quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Palavra Escrita e o Verbo Vivo


A revelação que Deus fez de si mesmo centraliza-se em Jesus Cristo. Ele é o Logos de Deus. Ele é o Verbo Vivo, o Verbo encarnado, que revela o Deus Eterno em termos humanos. O título Logos só pode ser encontrado nos escritos joaninos, embora o emprego do termo haja sido relevante na filosofia grega daqueles dias. Alguns têm procurado uma ligação entre a linguagem de João e a dos estóicos, dos primeiros gnósticos, ou dos escritos de Filo de Alexandria. Estudos mais recentes sugerem que João foi influenciado primariamente pelos seus alicerces no Antigo Testamento e na fé cristã. É provável, porém, que tivesse consciência das conotações mais amplas do termo, e que a tivesse empregado deliberadamente, com o propósito de transmitir um significado adicional e especial.
O Logos é identificado com a Palavra de Deus na Criação e também com sua Palavra autorizada (a lei para toda a humanidade). João deixa nossa imaginação atônita quando introduz o Logos eterno, o Criador de todas as coisas, o próprio Deus, como o Verbo que se encarnou a fim de habitar entre a sua criação (João 1.1-3,14). "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer" (João 1.18).
O Verbo Vivo tem sido visto, ouvido, tocado, e agora proclamado mediante a Palavra escrita (1João 1.1-3). Quando do encerramento do cânon sagrado, o Logos vivo de Deus, o Fiel e Verdadeiro, está em estado de prontidão no Céu, prestes a voltar à Terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apoc. 19.11-16).
A suprema revelação de Deus acha-se no seu Filho. Durante muitos séculos, mediante as palavras dos escritores do Antigo Testamento, Deus havia se revelado progressivamente. Tipos, figuras, sombras e prefigurações desdobravam paulatinamente o plano de Deus para a redenção da humanidade (Col 2.17). Depois, na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho para revelar o Pai na forma mais perfeita e para executar aquele gracioso plano mediante a sua morte na Cruz. Toda a revelação bíblica, antes e depois da Encarnação de Cristo, centraliza-se nEle. As muitas fontes originárias e maneiras da revelação anterior indicavam e prenunciavam a sua vinda à terra como homem. Toda a revelação subsequente engrandece e explica a sua vinda. A revelação que Deus fez de Si mesmo começou pequena e misteriosa, progrediu no decurso do tempo, e chegou ao seu ponto culminante na Encarnação do seu Filho.
Jesus é a revelação mais completa de Deus. Todos os escritos inspirados que se seguem após a sua vinda não acrescentam nenhuma revelação maior, mas engrandecem a importância de sua Encarnação.
"(O Espírito) não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir" (João 16.13).
Na Pessoa de Jesus Cristo, coincidem entre si a Fonte e o Conteúdo da revelação. Ele não era mais um meio de comunicar a revelação divina, conforme o foram os profetas e apóstolos. Ele mesmo é
Se você ainda não sabe, Jesus Cristo é a chave que revela o significado das Escrituras. Elas testificam dEle e da salvação que Ele outorga mediante a sua morte. O enfoque que as Escrituras dedicam a Cristo não justica, porém, o abandono irresponsável do texto bíblico nas áreas que parecem ter poucas informações abertamente cristológicas. A atitude do próprio Cristo para com a totalidade das Escrituras era de total confiança e de plena aceitação. A revelação especial em Cristo e nas Escrituras é consistente, coerente e conclusiva.
Nós encontramos Cristo através das Escrituras, e estas no revelam a vida eterna em Cristo.
"o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa" (Heb 1.3). Ele é "o caminho, e a verdade, e a vida"; conhecer a Ele é conhecer também o Pai (João 14.6-7). Os profetas diziam: "Veio a mim a Palavra do Senhor", mas Jesus afirmava: "Eu vos digo"! Jesus inverteu o uso do termo "amém", começando assim as suas declarações: "Na verdade (hb. amen), na verdade te digo" (João 3.3). Tendo Ele falado, a verdade foi declarada de modo imediato e inquestionável.
"Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (João 20.31).

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