segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um Recibo Que Confirma o Registro Bíblico


Na edição de maio de 2009 da Despertai!, a Torre de Vigia dá destaque a uma tabuinha cuneiforme de 5 cm de largura que em 1870 foi desenterrada em Bagdá, onde ficava a antiga Babilônia. Atualmente essa tabuinha de argila está no Museu Britânico.
Segundo o artigo, em 2007, Michael Jursa, professor na Universidade de Viena, viu a tabuinha ao fazer uma pesquisa no Museu Britânico. Ao analisar o texto, o professor Jursa identificou o nome Nebo-Sarsequim, ou Nabu-sharrussu-ukin, de acordo com a forma babilônica. Nebo-Sarsequim é uma autoridade mencionada pela Bíblia em Jeremias 39:3. A tabuinha é um registro sobre uma entrega de ouro que Nebo-Sarsequim efetuou no templo de Marduque, ou Merodaque, o principal deus de Babilônia o qual também é mencionado na Bíblia. (Jeremias 50:2). A data desse recibo é do 18º dia do décimo primeiro mês do décimo ano do reinado de Nabucodonosor *. De acordo com o professor Jursa, "encontrar algo como essa tabuinha, que cita uma pessoa mencionada na Bíblia realizando um pagamento comum no templo em Babilônia e com a data exata, é extraordinário." Segundo o artigo, essa tabuinha é "aclamada como uma das descobertas mais significativas da arqueologia bíblica" e "confirma o conceito de que os livros históricos do Velho Testamento são baseados em fatos", conforme teria afirmado o jornal britânico Telegraph.
* Nabucodonosor destruiu Jerusalém no seu 18º ano de reinado.
É importante dizer que, ao citar essa fonte arqueológica, a Torre de Vigia adentra em um terreno muito delicado que põe em risco a própria integridade de sua teologia na mente das Testemunhas de Jeová que vierem a saber dos verdadeiros fatos envolvidos. Por que afirmamos isso?
Neste artigo, a Torre de Vigia informa que Nebo-Sarsequim "foi um dos comandantes do Rei Nabucodonosor na destruição de Jerusalém, em 607 AEC, e na tabuinha é chamado de 'o eunuco-chefe'" (negrito acrescentado). Como se vê, da maneira que quase sempre acontece, o escritor anônimo da Torre de Vigia não perdeu a oportunidade de mencionar o ano em que as Testemunhas de Jeová dizem que Jerusalém foi destruída. No entanto, todas as referências históricas mostram que a data 607 está errada e que ela contradiz até mesmo a Bíblia! Por isso a Torre de Vigia está sempre a inculcar tal data na mente das Testemunhas de Jeová. Há tempos que ela desistiu de buscar provas em favor do ano 607. A estratégia agora é apenas ficar repetindo essa data indefinidamente. Este é o real motivo de tamanha insistência em defender um conceito sobre o qual a própria Torre de Vigia já sabe que não existe base. - Note a correspondência de Carl Olof Jonsson com a Torre de Vigia.
Mas no presente artigo da Despertai! a editora das Testemunhas de Jeová tem um motivo especial para se preocupar: são justamente as tabuinhas cuneiformes desenterradas no Iraque uma das principais provas que mostram que Jerusalém NÃO FOI destruída em 607 AEC! Com isso em mente, dificilmente o autor do artigo deixaria de mencionar o ano 607. Para um exame mais pormenorizado das evidências arqueológicas envolvidas neste assunto, leia depois o artigo "O Período Neobabilônico e a Destruição de Jerusalém". Talvez por pensar nessas informações destruidoras do mito, o autor do artigo afirmou:
"Mas a veracidade da Bíblia não depende da arqueologia. Evidências muito mais poderosas podem ser encontradas dentro da própria Bíblia, especialmente nas profecias."
Sim, a veracidade da Bíblia não precisa da Arqueologia. Entretanto, sem essa mesma Arqueologia não é possível saber nenhuma data das Escrituras Sagradas. Se o estudante da Bíblia não recorresse a essa fonte, nunca saberíamos que Babilônia, por exemplo, foi conquistada em 539 AEC por um general persa. Da mesma maneira que não saberíamos que Jerusalém foi destruída, de fato, em 587 AEC.
Ao analisarmos a afirmação acima da Despertai!, temos de ter em mente que as Testemunhas de Jeová são bombardeadas constantemente pela afirmação errônea de que a data 607 é encontrada tendo por base a própria Bíblia. Então, para uma Testemunha de Jeová, crer no ano 587 AEC para a destruição de Jerusalém é o mesmo que contradizer a Bíblia. É ficar contra as evidências "muito mais poderosas" do que as apresentadas pela Arqueologia. Além disso, perceba que as profecias foram mencionadas como sendo essas "evidências muito mais poderosas". Aparentemente não há nada de errado nessa colocação, visto que realmente houve cumprimentos de muitas profecias bíblicas. No entanto, quem escreveu esse artigo sabe muito bem que uma das principais "profecias" da Torre de Vigia depende totalmente da veracidade de que Jerusalém caiu ante os babilônios em 607 AEC. É assim porque o ano de 1914, suposto início dos "últimos dias", segundo o entendimento atual da Torre de Vigia, é obtido mediante um cálculo de 2.520 anos a contar do ano 607. Uma vez provado que esta data está errada, o mito de 1914 se desmorona automaticamente. Visto que para uma Testemunha de Jeová é terrificante a idéia de que o ensino sobre 1914 é uma falsidade, ela tenderá a repelir mais fortemente as evidências contra a preciosa data 607 AEC, se achar que isso representa uma negação do que ela supõe que a Bíblia ensina.
Portanto, se uma Testemunha de Jeová se empolgar com as tabuinhas cuneiformes ao ler esse artigo da Despertai! e resolver pesquisar mais por conta própria, ela provavelmente não será afetada quando descobrir que essas tabuinhas destroem completamente o que tem sido um dos pilares da suposta autoridade da Torre de Vigia sobre os cristãos da atualidade. Contanto que ela se lembre que as Testemunhas já foram advertidas que "a veracidade da Bíblia não depende da arqueologia", e que é mais importante focar a atenção nas profecias...

Uma linha de evidência simples, porém infalível
Para os que desejam ajudar as Testemunhas de Jeová a enxergarem que não existe fundamento na data 607 AEC, há uma profusão de fontes em auxílio e de altíssima qualidade. No entanto, tratar de assuntos envolvendo cronologia e arqueologia bíblica é frequentemente uma tarefa árdua, porque envolve números, cálculos e informações históricas que certamente a maioria das Testemunhas de Jeová desconhecem totalmente. Por isso, o mais indicado é começar por algo mais objetivo que esteja bem próximo do texto bíblico. É pensando nisso que damos a dica abaixo.
Ao se aceitar o que a Torre de Vigia ensina sobre o ano da destruição de Jerusalém, o crente também é obrigado a acreditar no que está no desenho abaixo:
Mas observe a profecia que Deus disse sobre o período acima:
Quando se completarem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia e a sua nação”, diz Jeová - Jeremias 25:12, NVI.
Note-se que, pelo desenho acima, o cumprimento da profecia ocorreu dois anos antes do prazo determinado por Deus! Para quem alega seguir o grande Cronometrista, Jeová, os integrantes da Torre de Vigia deveriam dar mais atenção a isto...
Mas a solução virá facilmente se um conceito for corrigido:
Os 70 anos não se referem à desolação de Jerusalém, mesmo tendo ela ocorrido dentro deste período.
E o que são eles, então? São 70 anos de servidão, conforme está claro nos textos abaixo:
“Estas nações terão de servir ao rei de Babilônia por setenta anos”. – Jeremias 25:11.
“Somente quando os setenta anos concedidos para Babilônia acabarem, é que eu vos visitarei e cumprirei minha promessa em vosso favor por trazer-vos de volta a este lugar.” – Jeremias 29:10, Jerusalem Bible.
É um período em que nações daquela época (inclusive Judá) ficariam sujeitas à Babilônia. Segundo os manuais de história mais detalhados, Babilônia iniciou seu domínio em 609 AEC, quando derrotou definitivamente a potência anterior, a Assíria. A partir dessa data, Babilônia se tornou a nação hegemônica, dominando não só a inteira Mesopotâmia mas também toda a Palestina e regiões vizinhas. Obviamente, as ações referentes a tal hegemonia sucederam-se de forma gradual dentro desse período de 70 anos, sendo uma delas a destruição de Jerusalém em 587 AEC.
Agora observe como ficará o desenho se aceitarmos o fato de que os 70 anos foram de servidão das nações:
Agora sim o texto de Jeremias 25:12 se encaixa perfeitamente com o desenho!
Quando se completarem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia e a sua nação”, diz Jeová. - Jeremias 25:12.
Conforme observamos facilmente, a profecia acontece exatamente dentro do prazo previsto por Deus. Babilônia só é punida após expirar os 70 anos e não antes, como acontece no modelo defeituoso da Torre de Vigia. Babilônia iniciou oficialmente seu domínio em 609 AEC, quando derrotou Assur-Ubalit II, o último rei assírio. Exatamente setenta anos depois, em 539 AEC, esse domínio teve fim às mãos de Ciro, o Grande.

Um comentário:

  1. Para se calcular datas é preciso ter uma cronologia bem confiável e que não desminta a Deus.
    São tres os historiadores mais respeitados pelas religiões inclusive os adventistas, são eles: Edwin R Thielle, W F Allbrigth e Gallil.
    Thielle era adventista e publicou livro em inglês chamado ' os misteriosos números Hebreus' onde ele afirma que a bíblia é misteriosa e confusa e diz que o tempo de duração do Rei Peca de Israel foi de menos de 10 anos.
    Assim também o faz Allbrigth e Gallil; entretanto, em 2 Reis 15:27 Deus diz que foram 20 anos de governo do rei Peca.
    Veja o link abaixo e saiba a verdade:

    https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_reis_de_Israel_e_Jud%
    É claro que quem postou a matéria acima não conhece a verdade de como as datas cronológicas foram montadas.
    Mas, talvez digam: são peritos em historia e não podemos discordar de suas cronologias.
    Eu pergunto:
    Por serem peritos em cronologia e historia eles estão autorizados a chamar Deus de MENTIROSO e podemos confiar em suas conclusões cegamente?
    Eles tiram 11 anos do governo do rei Peca e 9 anos do rei Oséias, o que dá exatamente a diferença de 20 anos entre o ano 587 aec até 607 AEC.

    E agora? em quem irão acreditar? na bíblia (2 Reis 15:27) ou nos historiadores equivocados?
    Leia Lucas antes de dizer que que isso é uma coisa de pouca importancia,pois, não é, e depois leia 2 Timóteo 3:16 para ajuda-lo a fazer a melhor decisão sobre em que acreditar ( em DEUS ou nos historiadores )
    Atenciosamente


    Marcio

    ResponderExcluir