terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Falsas Profecias da Torre de Vigia

Se fôssemos relatar aqui todos os erros de previsões das Testemunhas de Jeová concernentes à cronologia bíblica e os tempos modernos, seria exaustivamente longo este artigo, por isso vamos abordar apenas as principais previsões que se mostraram fracassadas.

Embora prefira evitar comentar as declarações para dar ao leitor espaço para que ele mesmo tire suas próprias conclusões, após as declarações do livro "Proclamadores" (jv), farei alguns questionamentos.


1873
*** jv cap. 28 p. 631 Provas e peneiramento internos ***
Em certas épocas, os Estudantes da Bíblia tinham esperanças e expectativas que têm sido ridicularizadas pelos críticos. Todavia, todas essas esperanças e expectativas arraigavam-se num desejo sincero de ver o cumprimento daquilo que esses cristãos zelosos reconheciam ser as infalíveis promessas de Deus.

Usando a cronologia bíblica originalmente elaborada por Christopher Bowen, da Inglaterra, eles pensavam que 6.000 anos de história humana terminara em 1873, que depois disso estavam no sétimo período de mil anos de história humana, e que certamente se haviam aproximado do alvorecer do predito Milênio. A série de livros conhecidos como Millennial Dawn (Aurora do Milênio) e mais tarde chamados de Studies in the Scriptures, escritos por C. T. Russell, chamara a atenção às implicações disso segundo o que os Estudantes da Bíblia entendiam das Escrituras.

1874

*** jv cap. 28 pp. 631-632 Provas e peneiramento internos ***
Outra coisa tida como possível indicadora de tempo dizia respeito ao arranjo que Deus instituíra no Israel antigo para um Jubileu, um ano de libertação, a cada 50 anos. Este se dava depois de uma série de sete períodos de sete anos, cada qual terminando com um ano sabático. Durante o ano do Jubileu, os escravos hebreus eram libertados e as posses de terra hereditária que haviam sido vendidas eram recuperadas. (Lev. 25:8-10) Cálculos baseados nesse ciclo de anos levaram à conclusão de que talvez um Jubileu maior para toda a Terra começara no outono setentrional de 1874, que o Senhor evidentemente retornara naquele ano e estava invisivelmente presente, e que os "tempos da restauração de todas as coisas" haviam chegado. - Atos 3:19-21, Almeida, atualizada.

1878
*** jv cap. 28 p. 632 Provas e peneiramento internos ***
Com base na premissa de que os eventos do primeiro século encontrariam paralelos em posteriores eventos relacionados, concluíram também que, se o batismo e a unção de Jesus no outono de 29 EC tivesse paralelo com o começo de uma presença invisível em 1874, sua entrada em Jerusalém como Rei, montado num jumento, na primavera setentrional de 33 EC, indicaria a primavera setentrional de 1878 como o tempo em que ele assumiria seu poder como Rei celestial. Eles também pensavam que receberiam a sua recompensa celestial naquele tempo.


1881

*** jv cap. 28 p. 632 Provas e peneiramento internos ***
Arrazoava-se também que o fim do favor especial de Deus ao Israel natural até 36 EC pudesse apontar para 1881 como a época em que a oportunidade especial de tornar-se parte do Israel espiritual terminaria.

1914

*** Proclamadores cap. 6 pp. 61-62 Um período de provação (1914-1918) ***

"Terminaram os Tempos dos Gentios; seus reis já tiveram seus dias"! Assim exclamou o irmão Russell ao entrar no refeitório da sede da Sociedade Torre de Vigia nos EUA, em Brooklyn, na manhã de sexta-feira, 2 de outubro de 1914. Houve muita emoção. A maioria dos presentes já por anos vinha aguardando 1914. Mas o que traria o fim dos Tempos dos Gentios?
A Primeira Guerra Mundial estava em andamento, e naquela época cria-se que a guerra conduziria a um período de anarquia global que resultaria no fim do existente sistema de coisas. Havia também outras expectativas com respeito a 1914. Alexander H. Macmillan, batizado em setembro de 1900, recordava mais tarde: "Alguns de nós pensávamos seriamente que iríamos para o céu durante a primeira semana daquele mês de outubro." De fato, relembrando aquela manhã em que Russell anunciou o fim dos Tempos dos Gentios, Macmillan admitiu: "Ficamos muito emocionados e eu não teria ficado surpreso se naquele momento começássemos a subir, sendo aquele anúncio o sinal para começarmos a ascender ao céu - mas, naturalmente, nada disso aconteceu."

Comentários:
O texto diz que "...naquela época cria-se..." e "...alguns de nós pensávamos..." Todos os que foram Testemunhas e os que ainda são, sabem que na organização tais crenças não surgem do nada mas fazem parte do ensino provido pelo "Escravo", ou seja, a Sociedade Torre de Vigia. Também não existe espaço para que alguns pensem de uma forma e outros de forma diferente. Portanto, ficaria mais correto se o texto acima fosse reformulado desta forma:
"A Primeira Guerra Mundial estava em andamento, e naquela época a Sociedade Torre de Vigia e seus diretores criam e ensinavam que a guerra conduziria a um período de anarquia global que resultaria no fim do existente sistema de coisas. Havia também outras expectativas com respeito a 1914. Alexander H. Macmillan, batizado em setembro de 1900, recordava mais tarde: "Todos nós pensávamos seriamente que iríamos para o céu durante a primeira semana daquele mês de outubro."
1915

jv Cap.28 pág.632*** Nota de rodapé ***
(...) foi declarado que a desolação de Jerusalém em 70 EC (37 anos depois que Jesus fora saudado como rei pelos seus discípulos quando entrou em Jerusalém montado num jumento) pudesse apontar para 1915 (37 anos após 1878) como ponto culminante de levante anárquico que, segundo pensavam, Deus permitiria como meio de acabar com as existentes instituições do mundo. Esta data apareceu em reimpressões de Studies in the Scriptures. (Veja Volume II, páginas 99-101, 171, 221, 232, 246-7; compare a reimpressão de 1914 com impressões anteriores, tais como a impressão de 1902 do Millennial Dawn.) Parecia-lhes que isto se ajustava bem com o que fora publicado a respeito do ano de 1914 como assinalando o fim dos tempos dos gentios.

1925

*** jv cap. 28 p. 632 Provas e peneiramento internos ***
No discurso "Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão", proferido por J. F. Rutherford em 21 de março de 1920 no Hippodrome, na cidade de Nova Iorque, dirigiu-se atenção ao ano de 1925. Em que base se pensava ser este significativo? Num folheto publicado naquele mesmo ano, 1920, foi dito que, se 70 plenos jubileus fossem calculados a partir da data em que Israel, segundo se entendia, entrou na Terra Prometida (em vez de começar depois do último jubileu típico ocorrido antes do exílio babilônico e daí contar até o início do ano do jubileu no fim do ciclo de 50 anos), isso poderia apontar para o ano de 1925. À base do que se dizia ali, muitos esperavam que talvez os remanescentes do pequeno rebanho recebessem sua recompensa celestial em 1925. Esse ano também era relacionado com expectativas de ressurreição de fiéis servos de Deus pré-cristãos com o fim de servirem na Terra como representantes principescos do Reino celestial. Se isso realmente ocorresse, isso significaria que a humanidade havia entrado numa era em que a morte deixaria de ser dominadora, e milhões que então viviam podiam ter a esperança de nunca desaparecer da Terra por causa da morte. Que feliz perspectiva! Embora equivocada, eles ansiosamente partilharam-na com outros.


1975
*** jv cap. 8 p. 104 Declarando sem cessar as boas novas (1942-1975) ***
As Testemunhas já por muito tempo partilhavam a crença de que o Reinado Milenar de Cristo viria depois de 6.000 anos da história humana. Mas quando terminariam os 6.000 anos da existência humana? O livro Vida Eterna - na Liberdade dos Filhos de Deus, lançado (em inglês) numa série de congressos de distrito em 1966, apontava para 1975. Já no congresso, quando os irmãos examinaram o conteúdo, o novo livro suscitou muitos comentários sobre 1975.

Comentário:
O que a Bíblia diz que ocorreria antes do Reino de Mil anos? O Armagedom. Portanto, o que a Sociedade estava "apontando" para 1975? O Armagedom.


Ainda sobre o fracasso de 1975 a Sentinela disse:

*** w80 15/9 pp. 17-18 A escolha do melhor modo de vida ***
A Sentinela, no seu número de 15 de janeiro de 1977, comentou que não era aconselhável fixarmos a vista em determinada data, dizendo: "Caso alguém tenha ficado desapontado, por não seguir este raciocínio, deve agora concentrar-se em reajustar seu ponto de vista, por não ter sido a palavra de Deus que falhou ou o enganou e lhe causou desapontamento, mas, sim, seu próprio entendimento baseado em premissas erradas." Ao dizer "alguém", A Sentinela incluiu todos os desapontados entre as Testemunhas de Jeová, portanto, inclusive os que tinham que ver com a publicação da informação que contribuiu para criar as esperanças que giravam em torno daquela data.

Comentário:
Interessante que ao invés de se desculparem pelo entendimento errado da parte deles, eles culparam as próprias Testemunhas leitoras das matérias "por não seguir" o raciocínio correto e por se basearem "em premissas erradas" e apenas "os que tiveram que ver com a publicação da informação" foram incluídos nesse rol de displicentes.
Pergunta-se: O que aconteceria com uma Testemunha que seguisse o raciocínio de não se concentrar em datas e passasse a criticar e a não aceitar o entendimento sobre 1975? Seria taxado de apóstata orgulhoso. Por que este conselho foi dado pela Sentinela em 77, dois anos depois? Por que "os que tinham que ver com a publicação da informação" são mencionados como se fossem um grupo a parte quando sabemos que toda a Organização endossou tais publicações?


Outros erros do "Escravo":

Autoridades Superiores
*** jv cap. 10 p. 147 Crescimento no conhecimento exato da verdade ***
Por muitos anos, os Estudantes da Bíblia haviam ensinado que "as autoridades superiores" eram Jeová Deus e Jesus Cristo. Por quê? Na Watch Tower de 1.° e 15 de junho de 1929, citou-se uma variedade de leis seculares e mostrou-se que o que era permitido num país era proibido em outro. Chamou-se também atenção para leis seculares que exigiam que as pessoas fizessem o que Deus proibia, ou que proibiam o que Deus ordenava que seus servos fizessem. Por causa de seu desejo sincero de mostrar respeito à autoridade suprema de Deus, parecia aos Estudantes da Bíblia que "as autoridades superiores" tinham de ser Jeová Deus e Jesus Cristo. Continuavam a obedecer às leis seculares, mas frisava-se a obediência primeiro a Deus. Foi uma lição importante, uma lição que os fortaleceu durante os anos de tumulto mundial que se seguiram. Mas não entendiam claramente o que Romanos 13:1-7 dizia.
Anos mais tarde, fez-se um cuidadoso reexame desse texto junto com seu contexto e seu significado à luz do resto da Bíblia. Assim, em 1962, compreendeu-se que "as autoridades superiores" são os governantes seculares,

Comentário:
O que é mais contundente é que enquanto o Escravo ensinava erroneamente que as autoridades superiores mencionadas em Romanos eram Jeová e Jesus, a "Cristandade" ensinava corretamente que eram os governos do mundo. Como pode e cristandade pertencente a "Babilônia", receber tal luz primeiro que o Escravo?


Geração de 1914
*** kc (Venha o Teu Reino) cap. 14 p. 140 O Rei reina! ***
Na ocasião em que se escreve isto, só nos Estados Unidos há mais de 10.000.000 de pessoas ainda vivas que tinham idade bastante para observar o "princípio das dores de aflição", em 1914-1918. Alguns destes ainda poderão sobreviver por muitos anos. No entanto, Jesus assegura-nos que, antes de "esta geração" desaparecer, ele virá como "Filho do homem" para executar o julgamento no sistema de coisas de Satanás.

Depois veio uma nova luz:


*** w95 1/11 p. 19 É hora de manter-se desperto ***
hoje, no cumprimento final da profecia de Jesus, "esta geração" parece referir-se aos povos da terra que vêem o sinal da presença de Cristo, mas que não se corrigem.

Outra coisa digna de nota é que qualquer um que recusasse aceitar tais explicações que futuramente se mostraram erradas seria encarado como "apóstata" e rebelde. Leia isto:
A Sentinela de 1º de fevereiro de 1952 (em inglês) páginas 79 e 80:
(...)Devemos comer, digerir e assimilar o que se coloca diante de nós, sem rejeitar certas partes do alimento porque talvez não convenha ao capricho do nosso gosto mental.
Devemos prosseguir mansamente com a organização teocrática do Senhor e aguardando esclarecimento adicional, ao invés de levantar objeções quando primeiro se menciona um pensamento que não nos apetece e começar a sofismar e resmungar nossas críticas e opiniões como se fossem de mais valor do que a provisão de alimento espiritual pelo escravo. As pessoas teocráticas apreciarão a organização visível do Senhor e não serão tão insensatas que oporão ao canal de Jeová seu próprio arrazoamento humano e sentimentos pessoais.
Se obtivemos nosso atual entendimento da Bíblia por nos alimentarmos na mesa posta pelo escravo, se foi por este meio que nos libertamos das doutrinas falsas e fomos edificados na adoração pura e imaculada de Deus e recebemos a esperança de um novo mundo, devemos ter alguma confiança nas provisões do escravo. Depois de termos sido nutridos até a presente força e maturidade espirituais, tornamo-nos, de repente, mais espertos do que nosso provedor anterior e abandonamos a orientação esclarecedora da organização que nos serviu de mãe? “Não abandones a lei de tua mãe.” (Pro. 6:20-23).
Depois de tantos erros, chega parecer irônico esse comentário da revista A Sentinela:

*** w81 15/8 p. 17, 19 Precisamos de ajuda para entender a Bíblia? ***
Jeová Deus fez com que a Bíblia fosse escrita de tal maneira, que é preciso entrar em contato com o Seu instrumento humano antes de poder entendê-la plena e corretamente
...Uma vez que verificamos qual o instrumento que Deus usa como seu "escravo" para distribuir o alimento espiritual ao seu povo, Jeová certamente não se agradará se recebermos este alimento como se pudesse conter algo prejudicial. Devemos ter confiança no instrumento que Deus usa. Na sede de Brooklyn, donde emanam as publicações bíblicas das Testemunhas de Jeová, há mais anciãos cristãos maduros, tanto do "restante" como das "outras ovelhas", do que em qualquer outra parte da terra.
...os precedentes estabelecidos pela organização do "escravo fiel e discreto" nos mais de 100 anos passados obrigam-nos a chegar à conclusão que Pedro expressou quando Jesus perguntou se os seus apóstolos também queriam abandoná-lo, a saber: "Para quem havemos de ir?" (João 6:66-69) Não há dúvida sobre isso. Todos nós precisamos de ajuda para entender a Bíblia, e não podemos encontrar a orientação bíblica de que precisamos fora da organização do "escravo fiel e discreto".

Nenhum comentário:

Postar um comentário