quinta-feira, 21 de abril de 2011

Observações Astronômicas


A fonte mais segura de datas absolutas vem de uma inscrição contemporânea com observações astronômicas. Os Babilônios colocaram, como muitos outros povos, muita ênfase em astrologia, e eles observaram cuidadosamente os fenômenos celestiais e escreveram a colocação exata dos planetas relativos para o zodíaco. Estas inscrições eram datadas precisamente ao reinado de um rei. Muitas de tais observações podem ser encontradas em inscrições separadas, formando uma "impressão digital" sem igual durante um ano, visto que as observações possivelmente não poderiam acontecer em nenhuma outra data por milhares de anos em qualquer direção. Astrônomos hoje podem calcular o fenômeno astronômico descrito nas inscrições astronômicas com precisão, e verificarão que é impossível que estas observações sejam falsas ou que possam se aplicar a qualquer outro ano.
Assim, a única chance para uma inscrição com observações astronômicas corretas ser " falsa", é ter sido datada erroneamente. Visto que a cronologia da STV está consistentemente com vinte anos perdidos, os registros astronômicos contemporâneos teriam de estar datados errados por vinte anos. Pode alguém imaginar os astrólogos e cronistas pela era neobabilonica fazerem tal coisa? O trabalho envolvido em forjar apenas uma destas tábuas astronômicas é enorme, considerando que eles mencionam numerosas datas e eventos na vida de um rei, e apenas uma mudança nas próprias observações ou nas datas fariam destas observações inajustáveis em qualquer constelação ou em fenômenos astronômicos na história conhecida.
A Sociedade Torre de Vigia acha que tais cálculos astronômicos são extremamente fidedignos:
"Certa tabuinha babilônica de argila é util para relacionar a cronologia babilônica com a cronologia bíblica. Esta tabuinha contém a seguinte informação astronômica sobre o sétimo ano de Cambises II, filho de Ciro II: "Ano 7, tamuz, noite 14, 1 2/3 hora dupla [três horas e vinte minutos] após o cair da noite, um eclipse lunar visível no seu trajeto inteiro; abrangeu a parte setentrional do disco [da lua]. Tabete, noite 14, duas e meia horas duplas [cinco horas] à noite, antes da madrugada [na última parte da noite], o disco da lua ficou eclipsado; o trajeto inteiro visível; o eclipse atingiu as partes meridional e setentrional." (Inschriften von Cambyses, König von Babylon [Incrições de Cambises, Rei de babilônia], de J. N. Strassmaier, Leipzig, 1890, Nº. 400, linhas 45-48; Sternkunde und Sterndienst in Babel [Astronomias e Veneração das Estrelas em Babel], de F. X. Kugler, Münster, 1907, Vol. I, pp. 70, 71). Estes dois eclipses lunares podem ser identificados com os eclipses lunares visíveis em Babilônia em 16 de Julho de 523AEC e em 10 de Janeiro de 522AEC. (Canon of Eclipses [Canon de eclipses], de Oppolzer, traduzido para o inglês por O.Gingerich, 1962, p. 335). De modo que esta tabuinha especifica o sétimo ano de Cambises II como tendo início na primavera setentrional de 523AEC. Esta data é confirmada pela astronomia. (it-1, p607 - O grifo é nosso).
Esta data astronomicamente confirmada deve permanecer acima de qualquer dúvida. Sem isto, a data-chave da STV, 539 AC para a queda de Babilônia para Ciro, não teria de fato nenhum fundamento. Nós não temos nenhuma dúvida quanto a isto. Mas a STV é grotescamente desonesta quando aceita este pedaço de evidência como definitiva e sem dúvida, e então descartam exatamente o mesmo tipo de evidência, durante a era Neo-babilônica. Como nós veremos, a evidência astronômica para cronologia Neo-babilônica é ainda mais direta e até mesmo mais forte.
Um amplo diário astronômico, VAT 4956, datado no 37º ano de Nabucodonosor, dá observações definidas que não pode se ajustar a nenhum outro ano além de 568 AC. Isto está além de qualquer dúvida; nem um único ano por milhares de anos antes ou depois dele pode se ajustar a toda evidência, e a chance de observações fabricadas que por acidente se ajustam a este ano nem vale a pena se considerar. Considerando que a Bíblia estabelece que Jerusalém caiu no 19º ano de Nabucodonosor (Jeremias 52:12; 2 Reis 25:1-4; 2. Cron 26:11,19), isto certamente deve ter acontecido em 587/6 AC, e com certeza não 20 anos mais cedo.
A STV não pode aceitar isto. Eles tentam desacreditar este diário:
"VAT 4956: Trata-se duma tabuinha cuneiforme que fornece informações astronômicas datando até 568 A.E.C. Diz que as observações eram desde o 37º ano de Nabucodonosor. Isto corresponderia à cronologia que coloca seu 18º ano de reinado em 587/6 A.E.C. todavia, essa tabuinha é admitidamente uma cópia feita no terceiro século A.E.C, de modo que é possível que sua informação histórica seja simplesmente a que era aceita no período selêucida". (kc, p 186)
Esta é realmente uma cópia, mas de forma alguma é "possível" que a informação histórica seja o que foi aceito neste místico "período selêucida" o qual vemos novamente sendo assumido como um período duvidoso para falsificação extensa de evidencias cronológicas. O copista não adicionou informação, o que fica evidente pelo fato de que nos dois lugares onde a tabuinha está danificada, o copista inseriu as palavras "rompidas, apagadas". Isto mostra quão extremamente improvavelmente seria para o copista inserir alguns detalhes cronológicos "aceitos" posterioremente. Também, há aproximadamente quarenta datas no texto, e deveria estar além de consideração que um copista que é tão consciencioso que chega a indicar onde a fonte original é ilegível, estaria ocupado em falsificação indiscriminada por inserir o nome de um rei que estava morto em 568 AC num registro histórico.
Isto está até mesmo fora de discussão, pois bem recentemente o diário astronômico nomeado BM 32312 foi descoberto. Ele contém observações astronômicas exatas de 652/51. Aqui, nenhum copista poderia ter feito qualquer mudança à data, porque o diário está quebrado! Porém, a tabuinha menciona a batalha de Hirite no "mês 12, dia 27" onde o Rei de Babilônia estava envolvido. E um diário mais famoso, a crônica de Aquito, declara que esta data ocorreu no 16º ano de rei o reinado de Samas-sum-iuquim (667-648 AC). Assim, nós temos uma recente e independente confirmação, incluindo duas sólidas peças de evidência, que a cronologia estabelecida da era Neo-babilônica está correta. Como uma curiosidade a mais, podemos acrescentar que este texto babilônico nos informa que o rei de Babilônia perdeu esta batalha, minando seriamente as reinvindicações da STV que os cronistas babilônicos eram desonestos.
O que nós vimos, é que a STV aceita a evidência que apoia a sua cronologia, enquanto rejeita o mesmo tipo de evidência quando contradiz as idéias deles. Além disso, a tabuinha do reinado de Cambises II só estabelece indiretamente a data para conquista de Babilônia por Ciro, por consultar listas régias a fim de descobrir quanto tempo Ciro reinou e que ele foi sucedido pelo seu filho Cambises II em 529 AC. Por outro lado, VAT4956 estabelece o reinado de Nabucodonosor diretamente, e uma pessoa que não se permitirá duvidar da cronologia Bíblica, possivelmente não poderá rejeitar isto. Então, se a STV estivesse correta quando afirmaram que a Bíblia declarou 70 anos desde a queda de Jerusalém até o retorno dos judeus (o qual, como nós vimos, não está!), eles teriam que negar 539, e não 587/6. Então, é claro, eles perderiam 607 como uma data chave, e seria ingênuo acreditar que toda esta distorção da evidência pela STV é por qualquer outra razão alem de mater a data de 607, novamente salvando 1914.

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