terça-feira, 26 de julho de 2011

Como se Originou o Movimento Torre de Vigia

“Há algo que se possa entender plenamente ou julgar com correção,
se as causas e princípios primeiros que estão em sua origem
não se tornarem manifestos? “.
Richard Hooker (Sobre as leis da comunidade eclesiástica)

Todas as citações que se seguem agora foram retiradas das publicações da Sociedade Torre de Vigia

O fundador Charles Taze Russel, e os Adventistas
Estamos por volta de 1870, o lugar, a cidade de Allegheny (mais tarde se tornou Pittsburgo),Pensilvânia. Certa noitinha, um jovem de dezoito anos anda por uma das ruas de Allegheny. Segundo sua própria admissão posterior, tinha ficado “abalado na fé, no tocante a muitas doutrinas aceitas por muito tempo” e se tornara “presa fácil da lógica da infidelidade”. Mas, hoje à noite, ele é atraído por alguns cânticos. Entra num salão poeirento, sombrio. Com que objetivo? Nas suas próprias palavras, “para ver se o punhado de pessoas que se reunia ali tinha algo mais sensato a oferecer do que as crenças das grandes igrejas”.
O jovem sentou-se e escutou. Jonas Wendell, adventista, proferiu o sermão. ‘Sua exposição das Escrituras não era inteiramente clara’, nosso ouvinte observou mais tarde. Mas, produziu algo. Ele teve de admitir: “Bastou, sob a direção de Deus, para restabelecer minha abalada fé na inspiração divina da Bíblia, e para mostrar que os registros dos Apóstolos e dos Profetas estavam indissoluvelmente vinculados. O que ouvi me mandou de volta à minha Bíblia, para estudá-la com mais zelo e cuidado do que nunca antes”. Na época em que Russell tinha dezessete anos.
Logo este pequeno grupo — de cerca de seis — começou a se reunir semanalmente para o estudo bíblico sistemático. Em suas reuniões regulares durante os anos de 1870 a 1875, o modo de pensar religioso desses homens sofreu profundas mudanças.
Por volta de janeiro de 1876, Russell recebeu um exemplar do periódico religioso The Herald of the Morning (O Arauto da Manhã). Pela capa, identificou-o com o adventismo, mas seu conteúdo constituiu uma surpresa. O editor, N. H. Barbour, de Rochester, Nova Iorque, entendia que o objetivo da volta de Jesus Cristo não era destruir, e sim abençoar todas as famílias da terra, e que sua vinda seria como a dum ladrão e não seria na carne mas como espírito.
***Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, pp. 34-35***

“Cronologias”, não-crença no “tormento eterno” e na imortalidade da alma aprendida dos adventistas

Conceitos como a “presença invisível de Cristo”, de que a alma morre, cálculos cronológicos bíblicos (como o dos sete tempos dos gentios), a não-crença num inferno de tormento eterno e outras doutrinas “singulares” adotadas pelas Testemunhas de Jeová tiveram sua origem dos ensinos dos adventistas o qual Russel obteve boa parte de seu entendimento sobre a Bíblia conforme ele mesmo afirmou.
Com sua insaciável sede da verdade bíblica, Russell precisava aprender mais. Portanto, marcou um encontro com Barbour em Filadélfia. Esse encontro confirmou que concordavam em diversos ensinamentos bíblicos e deu ensejo a trocarem idéias. “Quando nos reunimos pela primeira vez”, disse mais tarde Russell, “ele tinha muito a aprender de mim sobre a plenitude da restauração baseada na suficiência do resgate dado por todos, assim como eu tinha muito a aprender dele sobre cronologia”. Barbour conseguiu convencer Russell de que a presença invisível de Cristo já começara em 1874.
Russell mencionava bem abertamente a ajuda que recebera de outros no estudo bíblico. Não só reconhecia estar endividado com o adventista Jonas Wendell, mas referia-se com afeto a duas outras pessoas que o ajudaram no estudo da Bíblia. Russell disse a respeito desses dois homens: “O estudo da Palavra de Deus com esses queridos irmãos levou, passo a passo, a pastagens mais verdejantes.” Um deles, George W. Stetson, era zeloso estudante da Bíblia e pastor da Igreja Cristã do Advento, em Edinboro, Pensilvânia, EUA.
O outro, George Storrs, era editor da revista Bible Examiner, em Brooklyn, Nova Iorque. Storrs, nascido em 13 de dezembro de 1796, fora inicialmente estimulado a examinar o que a Bíblia diz sobre a condição dos mortos em resultado da leitura de algo publicado, embora naquele tempo anonimamente, por um estudioso da Bíblia, Henry Grew, de Filadélfia, Pensilvânia. Storrs passou a ser um zeloso defensor daquilo que era chamado de imortalidade condicional — o ensinamento de que a alma é mortal e que a imortalidade é um dom a ser alcançado pelos cristãos fiéis. Ele raciocinava também que, uma vez que os maus não têm imortalidade, não há tormento eterno. Storrs viajava muito, proferindo palestras sobre a inexistência da imortalidade para os ímpios. Entre suas obras publicadas achava-se Six Sermons, que chegou a ter uma tiragem de 200.000 exemplares. Sem dúvida, os firmes conceitos bíblicos de Storrs sobre a mortalidade da alma, bem como sobre a expiação e a restauração tiveram forte e positiva influência sobre o jovem Charles T. Russell.
*** Proclamadores, cap. 5 pp. 46-47 ***



Em 1877, Barbour e Russell editaram conjuntamente Three Worlds, and the Harvest of This World. Este livro de 196 páginas combinava informações sobre a Restituição com profecias bíblicas sobre o tempo. Apresentava o conceito de que a presença invisível de Jesus Cristo e um período de quarenta anos, iniciando com uma colheita de três anos e meio, datavam do outono setentrional de 1874.
***Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, pp. 34-35***


Rompimento com os Adventistas
. “Para nossa dolorosa surpresa”, diz o relato de Russell, “o Sr. Barbour ... escreveu um artigo para o Herald negando a doutrina da expiação.
No número de setembro do Herald foi publicado o artigo de Russell, “A Expiação”, sustentando o resgate e contradizendo o erro de Barbour. Até dezembro de 1878, a controvérsia continuou nas páginas do jornal. “Tornou-se então claro para mim”, escreveu Russell, “que o Senhor não mais gostaria que eu ajudasse em sentido financeiro, ou de qualquer modo me identificasse com algo que exercesse influência em oposição ao princípio fundamental de nossa religião sagrada.Por conseguinte, depois do esforço mais cuidadoso, porém infrutífero, de recuperar o errante, afastei-me inteiramente de The Herald of the Morning e do convívio adicional com o Sr. Barbour.”
***Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, pp. 34-35***

Nasce “A Sentinela” e o grupo “Estudantes da Bíblia”
Escreve Russell: “Por conseguinte, entendi ser a vontade do Senhor que iniciasse outro jornal... Assim, em julho de 1879, surgiu o primeiro número de Zion’s Watch Tower and Herald of Christ’s Presence. Agora conhecida mundialmente como The Watchtower (A Sentinela), esta revista sempre sustentou a doutrina bíblica do resgate. Em 1879 e 1880, C. T. Russell e seus associados fundaram cerca de trinta congregações em Pensilvânia, Nova Jersey, Nova Iorque, Massachusetts, Delaware, Ohio e Michigan. O próprio Russell programava visitas pessoais a cada congregação. Seu programa exigia uma ou várias reuniões bíblicas com cada grupo.
O crescimento da obra de pregação fora estimulado pela viagem de C. T. Russell ao exterior em 1891. Esta excursão de mais de 27.000 quilômetros levou a ele e seu grupo até a Europa, Ásia e África. Depois disso, um depósito de publicações foi estabelecido em Londres. Também, fizeram-se arranjos para editar as publicações da Sociedade em alemão, francês, sueco, dano-norueguês, polonês, grego, e, mais tarde, em italiano.

Os “Estudantes da Bíblia” começam a pregar
“Voluntários Desejados!” — esse era o impressionante título dum artigo na Torre de vigia de Sião de 15 de abril de 1899. Propunha novo método de disseminação das verdades bíblicas O povo de Jeová naquele tempo obteve a oportunidade de se empenhar na maciça distribuição gratuita de 300.000 exemplares dum novo folheto intitulado “A Bíblia vs. a Evolução”. Era entregue às pessoas à medida que saíam das igrejas no domingo. Esta obra voluntária continuou por anos, em especial aos domingos, e com o tempo se expandiu de forma a incluir a distribuição de tratados de casa em casa Por meio destes tratados mensais expôs-se o erro religioso, explicaram-se as verdades bíblicas e avisaram-se as nações sobre o ano altamente significativo de 1914. Caricaturas e ilustrações aumentaram a efetividade destes tratados. Por meio de tal distribuição de tratados, os servos de Deus foram cada vez mais notados pelo público, tornando-se amplamente conhecidos como Estudantes da Bíblia e Estudantes Internacionais da Bíblia.
Morre Russel, assume Rutherford e adota o nome Testemunhas de Jeová
Em 31 de outubro de 1916 morre C. T. Russell, a Sociedade Torre de Vigia (EUA) não tinha presidente, em 6 de janeiro de 1917, J. F. Rutherford foi nomeado e eleito presidente da Sociedade Torre de Vigia dos EUA.
O congresso ...em Columbus, Ohio, de 24 a 30 de julho de 1931, foi um marco ...os congressistas emocionados adotaram de coração uma resolução apresentada por J. F. Rutherford e intitulada “Um Novo Nome”. Dizia, em parte: ...apesar de termos grande amor para com o irmão Charles T. Russell, por causa de seu trabalho, reconhecendo, com alegria, que dele se serviu o Senhor e abençoou grandemente o trabalho que fez, todavia, não achamos harmonioso com a Palavra de Deus sermos chamados de ‘russelitas’; que a Sociedade de Tratados Bíblicos Torre de Vigia, a Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia e a Associação do Púlpito do Povo, mais não são do que simplesmente nomes de corporações, organizadas e dirigidas por uma companhia de pessoas cristãs, a fim de efetuar eficazmente o nosso trabalho, em obediência aos mandamentos de Deus, não sendo cabível, portanto, que tais nomes se nos apliquem como coletividade cristã,... de agora em diante, desejamos ser conhecidos e chamados pelo nome de — testemunhas de Jeová.”
***Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, p. 150***


A inspiração de Rutherford para a escolha do nome
(...)o irmão Rutherford mesmo me dissera que acordara, certa noite, quando se preparava para esse congresso e disse: ‘Por que será que fui sugerir um congresso internacional quando não tenho nenhum discurso ou mensagem especial para eles? Por que trazê-los todos para cá?’ Então, começou a pensar sobre isso, e Isaías 43 lhe veio à mente. Levantou-se às duas da madrugada e escreveu, em taquigrafia, na sua própria escrivaninha, um esboço do discurso que iria proferir sobre o Reino, a esperança do mundo e sobre o novo nome. E tudo que foi preferido por ele naquela ocasião foi preparado naquela noite, ou naquela madrugada, às duas horas.... Depoimento de A. H. Macmillan em 1.° de agosto de 1964
***Anuário das Testemunhas de Jeová de 1976, p. 151***

Testemunhas de Jeová atualmente
Depois de Rutherford, falecido em 08/01/1942, assumiram a presidência da Sociedade Torre de Vigia** N. Knorr, F. Franz e M. Henschel, todos exercendo grande influência na adoção de métodos organizacionais e entendimento bíblicos. Hoje não mais um homem e sim um “Corpo Governante” exerce a presidência da Sociedade Torre de Vigia.
Segundo o Anuário das Testemunhas de Jeová de 2004, estes são os dados mundiais de 2003:
Países em que estão presentes: 235
Congregações: 95.919
Média mensal de publicadores: 6.184.046
Aumento sobre 2002: 2,2%
Brasil: 576.069*
 

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