Certa vez, em Londres, um enigmático guru declarou numa entrevista ao repórter de um jornal que ele era "o Filho de Deus". Com um pequeno grupo de seguidores fiéis, ele vivia no cume de uma montanha, dentro de uma longínqua floresta situada em um dos países ex-membros da União Soviética. Ele pregava que veio ao mundo para livrá-lo do mal. De um fôlego, ele declarou que embora sendo casado, sua esposa (na certa irritada) teve de aceitar a idéia de que agora ele pertencia - claro que de modo espiritual - a todas as mulheres do mundo. Esse guru sempre falou aos seguidores que ele era a esperança da humanidade... E estes, de boa vontade, aceitaram as suas palavras. Embora se tratando de um pequeno grupo, todos ali desistiram de tudo para fazer parte dessa coisa tão grande!David Koresh liderou o seu pequeno império de "remanescentes" seguidores, à espera da batalha do Armagedom. Sendo um mestre da retórica religiosa, ele usou o seu maciço conhecimento de textos bíblicos [obviamente sem levar em conta o contexto] incessantemente pervertidos, e pregava incansavelmente para o seu grupo de enganados, levando-os a crer que ele era o Messias. Mesmo depois do incêndio de todo o grupo de Koresh e da morte de aproximadamente cem homens, mulheres e crianças, alguns sobreviventes continuaram a acreditar que Koresh era realmente o salvador que afirmava ser. Eles se recusaram a desistir dele, mesmo sendo um charlatão. Queriam fazer parte de uma coisa tão grande!Uma das fraquezas da natureza humana decaída é aceitar e seguir de todo o coração o engodo religioso. As pessoas se tornam voluntariamente cegas e totalmente ignorantes a respeito de tudo que possa obstruir os seus mais sagrados e religiosos sentimentos ou os seus credos éticos. A conclusão geral é que as pessoas acreditam simplesmente em tudo que desejam acreditar.
Em sua fascinante história do império nazista, William L. Shiver documentou meticulosamente as operações internas de um sistema que pretendia dominar o mundo. "The Rise and Fall of the Third Reich" é uma excitante narrativa dos efeitos da propaganda que produz a lavagem cerebral. A interminável barragem de desinformação pôde, inacreditavelmente, moldar a mente de um povo que antes havia sido vencido e fragmentado, conforme a iconolatria do elitismo. Isso culminou nos horrendos campos de morte e no assassinato a sangue frio de milhões de desprezados seres humanos. Sendo uma testemunha ocular contrária ao regime nazista, Shirer contou exemplos das conversas do povo alemão, quando ele ousava contestar aquele governo grotesco e as declarações da mídia sobre a sua superioridade étnica, cultural e militar. Recebido com um silêncio chocante ou com um movimento de admirado horror, em tais ocasiões ele observou que questionar a visão da máquina nazista, em qualquer hipótese, seria considerado uma blasfêmia da mais alta ordem. Foi então que ele percebeu que as mentes daquelas pessoas haviam se tornado tão distorcidas que elas já não conseguiam avaliar coisa alguma que não fosse segundo aquele padrão externo. Shirer observou que, com a ascensão do novo império germânico, a verdade era o que Hitler e Goebbels afirmassem. Eles haviam se tornado árbitros das coisas reais, espirituais e de tudo o mais. Filmes sobre as distantes conquistas nazistas ainda inspiram o horror do que foi engendrado no mundo inteligente, há mais de 50 anos: mãos levantadas em saudações, gritos sonoros de "Heil Hitler!", multidões se acotovelando para chegar mais perto de Hitler ou pelo menos tocá-lo, a fim de receber um rápido olhar do seu "Fuehrer"; mulheres chorando quando o avistavam, cativadas pelo seu carisma; a juventude alemã (Hitler Jung) jurando-lhe fidelidade com as faces radiantes; os militares, em massa, jurando-lhe lealdade. Ali estava o homem que iria conduzi-los ao maravilhoso futuro ariano. Afinal, eles faziam parte de uma COISA GRANDE!
Mesmo quando os brados [do Fuehrer] contra os adversários chegaram ao extremo, com a face grotescamente contorcida e a boca grunhindo indignidades, as multidões reagiam com aprovação, entregando alegremente suas vidas àquele déspota, acreditando que sua confiança nele jamais poderia ser desperdiçada. Quando os judeus eram amontoados em caminhões de carga animal, o público adorador zombava deles. Quando os judeus desapareceram aos milhões, nos campos de concentração, os alemães meneavam insensivelmente as cabeças. Mesmo com a armadilha de Auschwitz, com tantos cadáveres apodrecidos e comidos de vermes e com esqueletos vivos caídos por terra, o povo fazia de conta que nada via. Afinal esse povo estava fazendo parte de uma COISA GRANDE!
"Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum"
Pilatos perguntou a Jesus: "Que é a verdade?" A pergunta teria sido feita em Latim: Quid est veritas? Se tomarmos as letras desta pergunta e as colocarmos numa determinada ordem, teremos a resposta. Pergunta: Quid est veritas? (Que é a verdade?" Resposta: "Est vir que adest" (É aquele que está na tua frente!)
Boa pergunta! Rodeado pelos ícones da era, revestido com o poder do maior império do mundo - o Império Romano - e comissionado pelo imperador que era saudado com um "Ave César!" pelas multidões romanas, esse homem considerado perfeito, encarou diretamente a face da VERDADE, porém não a reconheceu! Ele jamais teria feito essa pergunta ao imperador. Para ele a verdade era o que Tibério César falasse que era, com a sua conclusiva aquiescência. Afinal, Pilatos fazia parte de uma COISA GRANDE!
Sou abençoado quando alguns membros de seitas ocasionalmente chegam à minha casa, pois eles sempre trazem uma Bíblia e querem discutir as Escrituras. Que alegria ter um campo missionário vindo para mim. Geralmente vem um par de missionários, visto como existe um posto missionário da SUD (Igreja Mórmon) aqui em nossa pequena comunidade e eu sempre os deixo prosseguir com o seu discurso decorado. Eles o apresentam de maneira clara e simples, com perguntas fáceis destinadas a receber do ouvinte as respotas esperadas, às quais os missionários mórmons dão repostas fraudulentas. Tudo isso se destina a levar o ouvinte a um certo sistema de crenças. Mas, do que eu mais gosto é da parte em que eles finalmente dizem: "Você tem alguma pergunta?" Ora, eu sempre tenho. Eu lhes pergunto se eles de fato acreditam que Adão é Deus; em seguida, mostro as muitas profecias falsas do seu fundador Joseph Smith e leio em seu próprio Jornal dos Discursos as declarações furiosas do seu profeta Brigham Young, pregando sobre cortar as gargantas dos apóstatas. Indago se essas coisas fazem parte do seu sistema de crenças.
Embora alarmados e totalmente ignorantes dessas evidências contra a validade de sua religião, das abundantes profecias falsas, dos sermões assassinos, das práticas e ensinos abomináveis dos seus fundadores mórmons, parece que isso não lhes causa qualquer duradoura impressão. Só posso orar para que Deus tenha plantado as sementes da verdade em seus corações e que algum dia eles possam colher os frutos. Contudo, esses sinceros seguidores da SUD (Igreja Mórmon) foram instruídos a não questionar revelações perturbadoras e eles seguem essa ordem ao extremo. A apresentação do verdadeiro Evangelho os deixa confusos e então, prometendo voltar para mais um diálogo, eles raramente voltam. Suas mentes foram tão marteladas pela propaganda teológica que o complexo lhes parece razoável e o razoável lhes parece complexo. Meus esforços para ensinar-lhes as mais simples verdades doutrinárias quase lhes causa um incompreensível horror. Estas simplesmente não se adaptam aos moldes em que eles foram encaixados:
"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!"
Tragicamente, essa mesma mentalidade que tem caracterizado as seitas, os grupos marginais e os zelotes politicamente motivados, pode ser encontrada em muitos grupos hiper-carismáticos da igreja. Muitos nesse campo têm oscilado no pêndulo teológico das mais estranhas experiências jamais antes imaginadas. Visões sem paralelo, sonhos, profecias, manifestações selvagens na nova "carismatice" têm gerado alguns questionamentos muito sérios da parte de um mundo que os observa boquiaberto! Será tudo isso que o Cristianismo realmente representa? Será esse o Jesus da Bíblia?
Muitos na igreja adquiriram a mesma mentalidade dos missionários mórmons que chegam à minha porta. Aos seus profetas também tem sido permitido ir contra a Santa Palavra de Deus, porque eles lhes disseram que agora podem fazer isso. Os membros de seitas são ameaçados se forem de encontro [e não a favor] dos seus líderes. Isso mesmo tem acontecido com os grupos carismáticos dentro da igreja. Falar contra a liderança significava "tocar nos ungidos do Senhor" e, não importando o que eles fizessem, sua autoridade não poderia ser contestada nem diligentemente examinada. Acreditava-se que Deus ficaria ofendido e o inquisidor poderia ser levado ao julgamento divino. Durante anos permaneci de boca fechada, temendo mortalmente "lutar contra Deus".
Quando vemos nos arquivos aquelas longas distâncias das corridas de Hitler, não precisamos nos admirar de como aqueles enganados foram capturados na paixão do momento. Se olharmos cuidadosamente para os rostos das multidões, poderemos captar um relance de alguém que conhecemos, talvez até um vizinho... Ou nós mesmos.
Todos nós gostaríamos de brincar com a imaginação de que a verdade não é tão importante, mas o fato é que ela importa! E tanto importa que Deus enviou o Seu Filho unigênito, Aquele que é a Verdade, manifestado na forma de homem, o qual veio ao mundo para nos dar vida, quando conhecíamos apenas a morte. Sim, a verdadeira doutrina é importante, a ponto do apóstolo João ter-nos alertado: "Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus; quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho" (2 João 9).
Existe uma definitiva lavagem cerebral e uma manipulação espiritual acontecendo no ramo carismático da igreja.
Felizmente, existe uma esperança no Senhor. Louvemos o Seu Nome, pois nEle há esperança! Quando a Verdade, que vinha me tocando durante todos aqueles anos, foi finalmente liberada, comecei a pesquisar as Escrituras e a avaliar o custo. Permanecer no erro seria um preço alto demais para ser pago, por isso meditei nas palavras do Senhor dirigidas a Israel: "VINDE, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" (Oséias 6:1-3).
Artigo: "What is Truth?" - Kevin Reeves (Isaías 5:20). (João 18:37-38).
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