiritual em que os espíritos, maus ou bons, operam.

Analisando estes termos, podemos ver que o diabo é ordenado, possuindo hierarquia entre os seus subordinados, e atua, nas regiões espirituais, influenciando as nações. Porém, a partir deste texto, não podemos ter a crença na territorialidade dos demônios. O próprio Peter Wagner comenta sobre este texto em seu livro "Oração de Guerra":

"Coisa alguma, neste versículo, indica que uma ou mais dessas categorias ajustam-se à descrição de espíritos territoriais."

Analisando, sinceramente, estes textos e observando a crítica que fazem alguns autores sobre o assunto, podemos concluir que apenas o texto de Daniel 10:13,20, expressa o pensamento na existência de um espírito maligno influenciando cada nação; portanto, torna-se perigoso basearmos toda uma doutrina em apenas um texto.

No entanto, não podemos ignorar a existência do texto de Dn 10: 13,20; por isso, não rejeitamos a idéia do Movimento de Batalha Espiritual de que cada nação é influenciada por um espírito maligno. Nossa opinião pessoal é que realmente os demônios são ordenados ( e todos os textos acima estudados expressão isso) ao ponto de organizarem-se em distritos, influenciando a cada nação. Todavia, o nosso conhecimento sobre a organização distrital dos demônios para por aqui, por que a Bíblia não nos fala mais sobre o assunto; por isso, qualquer informação a mais sobre isso seria mera especulação.

A Terra é de Satanás

De acordo com os ensinos do movimento de Batalha Espiritual, a administração e governo terrenos pertencem a Satanás. Isso deveu-se ao pecado de Adão. Ao primeiro homem foi dada administração e governo sobre a criação; no entanto, ele, quando pecou, entregou a autoridade ao diabo. Decorrente disto, o diabo tem controle sobre os governos, e Deus não interfere nisso, por questões éticas e legais. Satanás tem todo o direito legal de administrar o sistema terreno, e Deus romperia com a ética se interferisse nesse direito. Foi por isso que Jesus veio, para devolver o direito ao homem de governar. A partir de Jesus, portanto, temos a autoridade de governar sobre a criação.

Para apoiar essa idéia, citam-se textos como Mt 4:8,9 e 2 Co 4:4.

O que a Bíblia diz sobre a terra ser de Satanás?

Quando nos voltamos para a Bíblia e nos deparamos com Deus julgando a humanidade através do dilúvio Gn 6:11-26, com textos como Sl 24:1: "Do Senhor é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam"... - Como abraçar a idéia de que Satanás é governante da terra e concorrente de Deus? Quando nos deparamos com Sl 50:10-12: "...meu é todo o animal da selva e as alimárias sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo... pois meu é o mundo e a sua plenitude." e Dn 2:21: "...é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis." - Que fazemos com eles?

No Livro do profeta Isaías ficamos vislumbrados em saber que Deus usou o rei da Assíria para julgar a Israel e depois também julga à Assíria, Is 10:5-12. Em I Sm 2:6,7, encontramos Ana orando da seguinte forma: "O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta". O salmista inspirado, declara em Sl 103:19 : "Nos céus estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo."

Deus é soberano e governa sobre todas as coisas, inclusive sobre o diabo. Porventura diante destes textos encontramos alguma coisa que sobrou para Satanás governar? Tenho certeza que não.

No entanto o que fazer com textos bíblicos que dizem que satanás é o deus deste mundo? A fim de responder esta pergunta, precisamos nos perguntar que "mundo" que é este. Russell Shedd nos da um esclarecimento sobre isto:

"...trata do sistema de valores alienado de Deus, que orienta o pensamento dos homens em oposição a Ele. Assim, o kosmos jaz no maligno ( o diabo, 1 Jo 5:19; cf. Jo 12:31; 14:30). As trevas dominam este mundo (Jo1:5; 12:46) e o pecado macula sua existência como um todo."

Por isso não nos estranha Jesus e Paulo atribuírem este título a Satanás. Ele é o deus de um mundo pecaminoso e que se nega a submeter ao único Deus.

E é exatamente disso que se refere os textos de Mt 4:8, 2 Co 4:4 e outros. No entanto, é necessário notarmos que inclusive sobre o mundo pecaminoso Deus é soberano. No sentido de delimitar a ação maligna. Vemos isso na crucificação, onde era um ato soberano de Deus para cumprir os seus propósitos, mas também um ato pecaminoso do homem incitado pelo diabo: "sendo este Jesus entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos".( At 2:23). Erickson comenta sobre o assunto da seguinte forma:

"Há várias maneiras pelas quais Deus pode relacionar-se e de fato se relaciona com o pecado: ele pode (1) preveni-lo; (2) permiti-lo; (3) dirigi-lo ou (4) limitá-lo. Note que em cada caso, Deus não é a causa do pecado humano, mas age em relação a ele."

Retaliação
Segundo o ensino do movimento de Batalha Espiritual, quando o crente ataca estes espíritos territoriais, invadindo sua jurisdição e tentando implantar o Reino de Deus, ele terá problemas. Estes demônios poderão infernizar a sua vida com doenças, problemas conjugais e toda sorte de males.

C. Peter Wagner diz em seu livro "Oração de guerra":

"Dóris e eu começamos a ir para as linhas de frente na Argentina, em 1990. Dentro de alguns meses, tivemos a pior desavença em família em quarenta anos de casados, tivemos um problema sério com um de nossos mais chegados intercessores, e Dóris ficou incapacitada por quase cinco meses por motivos de discos vertebrais deslocados, e cirurgia nas costas e em um joelho. Em nossas mentes, ou nas mentes de outras pessoas envolvidas, que oram por nós, não há o menor sinal de dúvida que essas coisas foram revides diretos da parte dos espíritos que ficaram irritados por termos invadido o seu território."

Robson Rodovalho concorda com a idéia de Peter Wagner comentando da seguinte forma:

"Como então, o apóstolo Paulo nos fala da possibilidade de Satanás levar vantagem sobre nós na guerra espiritual? Isto se chama retaliação. Retaliação é quando Satanás tem oportunidade de nos retaliar, de nos contra-atacar. E ele faz isto. Ele usa as oportunidades que encontra para retaliar os filhos de Deus, trazendo, assim, aparente derrota, desânimo, e situações semelhantes."

Este pensamento é uma constante na vida dos participantes do movimento de batalha espiritual. Por isso, explicasse a constante oração por proteção e o ato "místico" de vestir a armadura espiritual.

Esta preocupação mostra-se evidente nas orações. Em uma apostila sobre Batalha espiritual, a Missão Evangélica Shekinah ensina seus alunos a orar da seguinte forma:

"Eu me cubro com o sangue do Senhor Jesus Cristo para me proteger durante este período de oração...eu me cinjo com a verdade, revisto-me da couraça da justiça, calço as sandálias da paz e coloco o capacete da salvação. Levanto o escudo da fé contra todos os ardentes dardos do inimigo e tomo em minha mão a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, e uso a Tua Palavra contra todas as forças do mal em minha vida"

Retaliação" à luz das Escrituras

Vejamos o que a Bíblia pode nos dizer sobre este assunto. Na obra missionária de Cristo, o diabo estava presente em alguns momentos da sua vida para fazer com que a sua obra fosse frustrada. Na tentação do deserto ( Mt 4) – no início do ministério de Jesus -, Satanás esforçou-se para impedir à Cristo.

Quando Pedro foi usado pelo diabo ( Mt 16:23), vemos Satanás tentando induzir Jesus a se acomodar. Na cruz, quando Jesus está sendo crucificado ( Mt 27: 33-44), vemos o diabo usando as pessoas que passavam para fazer com que Jesus desistisse do que estava fazendo.

Durante todo o ministério de Cristo aqui na terra, vemos o diabo contra-atacando-o. Notamos isso ocorrer, também, na vida de Paulo. No ministério paulino em Tessalônica, observa-se a resistência de Satanás à obra que estava sendo feita. As pessoas estavam sendo libertas e salvas. Muitos judeus creram na Palavra e numerosos gentios deixaram a adoração à ídolos e renderam-se ao Senhor. No entanto, qual foi o resultado disso? Uma perseguição levantou-se contra Paulo e os seus companheiros, instigada pelo ódio, inveja e incredulidade dos judeus. Parece, aqui, que Satanás estava usando estes sentimentos da parte dos judeus para retalhar a obra de Deus em Tessalônica. Foi tão séria a resistência de Satanás contra a obra de Paulo que , este, disse o seguinte em 1 Ts 2:18: "Por isso, quisemos ir até vós ( pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho." Ainda a respeito disso, Ladd comenta:

"Ele é o tentador, que procura, através da aflição, desviar os crentes do Evangelho (I Ts 3:5), obstruir os servos de Deus em seus ministérios (I Ts 2:18), e que cria falsos apóstolos, para perverterem a verdade do Evangelho (II Cor 11:14), que está sempre tentando derrotar o povo de Deus ( Ef 6:11,12,16), e que é até mesmo capaz de praticar seus ataques sob a forma de sofrimentos corporais, aos servos escolhidos de Deus ( II Co 12:7)".

MacArthur também nos dá a sua contribuição sobre o assunto: "É evidente, pois, que os crentes não estão imunes à oposição de Satanás; nem é o plano de Deus que estejamos sempre livres de toda a situação má."

De acordo com os textos mencionados acima, cremos que o diabo, realmente, pode reagir ( "retaliar", ou seja lá como quiserem denominar essa ação satânica) contra a obra missionária do povo de Deus.

Cremos que é evidente que o diabo, tentando se opor à obra de Deus, faça de tudo para que o crente não obtenha sucesso em seu trabalho missionário. Esse "fazer de tudo", implica em semear discórdias, desavenças, contendas, enfermidades e tudo o que o diabo costuma fazer.

No entanto, esta resistência é limitada pelo próprio Deus. Satanás não é um ser autônomo que vive independentemente. Muito pelo contrário, ele é um ser limitado que age com limitações impostas pelo próprio Deus. Em Jó 1:12, vemos Deus limitando a ação satânica sobre a vida de um crente: "Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do Senhor".

Também em Lc 22:31, vemos que Satanás precisou pedir permissão para atacar a Pedro: " Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo." Em 2 Co 12:7, vemos que o apóstolo Paulo estava acometido de um ataque satânico ( o espinho na carne); porém, este ataque servia aos propósitos soberanos de Deus: "...para que não me ensoberbecesse."

Sobre isso Michael S. Horton comenta em seu livro "O cristão e a cultura":

" Conforme Lutero disse, ’o diabo é o diabo de Deus’, Calvino também argumentava que todas as influências demoníacas e satânicas do mal estavam sob o comando soberano de Deus e estão sob o controle do verdadeiro Soberano do Universo."

Penso que Frank Peretti, o Escritor do livro "Este mundo tenebroso", de acordo com a visão de muitos crentes, deveria passar por muitos problemas, sendo "retaliado" pelo diabo, ao escrever o seu livro, que foi um "despertar" para o mundo espiritual.

No entanto, em uma entrevista dada à revista "Vida Mix", ele responde à pergunta: "Você enfrentou lutas espirituais ou problemas, enquanto escrevia algum livro?", da seguinte forma:

"Não que eu saiba. Nunca tive uma experiência sobrenatural. Coisas como desânimo, depressão e dúvidas já experimentei; mas não coloco a culpa no diabo. Podem ser problemas hormonais ou coisa parecida. Todo aquele que serve ao Senhor passa por algum tipo de tribulação e os meus problemas são típicos de alguém que se dedica a Deus. Muita gente perguntou se eu fui atacado pelo diabo, enquanto escrevia os livros. Acho que não. Imagino que a maior luta foi quando fiquei saturado com o tema. Era um peso que me deixou desanimado, porque eu não sabia o que iria acontecer. Afinal, o corpo de Cristo vencerá ou não? Veja bem, acabei de assistir o programa do clube 700 na televisão e eles mencionaram o que está acontecendo em uma igreja que, no momento, experimenta um grande avivamento em Pensacola, na Flórida. Eu disse: "Glória a Deus! Até que enfim uma boa notícia."

Podemos concluir dizendo que Satanás se opõe a obra da igreja e anela em destruí-la; no entanto, jamais o faz sem a permissão, limitação e supervisão divina. O problema é quando nos preocupamos demais no que Satanás nos "aprontará" se fizermos isso ou aquilo para o Reino de Deus.

"Brechas"

Este é um outro ensino amplamente divulgado pelo movimento de batalha espiritual. De acordo com os pregadores do movimento, "brechas" são pecados que cometemos que, invariavelmente, dão toda a autoridade legal para o diabo agir contra nós.

Robson Rodovalho, em seu livro "Por trás das Bênçãos e maldições", fala-nos sobre isso:

"Quando uma pessoa pratica o pecado, ela abre brecha em sua vida. A proteção espiritual está sendo levantada, e a partir daí as maldições poderão tocá-la. Por exemplo: nós encontramos Satanás dizendo a Deus que não poderia tocar a vida de Jó, pois ele estava protegido por esta sebe... Sempre que uma pessoa peca inconscientemente ou voluntariamente, ela abre uma brecha nesta cerca. Consequentemente, os espíritos maus começam a Ter acesso à vida e ao coração dela. Os espíritos malignos entram aonde foi feita a brecha. Somente o perdão de Deus poderá repará-la."

Ainda sobre isso Neuza Itioka comenta:

"Tanto Thomas White como Robert Linthicum confirmam através dos seus escritos que corporativos de uma comunidade cristã local podem se transformar numa abertura para a invasão de principados e potestades que, por sua vez, vão se fortalecer com os mesmos pecados, para se Ter todos os direitos legais para oprimir e definhar a igreja."

Dentro do pensamento do movimento de batalha espiritual, a freqüência de um determinado pecado na vida do crente, do incrédulo, de uma comunidade, cidade, nação, concede ao diabo legalidade para intentar contra aquele que comete o pecado.

O conceito de "brechas" nas Escrituras
"Não deis lugar ao diabo"(Ef 5:27); "Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios."(2 Co 2:11)

A santidade nas Escrituras é algo que é constantemente falado. A palavra "santo" e seus derivados, aparecem em 464 versículos. Portanto, é mais que evidente que o crente deve buscar a santidade cada vez mais em sua vida.

No entanto, precisa-se observar a motivação pelo qual deve-se buscar a santificação. Deve-se buscar a santificação com interesse que o diabo não tenha legalidade sobre a vida, ou deve-se buscar a santificação por amor e temor a Deus?

Creio que a santificação, que é fruto do trabalhar do Espírito santo na vida do crente, tem como fim maior o agradar a Deus. ( Lv 11:44; 19:2; Ef 1:4; Hb 12:14; 1 Ts 4:7) A santidade trás os benefícios de estar em paz com Deus e consigo mesmo. Quando as Escrituras escrevem exortando-nos a buscar a santidade, ela o faz pensando no sucesso do relacionamento entre o homem e um Deus santo e, também, pensando no nosso bem estar. Quando buscamos a santidade, o fazemos porque amamos o Senhor e não para que o diabo não tenha legalidade. Quando nossa conduta não está de

acordo com os padrões de Deus para nós, nós temos que nos ver com Deus e não com o diabo. É por isso que somos exortados a buscar o arrependimento.

Pensemos no pecado de Davi com Bate-Seba ( 2 Sm 11). Davi adulterou e cometeu homicídio. Este pecado horrendo trouxe grandes males para Davi, sua família e seu povo. A partir daí poderíasse dizer que o diabo passou a ter legalidade sobre a vida de Davi?

De forma alguma, a vida de Davi ainda pertencia a Deus e Este o tratou conforme seu pecado:

"Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher... Assim diz o Senhor: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol... E o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias dera à luz a Davi; e a criança adoeceu gravemente." (2 Sm 12: 10, 11, 15)

Mapeamento Espiritual


Um método de guerra usado pelo Movimento de Batalha espiritual é o mapeamento espiritual. Antes de mais nada, segundo os pregadores do movimento, o evangelista precisa conhecer historicamente, politicamente, socialmente e espiritualmente a região onde vai trabalhar. Mapeamento Espiritual consiste em estudar a história do lugar onde deseja-se evangelizar e "discernir" a entidade espiritual que atua nesta determinada região.

Seria o estudo da história da região e das características econômicas, políticas, sociais e morais que lhe são próprias. Em seguida, faz-se uma identificação com o demônio que poderia lhe atribuir estas qualidades.

Peter Wagner diz o seguinte sobre o assunto:

"Uma área relativamente nova da pesquisa e do ministério cristãos, ligada de perto com a questão de nomear as potestades, chama-se "mapeamento espiritual... Trata-se de uma tentativa para ver uma cidade, uma nação ou o mundo inteiro conforme realmente é, e não como parece ser. "

Neuza Itioka também fala sobre o assunto da seguinte forma:

"É importante ressaltar que a identificação dos principados e potestades de alta hierarquia espiritual, não se dá apenas pelo dom espiritual, mas, por analisar as características da cidade, conhecendo a história da sua fundação, do seu desenvolvimento."

No esforço em amarrar, expelir e amordaçar demônios "territoriais", os pregadores do movimento de batalha espiritual ensinam que devemos procurar saber o nome do demônio que estamos guerreando para que possamos ter mais autoridade sobre ele.

Peter Wagner deixa isso bem claro em seu livro "Oração de guerra":

"Até onde for possível, os intercessores deveriam buscar saber os nomes, próprios ou funcionais, dos principados distribuídos na cidade como um todo e entre os vários segmentos geográficos, sociais ou culturais da cidade."

O mistério de libertação Shekinah, dando ouvidos a este conselho, em seus cursos de libertação, cita uma lista de nomes de demônios:

"Principados ligados a Satanás: Brumaus, Krucitas ( atrás das cruzes), Ashtoreth ( governa as estrelas), Tremus ( tem subordinado leviathan, governador, aprisionando sob aceano - triângulo das Bermudas), Diana ( idolatria e prostituição- culto a deuses, tem subordinado 3 autoridades mundiais- Damian, Asmodeus e Belzebu), Dagon ( Sacrifício de animais e crianças), Nimrod ( guerreiro que prepara a guerra do Armagedom), Dragon Astrologia- consome a sabedoria dos homens- Anticristo), Syria ( guerreiro como o príncipe do reino da Pérsia de Daniel). Autoridades mundiais: Damian, Asmodeus, Belzebu, Arios, Mengue-Lesh, Nosferasteus. Outros demônios: Amishie ( Costa Rica), Aurius (Protege e leva mensagens a Satanás, como Gabriel faz com Deus), Cumba (África), Izmaichia ( Europa e meio Oeste), Krion ( América Central), Kruonos e Krutofor ( Atacam igrejas que praticam batalha espiritual), Mamom ( riqueza), Sinfiris ( sede de sangue) e Yemanjá (América do sul)."

Uma certa Magnólia de Campos Araújo, teve uma revelação que foi escrita por Mátiko Yamashita 32 (Ministério Batalha Espiritual). Nesta revelação ela entrevista uma série de "principados e potestades". Essa entrevista, segundo ela, foi dada sob juramento.

O primeiro demônio a ser entrevistado foi Lúcifer. Segundo Magnólia, ele tem a aparência de um cabrito preto, vestido de homem, luvas e sapatos, no pescoço aparecem os pêlos de cabrito. Tem chifres pequenos e bigodes, cavanhaques pequenos e finos. Este disse que são sete príncipes negros, e cada um tem nove subordinados, e cada subordinado tem 32 outros subordinados. Desses 32, 9 são ligados diretamente a ele.

Magnólia perguntou a Lúcifer qual era o príncipe do Brasil. Este, lhe respondeu que atualmente está vago, pois Yemanjá (Aparecida) foi destronada no dia 12 de outubro de 1990. Magnólia perguntou sobre os príncipes de São Paulo e Rio de Janeiro. Lúcifer respondeu-lhe que são o príncipe do inconformismo e o "língua de fogo", respectivamente.

Um outro demônio entrevistado foi o Minotauro. Segundo as informações do próprio demônio, ele é originado da Grécia antiga. Possui corpo de homem, cabeça de touro, com chifres voltados para o centro da cabeça. Segundo ele mesmo falou, é anjo caído e gênio da destruição.

Um outro entrevistado por Magnólia foi a Yemanjá. As informações a respeito deste demônio não foram dadas por ele mesmo, mas pelo "Pomba-gira". Yemanjá é um príncipe comandado por Diana e Dionísio. Tem a aparência de mulher, cabelos longos, usa vestido decotado, longo, azul ou branco.

Quem pensa que para por aí, esta enganado. Magnólia "identificou" uma série de outros demônios: Bonzo, Buda, Centauro, Lísipe, Gênio, Fauno Pan Sátiro, Pitonisa de Delfos, Pomba Gira, Espírito de Aborto, Espírito de Bronquites, Benzai-tem ou Benten, Exú Caveira, Xangó e Espírito de Jezabel.

O que a Bíblia diz sobre mapeamento Espiritual?

Tento imaginar Paulo escrevendo aos crentes da igreja primitiva a fim de exortá-los a fazer um mapeamento espiritual das cidades onde moravam. Talvez, invés de Paulo falar sobre justificação pela fé aos Romanos, ele diria para que estes identificassem e combatessem o demônio romano. Quem sabe se Paulo não falasse sobre conduta cristã aos Coríntios, ele falasse sobre como amarrar a potestade que regia aquele lugar? Imagino Paulo incentivando aos Colossenses a mapear o seu território ao invés de alertá-los contra as influências do judaísmo e gnosticismo.

Éfeso era uma cidade profundamente religiosa. Os efésios adoravam à Diana, a deusa da fertilidade. Foi construído para ela um templo que durou trinta anos para ser concluído. No seu término, foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. A imagem de Diana ficava neste templo, era conhecida e adorada por todos cidadãos daquela cidade. De acordo com o relato bíblico ( At 19: 1-20), Paulo pregou naquela cidade por três anos.

Houve tal avivamento decorrente da pregação de Paulo que enfermos traziam peças de roupas para que Paulo as tocasse a fim de que seus donos fossem curados, os praticantes de artes mágicas , arrependidos, traziam seus livros para que fossem queimados em praça pública. Em Éfeso, Paulo fundou a igreja mais forte do primeiro século. Tal foi a obra que Deus fez naquela cidade, que o culto a Diana foi perdendo o seu vigor até que em 262 d.C, seu templo foi saqueado e incendiado pelos godos, e fechado pelo édito de Teodósio que fechou todos os templos pagãos.

Qual foi a fórmula de tal sucesso evangelístico? A Bíblia não diz que Paulo antes de entrar a cidade de Éfeso ficou mapeando-a, tentando identificar o demônio que ali estava. Se isso é tão importante fazer, porque Lucas ao dar o relato histórico não nos da as diretrizes? Na verdade, Lucas conta-nos o segredo do sucesso: "Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos."(At 19:10) A pregação da Palavra de Deus, eis o segredo do sucesso.

Os pregadores do ensino de mapeamento espiritual argumentam que Paulo mapeou a cidade- ainda que não conste no relato bíblico. No entanto, imagino que se este fato fosse concreto, esperávamos que Paulo não enfrentasse maiores resistências do povo daquela região, conforme ensina o movimento de batalha espiritual. Porém, de acordo com o relato bíblico (AT 19: 23-41), Paulo enfrentou muita oposição.

Jesus nos ordenou: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado." (Mt29: 18,19); "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura". ( Mc 16:15). Jesus ao enviar aos doze disse: "... à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus." (Mt 10:7). Quando enviou os setenta, Jesus disse: "Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: a vós outros está próximo o reino de Deus."(Lc 10:9). Jesus, em momento algum, nos orienta a mapear regiões, descobrir nomes de demônios e amarrá-los. Se isso fosse de suma importância para o sucesso evangelístico, Jesus nos teria ordenado fazê-lo.

Paulo Romeiro comenta sobre isso com muita propriedade: "Ora, não se destrona principados e potestades para depois pregar a Palavra de Deus, mas primeiro se prega a Palavra, pois ela, sim, tem o poder para vencer as potestades malignas."

Horton também comenta sobre isso da seguinte forma:

"O Mapeamento espiritual, promulgado por crescente número de missiólogos, tenta identificar ‘pontos quentes’ de atividade demoníaca com o alvo de ‘amarrar’ os opressores malignos da região. Naturalmente, soa como algo saído de um livro medieval de superstições, mas é levado muito a sério por bom número de líderes evangélicos... Naturalmente, as Escrituras não relatam nenhum exemplo de pessoas se salvando antes de ouvir a pregação da Palavra."

Quero concluir este assunto dizendo que não encontro nas Sagradas Escrituras nenhum respaldo para o ensino de mapeamento espiritual.

Cabe a nós pregar o evangelho do Cristo ressurrecto a toda criatura, crendo que ele é poderoso para a salvação de todo aquele que nele crê e também para expulsar principados e potestades.

Oração de Guerra
"Oração" todo mundo sabe o que é. É o modo como o homem chega até Deus (através de Jesus, é claro), em temor, adoração, louvor, petição e comunhão. No entanto, o que seria oração de guerra?

Chegamos ao cerne da doutrina do Movimento de Batalha Espiritual. Este é o centro, a essência de toda a sua teologia. Todas as demais coisas giram em torno do seu conceito de como fazer guerra a Satanás.

De acordo com os propagadores do Movimento de Batalha Espiritual, existem três níveis de guerra espiritual: (1) O nível solo- que seria a expulsão de demônios; (2) O nível de ocultismo- que seria o confronto a atividades demoníacas expressas em seitas ocultistas; (3) O nível estratégico- que é a guerra que se faz a espíritos territoriais.

A oração de guerra é feita neste último nível, o nível estratégico. Consiste em identificar os poderes espirituais malévolos atuantes em um determinado lugar e expulsá-los. Como expulsá-los? Ordenando que o façam, declarando, determinando, impedindo os seus atos através da palavra falada.

Neuza Itioka, em seu livro "A igreja e a Batalha Espiritual", comenta sobre o assunto:

" Exercer autoridade sobre os demônios significa, não apenas expulsar demônios das pessoas oprimidas, mas, também, exercer autoridade sobre as forças do mal que têm domínio e controle sobre os pecados e vícios, tais como materialismo, violência, sensualidade, miséria e injustiça social bem como resistir e destronar principados e potestades que tem jurisdição sobre áreas geográficas."

Cesar Augusto em seu livro "Guerra Espiritual", também fala algo semelhante:

"Quando estamos guerreando contra as forças das trevas, sejam dominadores de enfermidades, homossexualismo ou drogas, necessitamos da declaração contra esses demônios, pois através dela, podemos alcançar a vitória.

Há momentos na luta espiritual, que não necessitamos mais de uma oração intercessória e sim usar a autoridade que o Senhor nos deu e declarar a vitória através do nome do Senhor. A declaração ordenativa muda situações e ambientes e nos da a vitória."

De acordo com o ensino do movimento de batalha espiritual, a oração de guerra é a chave para o sucesso da evangelização. A evangelização só pode ocorrer se antes repreendermos, amarrarmos e expulsarmos o "homem forte" que domina no lugar onde evangelizarmos. Tal é a seriedade que este princípio é apregoado que é também chamado de "evangelismo de oração".

Peter Wagner, em seu livro "Oração de Guerra", comentando sobre o assunto faz uma citação de outro proeminente pregador da oração de guerra:

"Edgardo Silvoso, assevera que Annacondia e outros proeminentes evangelistas argentinos incorporam em seu trabalho evangelístico uma nova ênfase sobre a guerra espiritual- o desafio aos principados e potestades, bem como a proclamação do Evangelho ao povo, mas também aos carcereiros espirituais que conservam as pessoas cativas. A oração é a variável principal, de acordo com Silvoso. Os evangelistas começam a orar pelas cidades, antes de proclamarem o evangelho ali. E somente depois de sentirem que os poderes espirituais que

Em seu livro "Que nenhum pereça", Ed Silvoso, sugere uma estratégia de guerra espiritual que consiste em seis passos. No quinto passo, ele aconselha aos leitores da seguinte forma: "Dê início ao ‘assalto total’. Dê início a ‘conquista’ espiritual da cidade, confrontando, amarrando, e expelindo os poderes espirituais que governam a região."

Neuza Itioka, em um curso sobre Batalha Espiritual também da uma estratégia de oração de guerra:

"(1) Louvando e entronizando ao Senhor, declarando o seu senhorio; (2) confessando os pecados da cidade ou da nação; (3) Pedindo perdão por elas; (4) Identificando os demônios e os príncipes; (5) Amordaçando, amarrando, imobilizando e destronando; (6) Agradecendo a vitória do Senhor; (7) Pedindo que Jesus Cristo venha agir."

Em uma apostila sobre libertação e cura interior, a Missão evangélica "Shekinah" nos oferece um modelo de oração de guerra:"...Satanás, eu te ordeno, em nome do Senhor Jesus Cristo, que saias da minha presença com todos os teus demônios e eu coloco o sangue do Senhor Jesus Cristo entre nós."

Diante de tais ensinos, as seguintes perguntas nos atiça a curiosidade: Até que ponto tudo isso é bíblico? Será mesmo que a Bíblia nos ensina a identificar demônios, nas regiões celestiais, e expulsá-los? Será que a forma de Batalha Espiritual nas Escrituras é a oração de Guerra?

"Oração" de guerra à luz das Escrituras

A fim de analisar se é bíblico o conceito de repreender potestades e principados, vejamos alguns casos, nas Escrituras, em que o ser humano foi diretamente ou indiretamente atacado por forças malignas.

Primeiro vejamos o caso de Jó. Deus havia dado permissão a Satanás para tocar na vida de Jó: "Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do Senhor."( Jó 1:12). Decorrente da permissão de Deus, Satanás tirou de Jó bens, família e saúde. No entanto, em nenhum momento vemos Jó dirigindo-se a Satanás e dizendo: "Satanás, você está manietado, amarrado, amordaçado, eu te ordeno que saias da minha vida.".

Muito pelo contrário, em Jó 1: 21b, nós vemos a incrível declaração deste homem de Deus: "O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor." Talvez pensemos que Jó estava errado ao dizer isso, porém, no versículo seguinte, o testemunho bíblico comenta a respeito: "Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma."

Também podemos ver o caso de Daniel. Em Dn 10, diz que Daniel estava intercedendo a Deus quando o anjo do Senhor apresentou-se a ele e, nos versículos 12 e 13, explicou o que estava acontecendo:

"...Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiro príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia."

Observe que revelação estupenda foi dada a Daniel- Já vimos que este texto realmente se refere a espíritos territoriais-. Estava havendo uma guerra angelical no reino espiritual. E desta batalha dependia a resposta da oração. Pensemos no que Daniel fez. Será que ele fez "oração de guerra"? Talvez ele tenha ordenado ao espírito maligno da Pérsia que saltasse o anjo. Quem sabe ele não manietou o espírito para poder fortalecer o anjo que estava em apuros? Talvez ele tenha ordenado que Miguel viesse acudir o seu amigo. Não, absolutamente, não. Daniel nem sabia o que estava acontecendo. Ele simplesmente perseverou em oração a Deus, em intercessão, em súplicas diante de Deus.

Também podemos pensar sobre a estratégia missionária de Paulo. Em sua primeira viagem missionária, Paulo viajou juntamente com Barnabé e João. Ele iria passar por cidades como Salamina, Pafos, Perge, Listra, Antioquia da Pisídia, Icônio e Derbe. Nestes lugares, eles iriam ter que enfrentar um mago, pregar para os incrédulos, passar por perseguições, curar um coxo, enfrentar uma multidão que queria sacrificar-lhes e serem apedrejados.

Diante de tantos acontecimentos que estavam por vir, nada melhor do que manietar, amarrar, destituir o diabo. Eles tinham- segundo o pensamento do movimento de Batalha espiritual- que Ter, primeiro, amarrado o principado de cada cidade a se visitar e depois disso pregar as boas novas. Com certeza, eles não teriam, se assim o fizessem, que enfrentar perseguições, e a pregação do evangelho seria mais fácil.

No entanto não foi isso que aconteceu. O Espirito Santo separou a Barnabé e Paulo para esta viagem missionária (At 13: 2). O versículo posterior mostra o que eles fizeram antes de enviar a Barnabé e Paulo: "Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram." Aí não diz que eles fizeram "oração de guerra". Não diz que eles primeiro amarraram os demônios das cidades que estavam por passar. Simplesmente fizeram o que se espera de todo homem e mulher de Deus: Jejuaram e oraram a Deus e receberam a bênção daqueles que os estavam enviando.

Outro caso que merece a nossa atenção é quando Paulo quis ir visitar os crentes tessalônicos. Em 1 Ts 2:18, diz: "Por isso, quisemos ir até vós ( pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho." Vejamos bem. Paulo iria à igreja para fazer a obra de Deus; no entanto Satanás lhe barrou o caminho.

Daí segue-se a pergunta: porque que Paulo - o apóstolo, o homem que revolucionou o mundo de então com o evangelho, o homem que Deus confiou as revelações- não, simplesmente, amarrou o diabo? Seria simples, somente bastava manietar aquele principado de Tessalônica.

Tenho respeito por aqueles que pregam a idéia da "oração de guerra". No entanto, não vejo apoio bíblico para tal prática. Muito pelo contrário. Judas, irmão de Jesus, ao escrever sua carta e repreender àqueles que estavam agindo com arrogância, disse:

"Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo de maldição, mas disse: O Senhor te repreenda." Jd 9

Penso que este texto clama àqueles que vivem a identificar espíritos e repreendê-los. Champlin, comenta:

"Miguel deixou nas mãos de Deus o ‘repreender’ a Satanás. Somente Deus pode fazer isso. Assim os gnósticos supunham um poder tão alto que fazia o que somente deus pode fazer. A lição geral deste versículo é que devemos Ter respeito por elevadas autoridades e poderes espirituais. Devemos respeitar o invisível. Isso repreende tanto o ceticismo como a doutrina falsa."

Sobre a oração de guerra, MacArthur comenta:

"Não podemos lutar no nível humano. Não há palavras ou técnicas carnais que possam vencer uma guerra espiritual. Devemos depender de um plano e de armas espirituais para a batalha. Nossa suficiência em Cristo inclui armas que são divinamente poderosas, as quais podem destruir as fortalezas do mundo dos espíritos e todos seus pensamentos altivos que se levantam contra o conhecimento de Deus. Quais são essas armas? Elas não são frases místicas ou chavões. Não fornecem o poder de repreender ou dar ordens aos demônios. Não há coisa alguma secreta ou misteriosa a respeito destas armas. Elas não são astuciosas ou complicadas."

Ainda falando sobre a oração de guerra, Ricardo Gondin comenta:

"A expulsão de demônios de uma área geográfica parece muito mais uma ação que acontece através de um avivamento da igreja que avança com seu poder de influenciar e converter pessoas e sociedades, que uma ordem que se dê aos principados e potestades."

Por fim, não acredito que expulsar espíritos territoriais através da ordenança seja uma prática eficiente, pois não é bíblica. Entre as armas do crente contra Satanás não se encontra o "ordenar".

Quebra de Maldição

Um outro método de batalha espiritual, amplamente ensinado, é o de quebra de maldição. Aqui no Brasil os mestres desta doutrina são: Robson Rodovalho, Neuza Itioka, Jorge Linhares, Missão Evangélica Shekinah, entre outros.

De acordo com os mestres da doutrina de maldição hereditária, "maldição" são sofrimentos ( mortes prematuras na família, contínuo dividendo financeiro, abortos constantes, separações conjugais, etc.) que afligem as pessoas, ou lugares, ocasionados por "pragas" lançadas por meio de palavras, ou pecados cometidos pelas pessoas ou lugares. Estas aflições repetem-se ao longo da descendência do indivíduo, ou lugar, pela gerência de espíritos maus. Assim, no futuro, será praticado o mesmo pecado que foi praticado no passado e haverá os mesmos sofrimentos que houveram no passado.

Rebecca Brown define maldição da maneira como se segue:

"Muitos cristãos freqüentam a igreja com regularidade e esforçam-se de todo o coração para terem uma vida piedosa. Entretanto, a despeito de todos os seus melhores esforços, tudo parece não dar certo. Não importa quanto se esforcem, ou quanto aconselhamento recebam, parece que nada funciona. Por exemplo, com que freqüência a gente ouve alguém fazer um comentário como este: "A minha vida ia indo muito bem até o dia em que aceitei Jesus Cristo. Então tudo passou a não dar certo!" Pode até ser que você mesmo tenha declarado algo assim!

Alguns cristãos não conseguem entender por que, apesar de tudo o que fazem, seus filhos viram-se contra eles e contra Deus e caminham pela vereda da destruição. Outros crentes, que aceitaram o Senhor com alegria, cresceram espiritualmente por algum tempo, e então descobriram não terem condições de manter um relacionamento chegado com o Senhor. Sentem-se sem condições de ler e estudar a Bíblia ou de orar, e acabam perdendo o interesse, e vão de mal a pior. Outros ainda lutam durante toda a vida, num andar ora de novo com o Senhor, ora longe do Senhor, não conseguindo estabelecer e manter um permanente andar com ele.

Tais problemas afetam igrejas inteiras, assim como a vida de pessoas em particular. Muitas igrejas caracterizam-se por nelas ocorrerem muitos divórcios e outros problemas dessa ordem em sua membresia. Muitas lutam por anos mas nunca prosperam nem crescem espiritualmente. Com freqüência se dividem e mudam sempre de pastor. Mesmo quando parece que passam por um período de avivamento e de crescimento, logo tudo se perde: muitos membros saem, e a igreja acaba voltando à condição em que estava antes. Por que esse ciclo destrutivo ocorre?

Tais situações desencorajadoras podem resultar de vários fatores diferentes, mas uma razão, que normalmente é desapercebida, é haver uma maldição na vida de alguém, ou em sua família, que nunca foi quebrada. Muitas igrejas estão também debaixo de maldições. Esta é uma área que tem sido muito negligenciada no ensino cristão hoje em dia."

Neuza Itioka, por sua vez, cita alguns casos que são tidos como maldição:

"Sinais possíveis de maldições na Família: repetidas depressões emocionais, repetidas doenças crônicas, repetidos abortos, repetidos divórcios e separações, repetidos alcoolismo, incapacidade de se engravidar, contínua falta financeira, repetidas mortes prematuras, repetidas infidelidades, imoralidades e perversidades sexuais, predisposição para desastre, maldição de guerra."

A hereditariedade
Essa maldição pode ser hereditária; i, é, os sofrimentos acometidos pela maldição podem passar de pai para filho. "Elas podem ser herdadas [...] Passadas de geração a geração." Assim, más ações dos antepassados podem ter um efeito mortal em nossas vidas. "Existe uma transmissão de heranças espirituais das gerações passadas, para nós." Não somente os sofrimentos, mas também os pecados podem ser transmitidos. Desta maneira, se uma mulher é prostituta, sua filha também, e, sua neta, tem tendências imorais, com certeza há uma maldição nesta família que está sendo passada de pai para filho.

Vários exemplos são citados para ilustrar esta idéia. As constantes guerras entre tribos no continente africano é um desses exemplos. Segundo a doutrina de maldição hereditária, as guerras na África são conseqüências de pecados de adoração a demônios, ódio e massacres entre as tribos, cometidos por seus antepassados.

Assim "cada tribo é governada por um determinado demônio" que se encarrega que as tribos cometam os mesmos pecados e sofram as mesmas aflições de seu antepassados. Até mesmo na América ocorre violência entre gangues. Esta violência entre as gangues é ocasionada porque elas são compostas de negros que são alvo da maldição de seus antepassados africanos.

Desta forma, faz-se necessário reconhecer o pecado cometido pelos antepassados e confessá-los a Deus. Para apoiar esta idéia usa-se uma série de textos bíblicos ( principalmente vetero-testamentários) onde mostram que "toda vez que houve um avivamento em Israel, a primeira coisa que aconteceu na nação dos hebreus foi a confissão da iniquidade de seus antepassados". Dentre estes textos pode-se citar Neemias que incitou o povo a confessar os pecados de seus pais ( Ne 9:1-3); Daniel que confessou os pecados de seus antepassados ( Dn 9:16-17) e Esdras, que de semelhante forma, confessou os pecados de gerações passadas ( Ed 9:7).

Ilustrando este pensamento, Rebecca Brown em seu livro "Maldições não Quebradas"50, cita o caso de sua amiga Sandy. Sandy era uma cristã dedicada. No entanto foi-se constatado que estava com câncer no pâncreas. Sandy sabia que esta doença era uma maldição da família, pois todos os membros de sua família haviam morrido de câncer no fígado ou no pâncreas, ainda jovens. Porém, esta jovem senhora, por mais que tentasse não conseguia quebrar esta maldição.

Sob o conselho de Rebecca, Sandy fez uma pesquisa da causa desta maldição em sua família e constatou que sua família possuía uma história de imoralidade sexual e divórcios. Somente ela possuía um casamento duradouro. Além de que poucos haviam-se convertido a Cristo. Depois de confessar estes pecados, Sandy foi fazer a cirurgia, e, neste momento, foi constatado que não estava mais com câncer.

Maldição em Objetos

De acordo com os mestres da doutrina de maldição hereditária, os objetos podem ser amaldiçoados. Isso significa que eles podem estar sob influência demoníaca ou, até mesmo, demonizados. Estando assim, estes objetos teriam o poder de influenciar negativamente o local ao seu redor e às pessoas envolvidas com ele. A simples presença desses objetos malditos em algum lugar, ou o seu uso, ou, até mesmo, um simples toque, pode acarretar em muito sofrimento para o indivíduo. Desta forma, faz-se necessário todo um cuidado com os pertences que há em casa, como também com aqueles que vai-se adquirir; por isso, "vasculhe a sua casa. Será que você tem estatuetas de entidades demoníacas em sua casa? [...] fique atento, porque muitos dos brinquedos infantis na verdade são estatuetas de demônios."

Estes objetos, geralmente, são pertencentes ao rito do culto afro, estatuetas e suvenirs indígenas, símbolos de outras religiões ou brinquedos infantis.

Para respaldar esta ideia, são citados vários versículos bíblicos como Lv 5:2; Ez 44:23; Nm 16:26; Dt 7:25-26; 2 Co 6:17.

Jorge Linhares, em seu livro Bênção e Maldição, expressa seu pensamento sobre o assunto da seguinte forma:

"Precisamos verificar se não temos permitido adentrar em nosso lar objetos que são por natureza amaldiçoados — objetos que temos de lançar fora e de preferência queimar ou destruir.

• Imagens de escultura ou ídolos. Deus proibiu terminantemente que tenhamos por objeto de culto qualquer imagem à semelhança de homem, de nada que existe nos céus, na terra, nem nas águas debaixo da terra; imagem, quadros ou gravura de santos, esculturas de Buda, etc. (Êx: 20.2,3).

• Objetos usados ou levados a centro espírita e terreiros de macumba para serem benzidos: lenços, roupas íntimas, garrafas com chá, patuás, correntes, braceletes, figas, pedras, amuletos em geral.

• Objetos de práticas ocultistas: baralho, cartas de tarô, horóscopo, búzios, roda de numerologia, pirâmides, duendes.

• Quadros ou objetos artezanais, de origem desconhecida, e que transmitem mensagem deprimente, de pavor, de tristeza. As vezes pensamos que estamos lidando apenas com peças de artesanato, quando na verdade são símbolos de cultos ou cerimoniais pagãos."

Rebecca Brown concorda com Jorge linhares e, em seu livro, fala algo semelhante:

"Qualquer objeto que foi feito para uso no culto a Satanás é amaldiçoado e não pode ser purificado. Tem que ser destruído. Exemplos de coisas assim são ídolos, estátuas de santos e entidades, e jóias com símbolos ocultistas. Cerca de metade das lembranças de turismo encontradas nas lojas em todo o mundo são objetos amaldiçoados. Por quê? Porque com freqüência são artigos pertencentes à cultura local que geralmente têm envolvimento com algum tipo de culto a demônios.

Você já viajou para o exterior e trouxe para casa imagens esculpidas de entidades, como souvenirs? Em muitas igrejas por onde passei, a primeira coisa que vi ao entrar no gabinete pastoral foi um conjunto de lembranças trazidas de suas viagens ao exterior, e de suas viagens missionárias. Muito freqüentemente tais "lembranças" incluíam estátuas de deuses demoníacos! Essas coisas trazem uma maldição para a vida do pastor e para a igreja."

Ainda argumentando sobre o conceito de maldição em objetos, Rebecca conta sua experiência com os artefatos do rei egípcio Tutancâmon. De acordo com Rebecca, em seu tempo como estudante de medicina, foi a uma exposição, realizada em seu país, dos objetos escavados do túmulo do Rei Tutancâmon do Egito. De corrente desta visita aos artefatos, Rebecca ficou muito doente por treze anos. Depois de muito sofrimento, chegou à conclusão que suas enfermidades foram conseqüência de sua exposição aos objetos amaldiçoados de Tuntancâmon.

Maldição em lugares

Os mestres da doutrina de maldição hereditária acreditam que não só objetos podem ser amaldiçoados mas, também, que lugares podem sê-lo. De acordo com estes mestres, casas, vilarejos, bairros, cidades, nações inteiras e, até mesmo, igrejas podem ser vítimas de maldição, acarretando aos seus moradores sofrimentos crônicos de miséria, pobreza, adultério, mortes prematuras, etc.

Jorge Linhares, ensinando sobre isso, diz que as "cidades também podem estar amaldiçoadas; portanto, tudo o que há nelas – o povo, o solo, hospitais, fábricas, etc. – está sob maldição."

Rebecca Brown também fala do assunto:

"Uma terra e uma propriedade podem tornar-se amaldiçoadas por diversas razões. A primeira delas pode ser porque alguém, a serviço de Satanás, lançou uma específica maldição sobre uma determinada área. Muitas terras nos Estados Unidos acham-se amaldiçoadas pelos índios americanos. Um exemplo disso é a região do desfiladeiro do rio Colúmbia, na fronteira dos estados de Oregon e Washington. Os dois lados do rio Colúmbia estão pontilhados por uma série de pequenas cidades. Nessas cidades há muitas igrejas que são pequenas e derrotadas. Nunca ocorreu um avivamento ou um movimento maior do Espírito Santo naquela região.

A segunda maneira pela qual propriedades podem estar amaldiçoadas para os cristãos é por terem sido dedicadas ao serviço de Satanás e de espíritos demoníacos. Todo cristão que venha à propriedade para nela viver é oprimido por espíritos demoníacos residentes no local, e é amaldiçoado por esses demônios.

Finalmente, determinadas propriedades às vezes têm uma maldição em si por causa dos pecados dos antigos proprietários e residentes. Os espíritos demoníacos tomam residência na propriedade pelo pecado das pessoas que a possuem ou que moram nela. Uma outra pessoa que depois vem morar no local ficará sob opressão por aqueles demônios (por suas maldições), a menos que a propriedade seja purificada.

O Poder das Palavras
Nos tempos do Velho Testamento, era comum entre as nações fetichistas, a crença em espíritos bons e maus que preenchiam toda a atmosfera. Estes espíritos poderiam ser manipulados para o bem ou para o mal através da magia. Esta magia era efetivada por ritos que incluíam sacrifícios e, também, palavras. Considerava-se que estas palavras "mágicas" tinham um poder em si mesmo para realizar o fim no qual foi proferida. Assim, vê-se Balaque pedindo para Balaão proferir um fórmula de maldição que provocasse a ruína de Israel ( Nm 22), como, também, Golias, esconjurando a Davi ( 1 Sm 17).

Da mesma forma, a doutrina de Maldição hereditária têm ensinado que as palavras proferidas pelo indivíduo têm o poder de trazer, a ele mesmo ou a outros, bênção ou maldição. Assim, o indivíduo deve prestar mais atenção no que diz, principalmente nas palavras negativas como: "você é um burro, não sabe fazer nada", etc. Estas palavras são respaldadas por espíritos maus (demônios) que fazem com que se realizem.

Jorge Linhares fala sobre o assunto da forma como se segue:

"Maldição é a autorização dada ao diabo por alguém que exerce autoridade sobre outrem, para causar dano à vida do amaldiçoado. Na maioria das vezes não temos consciência de estar passando-lhe essa autorização; em geral o fazemos mediante prognósticos negativos, o que é popularmente conhecido como "rogar praga". E um dizer profético negativo sobre alguém.

A maldição é a prova mais contundente do poder que têm as palavras. Prognósticos negativos são responsáveis por desvios sensíveis no curso de vida de muitas pessoas, levando-as a viver completamente fora dos propósitos de Deus.

As pragas se cumprem.É por desconhecermos o poder de nossas palavras que vivemos amaldiçoando nossos filhos, nossos parentes, as autoridades, e, inclusive, nossos próprios negócios.

Quando usamos os lábios para amaldiçoar estamos chamando a nós o que existe no inferno.

É temerário amaldiçoar porque as maldições podem acarretar grandes consequências, dentre elas a opressão e a possessão demoníacas."

Kenneth Copeland, falando sobre o poder da palavra de trazer maldição, diz o seguinte:

"A língua de vocês é o fator decisivo na sua vida.. Vocês podem controlar Satanás aprendendo a controlar a própria língua. Vocês têm sido condicionados, desde o nascimento, a falar palavras negativas, carregadas de sentimentos de morte. Inconscientemente, em sua conversação diária, vocês usam palavras que se referem a morte, enfermidade, ausência, temor, dúvida e incredulidade: Quase morri de susto! Estou morrendo de vontade de fazer isso ou aquilo. Pensei que ia morrer de tanto rir. Ainda morro disso! Isso me deixa doente! Essa confusão está acabando comigo. Acho que vou pegar um resfriado. Não aguento mais isso. Duvido que... Quando proferem essas palavras vocês nem suspeitam do que acontece, mas estão trazendo sobre si mesmos forças negativas e brasas incandescentes... Suas palavras liberam os poderes de Satanás."

A Missão Shekinah também fala sobre isso da seguinte forma:

"Há poder em nossas palavras, para morte e para vida. Toda palavra que sai de nossa boca, é usada ou por satanás ou pelo Espírito Santo. Não há palavra perdida. Toda palavra torpe ou maldita é usada por Satanás para transformá-la em produto contra nós, ou contra quem pronunciamos. Toda palavra de benção é usada pelo Espírito Santo de Deus, para transformá-la em produto para abençoar nossas vidas, ou de quem abençoamos. Quantas vezes, apesar do Espírito Santo morar em seu interior, você usou a sua boca e lançou palavras. Talvez até em momentos de ira, nervosismo, e estas palavras estão ecoando até hoje como maldição: Contra você mesmo : "Eu não presto para nada", "Eu sou gorda demais"; "Contra seu marido/esposa: "Você não presta", "Você nunca será alguém na vida"; Contra seu salário : "Esta micharia de novo", "Este mês não vai dar"; Contra seus filhos: "Você é burro", "Você é preguiçoso", "Você é rebelde", "Você é igual ao seu pai ( mãe)"- pejorativamente, "Você é uma prostituta". Às vezes recebemos palavras de maldição de nossos pais, irmãos, pessoas, etc. Temos autoridade no Nome de Jesus, para cancelar toda palavra de maldição, toda sentença laçada contra nós."

A feitiçaria
Magia é " a exploração de poderes miraculosos ou ocultos, por métodos cuidadosamente especificados para atingir finalidades que doutro modo não podiam ser alcançadas."58 Esta magia envolve rituais que visam manipular os espíritos bons e maus para fazer, respectivamente, o bem e o mau a um determinado indivíduo ou lugar.

A doutrina de maldição hereditária crê que maldições podem ser lançadas, com sucesso, à pessoas ( inclusive cristãs) e lugares, através de rituais de Feitiçaria, Magia Negra, Vodu, Umbanda, Candomblé e outros. Rebecca Brown comenta sobre isso:

"Pessoas envolvidas no ocultismo freqüentemente se voltam contra os cristãos. Eles têm que realizar vários rituais, ou ‘trabalhos’, para fazer com que os demônios realizem as tarefas que eles desejam."

Para melhor compreensão faz-se necessário ver alguns destes rituais. Um ritual muito interessante são os desenhos. Crê-se que existem determinados desenhos - feitos em muros, casas, igrejas, empresas, etc. -, de procedência ocultista, que são alojamento de demônios "observadores". Então, estes demônios teriam a função de observar a região em redor e impor sofrimentos a quem ele foi destinado. Para quebrar esta maldição fa-ze necessário ungir com óleo o desenho e, em seguida, apagá-lo do local em que foi desenhado.

Um outro ritual usado para lançar maldições é o uso de objetos pessoais. Nesse ritual, o feiticeiro utiliza um objeto pessoal para realizar seu agouro à pessoa objeto.

Alguns, comumente usados, são as "fotos, fios de cabelo, pedaços de unha e roupas da pessoa. Essas coisas são usadas como marcadores. O espírito demoníaco envolvido com tais rituais exige essas coisas para que possa identificar a pessoa a quem ele está sendo enviado para afligir." Para quebrar esta maldição, faz-se necessário pedir para Deus destruir o objeto que está de posse do feiticeiro e, em seguida, expelir todos os demônios oriundos desta maldição.

A maldição pode ser lançada, também, através de animais ou bichinhos de estimação e presentes recebidos. Neste caso, o feiticeiro pode lançar uma maldição sobre o animal da pessoa ou colocar um feitiço em um objeto e presentear a pessoa com este objeto. Em ambos os casos, a conseqüência são infortúnios para a pessoa objeto. Neste dois casos, a maldição é desfeita através da unção com o óleo.

Espíritos Familiares

Um outro conceito da doutrina de maldição hereditária, amplamente divulgado, é o de "espíritos familiares". Espíritos familiares são demônios que, devido ao pecado de algum antepassado, acompanha geração a geração, impondo-lhes aquele mesmo pecado. Se uma determinada pessoa comete o pecado de adultério, por exemplo, ela deu oportunidade a demônios de transmitirem os mesmos pecados à sua descendência.

Ricardo Mariano define esta idéia da seguinte forma:

"Os que pregam acerca de tais espíritos crêem que um indivíduo, crente ou não, tendo ancestral que pecara ou mantivera ligações com espiritismo, idolatria ou quaisquer práticas religiosas antibíblicas, carrega consigo a maldição provocada pelo demônio herdado. Para libertar-se, precisa renunciar ao pecado e às ligações demoníacas de seus ancestrais e ‘quebrar’, por meio do poder de Deus posto em ação pelo culto de intercessão, as maldições hereditárias."

O texto mais usado para defender esta idéia é Lv 19:31, na versão "King James":

"Não vos voltarei para os que tem espíritos familiares, para serdes contaminados por eles. Eu sou o Senhor."

Robson Rodovalho, em seu livro "Quebrando as maldições", explica este pensamento da maneira como se segue:

"Deus tão somente entrega aquela família ou indivíduo, a sofrer as ações dos espíritos familiares que induziam seu antepassados àquelas práticas pecaminosas. Desta forma, as heranças espirituais são transmitidas de geração a geração e é por isso que se cumpre o provérbio popular: Tal pai... Tal filho."

"Há um acompanhamento, por parte destes demônios, sobre as famílias. E eles transmitem os mesmos vícios, comportamentos e atitudes de que temos falado."

Segundo Robson Rodovalho, estes espíritos familiares são encarregados de transmitir maldições para as gerações posteriores. Seus campos de atuação são: casamento, violência, enfermidade, vícios, loucura e destruição das finanças.

A Missão Evangélica Shekinah ainda fala sobre isso da seguinte forma:

"O problema teológico é facilmente explicado. O pecado dá direito legal à satanás de gerar consequências nas gerações futuras.

Ele se utiliza de espíritos malígnos familiares, demônios específicos que controlam cada família.

Veja porque no espiritismo realiza-se uma sessão chamada de consulta ao morto (falecido). Muitos, por ignorância, crêem que o espírito que incorporou no médium é verdadeiramente do falecido, pois ele fala como se fosse o falecido, diz as coisas que ele gostava, etc. Mas na verdade, é o espírito familiar maligno que acompanha aquela família, por alguma legalidade. Estes espíritos familiares cumprem a função descrita em I Pedro 5: 8 "...o diabo, vosso adversário, anda em derredor...", pois ele não é onipresente. Eles acompanham aquela família, geração após geração, esperando uma brecha para penetrar (assim como no caso de Judá até Davi). Também se utilizam da ignorância do homem."
Árvore Genealógica
Segundo os pregadores da "maldição hereditária", quando se constata alguma maldição na vida de alguém, de alguma coisa ou lugar, deve-se pesquisar os motivos pelos quais a maldição teve amparo; i, é, a "brecha". No caso de coisas, pode-se fazer uma pesquisa de sua procedência - quase sempre, são objetos oriundos de culto afro -. No caso de lugares, é necessário fazer uma pesquisa – em muitos casos muito dispendiosas – para se descobrir as causas da maldição. Por exemplo, o Brasil sofre a maldição da miséria porque na colonização os portugueses abriram "brecha" roubando o tesouro nacional e, os políticos de hoje, ainda causam esta brecha. No caso de pessoas, faz-se necessário pesquisar os ancestrais do indivíduo, para ver se alguém, no passado, cometeu algum pecado e, consequentemente abriu a "brecha", desencadeando uma maldição. A essa pesquisa dos ancestrais chama-se árvore genealógica.

Vejamos o que diz Robson Rodovalho, em seu livro "Quebrando as maldições" :

"...quando percebemos existir maldições hereditárias nas pessoas, pedimos para que ela faça uma gráfico da árvore genealógica, até a Quarta ou Quinta geração ou até onde tem informações. E tentem escrever como foram aqueles antepassados. Como foram suas práticas, vícios e a história da vida deles.

A partir dali, tentamos discernir se existem maldições que entraram na família, e em oração os quebrar. Temos que até interceder, pedir perdão por pecados que aqueles antepassados tiveram, e quebrar os pactos que fizeram."

Ainda instruindo seus leitores a realizar tal prática, Robson Rodovalho indica como fazer esta árvore genealógica: (1) Começar desenhando as raízes que representam a herança familiar; (2) Desenhar o solo que representa o apoio com que conta a família; (3) Pensar e desenhar o tipo de árvore que deseja representar; (4) Desenhar um galho representando cada pessoa da família; (5) Colocar o nome da família na parte superior do desenho; (6) Comentar sobre o desenho ao cônjuge.


Outros Procedimentos para se quebrar a maldição

Fazer a árvore genealógica não basta para quebrar uma maldição, isso somente informa sobre os motivos pelos quais ela está afligindo alguém. Quais seriam, então, os procedimentos, a se tomar, depois que se descobre a existência da maldição? De acordo com os mestres da doutrina da maldição hereditária, existem certos procedimentos que deve-se tomar a fim de quebrar as maldições:

(1) Reconhecer que Cristo tomou sobre si as nossas maldições; i. é, reconhecer que não se precisa tolerar a maldição, pois, Cristo, levou o fardo de todas as maldições; portanto, qualquer maldição que, porventura, o indivíduo possa levar é, meramente, fruto de seu conformismo.

(2) Pedir perdão pelos antepassados. Deve-se assumir o pecado cometido pelo antepassado, confessando e arrependendo-se dele.

(3) Orar quebrando, rejeitando, anulando, negando, renunciando as maldições. Assim fazendo, todos demônios ligados a maldição são expelidos.

Sobre isso, Robson Rodovalho fala da seguinte forma:

"Faça uma lista das características pecaminosas da sua família e ore fazendo campanhas, renúncias, para quebrar estas maldições em seu viver, Que não haja nenhuma maldição , nenhum legado sobre a sua vida, que seus pais possam Ter transmitido, mas que seja quebrado trazendo a única herança da bênção, a bênção de Cristo Jesus."

Rebecca Brown instrui a quebrar a maldição da seguinte forma:

"Se a maldição proveio de Satanás, e ele teve direito legal para fazer isso, tome os seguintes passos:

§ PRIMEIRO PASSO: Confesse e reconheça o pecado que deu a Satanás e/ou a seus servos o direito de lançar uma maldição em você. Arrependa-se e peça a Deus perdão e purificação.

§ SEGUNDO Passo: Em voz alta, tome autoridade sobre a maldição em nome de Jesus Cristo e ordene que ela seja quebrada de imediato.

"Por exemplo: "Em nome de Jesus Cristo eu tomo autoridade sobre esta maldição e ordeno que ela seja quebrada agora!"

§ TERCEIRO PASSO: Ordene a todos os espíritos demoníacos relacionados com tal maldição que saiam de sua vida imediatamente, em nome de Jesus.

Por exemplo: "Em nome de Jesus Cristo, ordeno que todos os demônios relacionados com esta maldição saiam da minha vida agora!"

Se Satanás o amaldiçoou sem ter tido o direito legal para tanto, então tome os seguintes passos:

§ PRIMEIRO PASSO: Falando em voz alta, tome autoridade sobre a maldição, em nome de Jesus Cristo, e ordene que ela seja quebrada de imediato.

Por exemplo: "Em nome de Jesus Cristo, eu tomo autoridade sobre esta maldição de... e, ordeno que seja quebrada agora!"

§ SEGUNDO PASSO: Ordene a todos os espíritos demoníacos relacionados com a maldição que lhe deixem imediatamente.

§ Por exemplo: "Em nome de Jesus Cristo, ordeno que todos os demônios relacionados com esta maldição vão embora da minha vida agora!".


A Maldição nas culturas antigas

Nas culturas antigas, era ordinária a busca pelo sobrenatural quando os métodos naturais não tinham eficácia diante de suas necessidades. Essa busca pelo sobrenatural era conhecida como "magia". A magia era " a exploração de poderes miraculosos ou ocultos, por métodos cuidadosamente especificados para atingir finalidades que doutro modo não podiam ser alcançadas." Sobre isso comenta Antônio Neves:

"Desde tempos imemoriais se cultivava a magia. A idéia fetichista de que o mundo está povoado de maus e bons espíritos e que os maus podem ser propiciados por meio de oferendas, rezas e tantos outras invenções pagãs, oferecia vasto campo a explorações nas crendices populares. Todos os povos palestinos eram dados a essas práticas, mesmo que não sejam considerados propriamente povo fetichista, mas apenas idólatras."

Lothar Coenen também fala da seguinte forma:

"No pensamento da antigüidade, a palavra tem poder intrínseco que é liberado pelo ato de pronunciá-la, e independente deste ato. A pessoa amaldiçoada é assim exposta a uma esfera de poder destrutivo. A maldição opera de modo eficaz contra a pessoa execrada, até que se esgote o poder inerente na maldição."

No Egito, a magia era efetivada através de rituais que representavam o resultado desejado; i, é, se o mágico quisesse destruir o inimigo, ele faria uma imagem de cera de seu inimigo e, em ritual, destruiria o boneco. A magia também era efetivada através de pronunciamentos de palavras que eram tidas como eficazes para a efetivação do encantamento. Em geral, a magia era utilizada para beneficiar os vivos e os mortos.

Segundo Douglas, as funções das magias egípcias podem ser classificadas da maneira como se segue: "Defensiva, produtiva, prognóstica, malévola, funerária e operadora de maravilhas."

A magia defensiva visava a defesa contra coisas que podiam lhes afligir, como serpentes, escorpiões, etc. A magia produtiva era utilizada para facilitar diversas ocasiões da vida como o parto, a relação sexual e abrandar más condições atmosféricas. A magia prognóstica tinha como finalidade a predição de acontecimentos futuros. A magia malévola, ainda que punida pela lei, era empregada para acometer alguma espécie de mal aos outros. A magia funerária visava prover capacitação aos mortos para vencerem dificuldades no mundo vindouro. Por fim, a magia operadora de milagres concedia aos mágicos renome, por desvendar suas habilidades miraculosas.

Os medos e persas também tinham elementos de magia em sua cultura e, principalmente, em sua religião oficial. Sua magia originou-se, principalmente, dos sumérios de 3.000 a.C. O Zoroastrismo é uma religião de origem persa. Interessante notar ( a fim de ressaltar o envolvimento desta cultura nas artes mágicas) que os sacerdotes do zoroastrismo são chamados de "magi" e esta é a origem da palavra portuguesa "mágica". Esta mágica era praticada com o mesmo sentido que era praticada no Egito. Ela visava os interesses tanto dos vivos como dos mortos. Como no caso do Egito, a magia era praticada por sacerdotes eruditos. Chanplim divide em três as técnicas empregadas pelos medo-persa na magia:

"1. técnicas puramente práticas; 2. técnicas cerimoniais; 3. técnicas que combinam o prático com o cerimonial. Na magia prática, o indivíduo simplesmente faz algo que foi declarado como bom pelo feiticeiro ou sábio. Realiza certos atos. Na magia ritualística, há encantamentos e agouros, algumas vezes acompanhados por ritos sacrificiais elaborados. Divindades, demônios, forças cósmicas, forças da natureza, etc., são invocados como auxílios. Acredita-se que certas palavras revestem-se de poder, e que certas orações, declarações, etc., necessariamente atraem os poderes superiores. Certos atos podem ser reforçados por rituais e orações, e nisso temos algo que pertence à terceira classificação de técnicas."

A civilização hindu elaborou-se por volta de 1500 a 800 a.C. Sua religião era marcada pelo conformismo às regras e costumes, como também às práticas mágicas bastante numerosas. Também era marcada pelo panteísmo, onde a divindade ficava à disposição do homem que pode manipulá-la através do sacrifício ou devoção. A magia nesta civilização era comum. Ela envolvia todos os aspectos da vida: saúde, trabalho, sexo, etc. Suas principais maneiras de se fazer magia são alistadas por André Aymard e Jean Auboyer:

"Fórmula murmurada (mantra), as transferências dos problemas humanos para objetos ou animais, enfim, encantos e amuletos que devem assegurar a longa vida, curar ou combater as doenças, afastar as más influências, banir os aborrecimentos e sofrimentos, conquistar o amor do ser amado etc."

A vida civilização chinesa era marcada pela crença em um mundo divino e demoníaco, cujo favor deve ser buscado. Para que isso acontecesse, o indivíduo deveria saber quais os deuses e espíritos que lhe correspondiam, a partir de sua posição social, função e dever. No ritual para se buscar o favor desses espíritos "a oração tem um valor de certo modo mágico e opera por si mesma, se pronunciada corretamente, no momento desejado e nas circunstâncias pedidas."

Assim, era comum a crença em maldições. Para estes povos, a maldição era um desejo exteriorizado em forma de palavras ou, até mesmo, de ritos; estas palavras e ritos, segundo se pensava, tinham o poder intrínseco de realizar o desejo expresso.

William L. Coleman, definindo o termo "encantamento", diz o seguinte:

"Eram formas de tentar afetar a vida de outrem para o bem ou para o mal por meio de dizeres ou magias. Tais práticas foram largamente empregadas durante o período da história bíblica... Aquele povo tinha muita fé em bênção e maldições."

De semelhante forma, Chanplin define encantamento da seguinte forma:

"Os encantamentos são aquelas práticas, comuns entre os povos primitivos, de usar fórmulas verbais ou ritos mágicos que encorajariam os poderes sobrenaturais a entrar em ação, praticando o bem ou o mal, abençoando ou amaldiçoando as pessoas, exorcizando os demônios, provocando experiências místicas ou curando enfermidades. Essas fórmulas verbais são faladas ou entoadas e, geralmente, fazem parte de rituais para todos os tipos de ocasiões."

Mary J. Evans, também comenta sobre o assunto da seguinte forma:

"Na Mesopotamia, parece que aquela vida foi dominada lidando com o terror de maldições e agouros. Estas maldições eram invocadas por indivíduos e a sensação é que os deuses não podiam escolher não agir. A pessoa tinha a impressão que a maldição age totalmente independentemente da relação entre o indivíduo e os deuses dele."

Um exemplo desta crença antiga, é o caso de Balaão e Balaque ( Nm 22,23). Balaque era um rei Moabita que contratou Balaão para amaldiçoar Israel. As palavras de Balaque expressam sua crença no poder intrínseco das palavras em trazer benefícios ou malefícios ao seu objeto:

"Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois é mais poderoso do que eu; para ver se o poderei ferir e lançar fora da terra, porque sei que a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado." ( Nm 22:6).

Já vimos que a palavra hebraica usada por Balaque foi "qäbab", que exprime a idéia de pronunciar uma fórmula com o propósito de trazer malefícios ao seu alvo. Isto ilustra, como diz Russel Shedd, " a crença popular que o próprio fato de um profeta prenunciar algo traria o efeito profetizado."

A Maldição em Gênesis

O nome do primeiro livro da Bíblia vem da palavra hebraica berëshît, "no princípio". Quando foi transliterada para o grego da LXX, teve o significado de "origem, fonte". Este nomes são perfeitamente adequados para o teor do livro. O livro trata das origens de todas as coisas. Sobre a estrutura do livro, Lasor, Hubbard e Bush, falam da seguinte forma:

"O livro tem duas partes distintas: capítulos 1-11, a história primeva, e capítulos 12-50, a história patriarcal ( tecnicamente 1.1-11.26 e 11.27-50.26). Gênesis 1-11 é um prefácio à história da salvação, tratando da origem do mundo, da humanidade e do pecado. Gênesis 12-50 reconta as origens no ato de Deus escolher os patriarcas, juntamente com as promessas de terra, posteridade e aliança."

Desta forma, o livro de Gênesis relata a origem do pecado e, diretamente ligada a ele, a origem da maldição. Nós vemos a ocorrência da maldição no capítulo 3, 4, 9, 12, 27 e 49. A primeira passagem que ocorre a palavra "maldição", é Gn 3:14:

" Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida."

Pode-se perceber neste texto que é impossível separar a maldição do pecado. A palavra hebraica usada aqui para "maldição" é ‘arar. Portanto, o sentido aqui, é que a serpente seria "banida" de todos os animais, i. é, ela passaria a viver em um estado de inexistência de Bênçãos devido ao seu pecado e, semelhantemente, o solo ("maldita é a terra por tua causa") seria impedido de conceder sua fertilidade ao homem, devido ao pecado deste.

É como diz Kaiser: "Em cada caso foi declarada a razão da maldição: (1) Satanás logrou a mulher; (2) a mulher escutou a serpente; e (3) o homem escutou a mulher – ninguém escutou a Deus."

Da mesma forma, Caim foi "maldito desde a terra" ( 4:11), ou seja, "banido de usufruir de sua produtividade"86, ou melhor, "os labores de Caim como agricultor seriam vãos; portanto, ele teria de andar pela terra como um vagabundo" , e essa maldição foi conseqüência de seu pecado, o homicídio. Da mesma maneira, Canaã tornou-se maldito ( Gn 9:25); ou seja, foi colocado em um estado inferior ( como diz Davidson: "talvez significasse a subjugação final dos cananeus a Israel"; e Halley : "Os descendentes de Cão seriam raças de servos", por ter participado vulgarmente do triste incidente.

Em Gn 12: 3, essa idéia também é expressa. Deus diz a Abraão que abençoaria o que o abençoassem e amaldiçoaria aos que o amaldiçoassem. A maldição ( ‘arar) de Deus; i, é, o estado de inexistência de Bênçãos, alcançaria aqueles que desejassem, e expressassem em palavras, esse estado para Abraão.

Nesse mesmo contexto, é importante notar-se o entendimento que Jacó tinha desta ligação do pecado com a maldição. Em Gênesis 27: 11,12, vê-se o estratagema de Jacó e sua mãe para usurpar a bênção de

Esaú. Receoso, Jacó diz à sua mãe: "Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim

maldição e não bênção." A palavra hebraica traduzida aqui como maldição é qelälâ. Como já vimos, a idéia básica desta palavra é a ausência de um estado abençoado e o rebaixamento a um estado inferior. Assim, Jacó tinha receio que suas maquinações lhe provocassem um estado imediatamente inferior do estado de Bênção.

Da mesma forma, Jacó, mas à frente ( Gn 49:7), expressa, ainda, este conceito, quando diz que Simeão e Levi eram malditos. É importante notar-se que este "rebaixamento" de Simeão e Levi se deu por causa do massacre que infringiram à Siquém.

Portanto, no livro de Gênesis, a maldição está diretamente ligada ao pecado e significa basicamente um estado. Estado esse que seria desfavorecido em relação ao estado anterior que era abençoado por Deus, por conseqüência da quebra do relacionamento com Ele.

A Maldição Em Deuteronômio

A origem da palavra portuguesa "deuteronômio" remonta à expressão hebráica ‘ëlleh haddebärîm, "são estas as palavras". Esta expressão hebráica foi transliterada para a palavra grega "deuteronomion" que significa "segundo livro da lei" ou "segundo pronunciamento da lei. Assim, os tradutores intitularam este livro fazendo uma alusão clara a primeira ocorrência da lei, em Êxodo. Fizeram isso por que o conteúdo do livro é exatamente esse. Em Êxodo, Levítico e Números as leis foram promulgadas, agora, prestes a entrar em Canaã, a lei estava sendo recapitulada.

Deste modo, pode-se notar que a lei é o tema dominante em todo o livro. No entanto, diretamente ligado a este assunto, pode-se ver o subtema: maldição. A maldição está presente nos capítulos 11, 27, 28, 29 e 30. É importante notar-se que em todas as ocorrências, a maldição está diretamente ligada com o tema: lei. No capítulo 11: 26-28, o autor adverte:

"Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes."

No capítulo 27, inicia-se uma série de instruções sobre as cerimônias de bênçãos e maldições. Seis tribos deveriam subir ao monte Gezirim e as outras seis deveriam subir no monte Ebal. As primeiras realizariam um ritual de Bênção e as outras realizariam um ritual de maldição. A lista de maldições era constituídas por doze declarações. Todas, iniciavam da forma como se segue: "maldito o homem.." ou "maldito aquele...". Esta expressão tem o propósito de revelar o estado decorrente da quebra de mandamentos espirituais, sociais e sexuais.


A Maldição e Satanás
Faz-se relevante aqui, esclarecer a relação da maldição vetero-testamentária e a ingerência de Satanás.

Rebecca Brown em seu Livro "Maldições não quebradas"95, explica que as maldições podem ser divididas em categorias. Essas categorias são: as maldições dadas por Deus, as maldições feitas por Satanás e os seus subalternos com direito para fazê-lo, e as maldições feitas por Satanás sem direito para fazê-lo.

A crença na maldição respaldada por Satanás é corroborada pelo renascimento do dualismo Zoroastro, onde se cria que, no universo, existem duas forças iguais em poder e força, lutando entre si para dominar a espécie humana. Essa concepção tem sido difundida em larga escala no meio evangélico. Todavia, não encontra respaldo Bíblico. Não encontra-se um texto se quer onde descreva que Satanás tem o poder autônomo de amaldiçoar alguém ou algo sem a devida autorização divina. O conceito, principalmente Vetero-testamentário, é que a maldição está diretamente ligada à quebra da aliança com Deus. O pensamento Bíblico é que o homem sofre as conseqüências de seu estado de rebeldia contra Deus. Assim, a maldição é um estado a que se chegou, decorrente da rebelião contra as leis de Deus.

Talvez sejamos tentados a pensar que Satanás estava por detrás dos deuses antigos de forma que quando as imprecações eram pronunciadas, era Satanás que agia para que estas se cumprissem. No entanto, precisa-se atentar para dois fatos: (1) A crença, como já vimos, no poder autônomo das imprecações respaldadas por espíritos era própria das nações vizinhas de Israel e não era compartilhada pelos homens de Deus. (2) Isaías ( Is 44: 9 ss.) argumenta que os deuses são sem valor, não tem poder algum para livrar quem quer que seja; assim, não se pode crêr que estes deuses tivessem a capacidade de amaldiçoar.

Sobre isso, o dicionário Internacional de Teologia do Antigo testamento é feliz em comentar:

"Que tais fórmulas existiram por todo o mundo antigo ninguém nega. Mas a diferença entre elas e as do AT são adequadamente ilustradas nesta citação de Fensham: ‘A execução mágica e mecânica da maldição [...] aparece em tremendo contraste com a abordagem egoteológica dos escritos proféticos [...] o ego do Senhor é o elemento central da ameaça, e execução e a punição de uma maldição. [...] As maldições do antigo Oriente Próximo, que aparecem fora do AT, são dirigidas contra a transgressão da propriedade privada [...] mas a obrigação ético-moral relacionada com o dever que se tem perante Deus de amar ao próximo não é sequer mencionada’ ".


Espíritos familiares à luz das Escrituras


A base bíblica que os mestres da doutrina de quebra de maldições apresentam para apoiar o pensamento de "espíritos familiares", é Lv 19:31, na versão King James:

"Não vos voltareis para os que tem espíritos familiares, para serdes contaminados por eles. Eu sou o Senhor."

Sobre este texto, Robson Rodovalho escreve que "é esta a base bíblica que temos para demonstrar que estes espíritos de adivinhação, necromancia e feitiçaria, passam de geração a geração."

Se este é o único texto – e é o único- para apoiar a doutrina de espíritos familiares não é difícil chegarmos à conclusão de que não tem base bíblica.

O Velho Testamento foi escrito em hebraico e não em inglês. Por isso, faz-se necessário consultarmos o hebraico.

A palavra em questão é "‘ob". Esta palavra indica aqueles que consultam espíritos. Literalmente é "o vaso", ou "instrumento dos espíritos". Portanto, a feiticeira de Endor é uma ‘ob (1Sm 28); em Lv 19:31, o povo de Israel é instruído a ficar longe destes ‘ob.

Uma série de outras passagens envolvendo a palavra ‘ob, são encontradas nas Escrituras ( Lv 20:27; Dt 18:10,11; Is 8:19), sempre denotando pessoas que se envolvem na consulta de mortos.

Àquilo que os mestres da quebra de maldição chamam de espírito de prostituição, de inveja, de lascívia, etc., a Bíblia chama de obra da carne (Gl 5), e só se pode vencer, arrependendo-se do pecado, através da submissão ao Espírito Santo (Gl 5:16; 1 Co 6:9-11).

Penso que é mais fácil culpar a outros pelos próprios erros do que reconhecer o seu próprio. É mais fácil repreender demônios, responsabilizando-os pelos pecados que cometemos, do que arrepender-se e buscar no Senhor a restauração. Mas, não é esse o caminho que nos leva à santidade.


O MÉTODO BÍBLICO DE BATALHA ESPIRITUAL


Como deve-se guerrear contra o inimigo? Qual são as armas disponíveis? As Escrituras nos dão o método de combate. Este método deve ser seguido se quisermos ter realmente vitória contra as força demoníacas. A seguir veremos as armas de ataque que estão à nossa disposição.


A pregação do Evangelho


Eis uma arma eficaz contra o inimigo: a pregação da verdade.

"Todo aquele que invocar o nome do senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de que nada ouviram? E como ouviram, se não há que pregue? E como pregarão se não foram enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo."( Rm 10:13-17).

Diante desta maravilhosa declaração do apóstolo Paulo, pode-se chegar à conclusão que a pregação do Evangelho é poderosa, por si só, para salvar o perdido. A fé vem pela pregação da Palavra de Deus e não através de "oração de guerra".

Champlin comenta sobre este texto da seguinte forma:


"O propósito da pregação cristã é o de despertar a fé nos homens, dirigindo-lhes a alma para o seu destino apropriado. Paulo reitera aqui a mensagem constante nos versículos catorze e quinze, mostrando que a pregação com que os missionários da cruz obtinham convertidos, e que precisava ser ouvida para que pudesse haver fé, é a mensagem de Cristo."

Em Jo 8:32, está escrito: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." É a verdade de Deus, Cristo, que liberta. Não é ordenando a demônios que liberem as pessoas; este poder quem tem é o evangelho, e é exatamente por isso que devemos comunicá-lo.

Jesus não comissionou seus discípulos a "amarrar" demônios nas regiões celestiais.

Jesus comissionou-os a pregar o Evangelho: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a todo a criatura." (Mc 16:15); "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações..."(Mt 28:19).

O apóstolo Paulo, quando se converteu foi logo pregar o evangelho na sinagoga (At 9:20); em suas viagens missionárias pregava o evangelho (Rm 15:18-20); exortou ao seu filho na fé, Timóteo, que pregasse a Palavra (2 Tm 4:2), e, no final de sua carreira, quando estava preso, ainda pregava o evangelho (At 28:31).

Jesus Cristo e o apóstolo Paulo, enfatizaram a pregação do evangelho como arma para converter os incrédulos. Se amarrar e destituir principados e potestades antes de anunciar a Cristo fosse tão importante, porque Jesus e Paulo não nos chama atenção para um fator tão importante?

Sobre isto Ricardo Gondin comenta:

"O triunfo dos cristãos na batalha espiritual acontece muito mais como o resultado da proclamação da verdade que confrontos de poderes. O poder por si só não pode libertar os cativos. A verdade liberta (Jo 8:32)."99

O evangelho de Cristo é, em si mesmo, poderoso para a salvação daqueles que crêem. É claro que pode-se variar nos métodos de comunicação deste; no entanto, não se pode fiar nestes métodos para a salvação do perdido.

Intercessão
A palavra "intercessão" vem do latim "intercedere", que significa: "ficar entre". No caso da oração é aplicada ao ato da petição, súplica a Deus por algo ou alguém.

Paulo, em sua carta a Timóteo, reconhece o valor da súplica em parceria da pregação do evangelho para a salvação:

"Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade."

É necessário observar-se que a forma de oração que Paulo exorta para que se faça é: súplica, intercessão e ação de graça. Quando olha-se para a oração que Paulo exorta que se faça, pode-se denominá-la de "oração evangelística". Esta é a oração- constituída por súplicas, intercessões e ações de graça- feita por todos homens, com o propósito de viver-se tranqüilamente e salvar aqueles que estão perdidos.

A intercessão é uma arma para lutar contra o diabo pelas vidas que estão perdidas. Em Ef 6:8, o apóstolo Paulo ainda fala sobre o valor da oração para:

"para que me seja dada no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho."

Quando se observa os modelos de oração nas Escrituras, palavras do tipo: suplicar, rogar, segundo a tua vontade, são comuns e significativamente repetitivas. Elas têm grande significado para o cristão. Nelas, encontra-se intrínseca a confiança em Deus para todas as ocasiões da vida, inclusive para o dever de evangelização.

O evangelismo deve ser recheado pela oração, assim como fez Jesus (Mc 1:35) e os apóstolos (At 4:31); mas esta oração, para ser eficaz, deve ser feita a Deus, o Pai da luzes, e não ao diabo.

As armas de defesa


Quando o cristão vale-se das armas de ataque, bíblicas, para saquear o território do inimigo, é lógico que este irá reagir; e quando isto acontecer...o que fazer?

Ao descrever a armas espirituais do crente, Paulo, em Efésios 6:13, diz o propósito: "...para que possais resistir no dia mau." Este vocábulo, "resistir", é um verbo: (Gr.)") anqisthmi". Ele exprime a idéia de opor-se, defender-se, fazer face a, colocar-se contra, permanecer firme. A idéia que exprime este vocábulo é a de não retroceder diante dos ataques do inimigo, para não lhe conceder nenhuma vantagem ou vitória. Ele aparece, também, em passagens como Tg 4:7 e I Pe 5:9.

A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer face ao diabo? Em Efésios 6: 14-17, Paulo passa a dizer que o crente deve resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus.


3.2.1 A Armadura de Deus


Quando Paulo cita a armadura, ele tinha em mente o soldado romano preparado para a guerra. Ele usa esta figura para exemplificar a luta do crente e como, este, pode vencer. A metáfora denota o revestimento do Senhor Jesus que o crente deve Ter. Todas as partes da armadura são pertencentes ao caráter de Cristo e são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo.

Alguns vestem a armadura como algo místico de eficácia instantânea, ao proferir algumas orações. No entanto, não creio que seja isso que Paulo tinha em mente. É certo que o apóstolo, quando advertia os crentes a vestirem a armadura de Deus, estava pensando no revestir-se da natureza moral de Cristo; revestir-se do próprio Cristo.

Portanto, essa é a arma que Deus nos oferece para resistir no dia mau. A seguir, veremos as armas de defesa que as Escrituras nos oferecem:

A Verdade

O cinto, ou cinturão, era posto em torno da cintura, usado com a finalidade de apertar a armadura em volta do corpo e sustentar a adaga e a espada.

Esta verdade poderia, muito bem, significar a verdade moral, o oposto da mentira- o que seria lógico, pois satanás é o pai da mentira. No entanto, é certo que o significado desta verdade, exposta por Paulo, vai muito além do significado de verdade ética. Considera-se que esta verdade é a verdade de Deus; ou seja, a verdade cristã, o conjunto das doutrinas cristãs, que é o que sustenta tudo o mais- segundo o mesmo uso da palavra denota em Ef 4: 15.

A justiça

A couraça era uma peça da armadura romana que constituía-se em duas partes: a primeira, cobria a região do tórax, e a outra parte cobria a região das costas. Esta peça, tinha a finalidade de proteger as regiões vitais do corpo.

Paulo, ao usar esta peça, como metáfora, para exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em Rm 8, Paulo comenta que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem o justifica. Isso quer dizer que (1) não podemos confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o inimigo, mas confiar na justiça que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por isso, é que nada, nem anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus. (2) Quando somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da santificação; uma obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de forma gradual, o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo- Paulo aplica este termo, desta forma, em Ef 4:24 e 5:9.


O Evangelho da paz


A sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita de couro e possuía vários cravos, formando uma camada espessa. Esta peça tinha a finalidade de proteger os pés do soldado, onde quer que ele fosse.

Para esta peça, são usadas algumas interpretações, como a que diz que Paulo está referindo-se ao evangelismo. No entanto, é preferível a interpretação de que Paulo refere-se à paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo, que o Evangelho proporciona. Esta paz é a tranqüilidade mental e emocional- oriunda da consciência da plena aceitação da parte de Deus- que o crente tem por onde vai, e em toda e qualquer situação.

A fé


O escudo, usado como ilustração pelo apóstolo, era grande o bastante para proteger o corpo inteiro do soldado. Ele era formado de duas partes de madeira, recobertas de lona e, depois, de couro.

Aqui, o apóstolo Paulo, refere-se a fé salvífica, de acordo com o contexto de Ef 1:15, 2:8; 3:12, que produz entrega total da alma do crente a Cristo. É a crença que Cristo, como Senhor, domina, controla e dirige todos os aspectos da vida do crente. Esta fé tem a eficácia de anular os dardos inflamados o maligno.

Salvação

O capacete, usado por Paulo para exemplificar a salvação, era formado de couro grosso ou metal. Era usado para proteger o soldado de golpes de espada, proferidos em sua cabeça.

A salvação do crente, recebida pela graça divina, mediante a fé, é o que o livra dos ataques aterradores do diabo. Ela é uma proteção divina para o guerreiro que é crente. Quando a pessoa é salva da morte e do pecado através de Cristo, ela está escondida em Cristo e o diabo não a toca.

É interessante notar-se, que todas as demais peças da armadura eram vestidas pelo guerreiro, mas o escudo era recebido, o seu escudeiro colocava nele. Isso denota a graciosidade da salvação. A salvação é pela graça, por isso, de graça.

A Palavra de Deus

Poder-se-ia pensar que a espada é uma arma de ataque, e realmente o é; no entanto, ela, também, pode ser usada como defesa, e o contexto do texto de Efésios, nos da o subsídio necessário para pensar que aqui, ela é usada para defesa.

O que Paulo queria dizer usando a espada como ilustração? Certamente ele estava falando da atuação do Espírito na vida do crente, de tal forma, que torna a Palavra de Deus uma força viva na vida diária, a torna eficaz em nós e torna vigoroso o uso que fazemos dela.

Assim como a espada é morta quando não manuseada, assim é a Palavra sem o atuar do Espírito na vida de quem a lê.


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